Cáritas de Lisboa |
Cáritas Paroquial de Coz
Uma Porta Aberta à Comunidade
<<
1/
>>
Imagem

Apesar de, em 2013, a divisão administrativa do território nacional ter criado a União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes (UFCAM), a Cáritas Paroquial de Coz (CPC) atua naquela que foi a antiga freguesia de Coz, ou seja, nas localidades do Casal da Areia, Castanheira, Coz e Póvoa, com uma população de 1895 pessoas.

Ainda com características, práticas e ritmos de atividade rural, a freguesia apresenta os problemas demográficos de muitas comunidades rurais do nosso país. A percentagem de pessoas idosas é elevada, baixa a taxa de natalidade e os jovens afastam-se cedo da comunidade, devido principalmente à necessidade de prosseguirem os estudos universitários nos grandes centros urbanos – não tendo essa saída retorno, na maioria dos casos, pois acabam por se fixarem nos locais que lhes abram perspetivas de vida futura, na área em que se especializaram.

A fruticultura é o principal sector da atividade local, mas a sofrer do mesmo problema geracional.

Casal da Areia, por ser uma zona industrial bastante importante do concelho de Alcobaça, com o cristal, o vidro, os moldes, a faiança artística, a transformação alimentar e de madeira, oferece uma diversificada possibilidade de trabalho, entre outras, noutras localidades da freguesia. Por isso, os mais jovens, que se instalam localmente, apesar de existirem fortes restrições provocadas pelo PDM para a construção habitacional em terrenos de familiares, apostam na prestação de serviços, com o consequente aumento da escolaridade obrigatória e da situação de assalariados fabris.

A pequena agricultura de subsistência ainda se faz notar nos quintais e hortas das moradias, com uma importância significativa no apoio alimentar das famílias, ao ser um interessante complemento do rendimento dos trabalhadores por conta de outrem.

Na paróquia, o rendimento das famílias poderá ser considerado médio-baixo, com um poder de compra, no concelho de Alcobaça, de 86,72% per capita, quando em Leiria é de 103,4% (Prodata, 2017). No concelho, as pessoas reformadas são 18 238, das quais 4261 (23,4%) têm pensões de sobrevivência (Prodata, 2020).

Numa região, em que os efeitos da imigração e dos refugiados não se faz sentir, é nos idosos, com poucos recursos e com pouco ou nenhum suporte familiar, que as preocupações são maiores.

Por não conseguirem cultivar as suas hortas, pela idade avançada, os idosos perdem este saudável complemento alimentar e o aumento da valorização indireta das suas reformas. O Centro de Bem-Estar Social de Coz, a única IPSS existente, com Apoio Domiciliário e um Centro de Dia, presta um serviço importante, mas também vive com muitas dificuldades, dados os fracos recursos económicos dos utentes, e o reduzido valor da comparticipação da Segurança Social para o trabalho que tem de ser desenvolvido.

Com a situação de saúde agravada pela idade ou pela doença, e com escassos recursos, há idosos a precisar de cuidados permanentes e a viverem em situação difícil.

O posto médico, recentemente intervencionado, esteve interditado à ação médica e de enfermagem, durante o primeiro ano da pandemia, obrigando a população, ainda mais vulnerável, a deslocar-se, pelos seus próprios meios, até ao posto médico de Aljubarrota. Importante também, no apoio aos idosos, ao minimizar as dificuldades no acesso aos medicamentos e atendimentos, o facto da farmácia de Coz estar inserida no mesmo edifício da UFCAM, a par com o Polo de Coz da USF Terras de Cister e da Sede da Cáritas Paroquial de Coz.

A CPC foi criada em 2015. Intervir e ser porta aberta para os que não se enquadrem nos apoios da Segurança Social, não possam esperar ou precisem de uma resposta rápida de apoio são o seu grande propósito. Apesar dos seus próprios limites, nunca deixou de auxiliar e de estar sempre disponível para acolher, através da sua equipa, quem a solicita e a ela se dirige. Com o apoio da Cáritas Diocesana de Lisboa (fazendo parte da sua rede), a CPC tem conseguido responder a necessidades impossíveis de resolver sozinha.

O impacto da pandemia na comunidade acentuou o isolamento e fez diminuir a expressão do afeto, com resultados negativos, ainda não muito visíveis, sobre uma população idosa e vulnerável.

A Sementeira de um Batatal é um projeto Solidário da CPC, levado a cabo em 2021. A produção de batatas já foi em grande parte distribuída por famílias. A sua força e sucesso esteve na relação entre as sementes e o alegre esforço voluntário, ao multiplicar a ajuda a quem dela precisa - uma boa e inspiradora prática para realizações futuras, assim não falte a imaginação.

São forte desejo e vontade da CPC continuar a ser uma PORTA ABERTA para a comunidade, ser obra da ação social da Igreja de Deus, no acolhimento ao irmão em dificuldade. É sua preocupação futura intervir juntos das famílias mais vulneráveis, indo para lá de dificuldades meramente económicas. Não faltarão ideias ao grupo que a constitui, na prossecução deste desiderato.

texto e fotos por Cáritas Paroquial de Coz
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES