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Voluntários da Fundação AIS na Polónia apoiam refugiados ucranianos
Anjos da guarda
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A Polónia transformou-se, de um dia para o outro, num dos principais países de acolhimento dos que fogem da guerra na Ucrânia. A cidade de Wroclaw passou a ser o quartel-general da Fundação AIS no apoio aos refugiados. Quando chegam à estação de comboios, sem nada e tantas vezes em lágrimas, são acolhidos por voluntários. Muitos são da Fundação AIS. Todos eles são verdadeiros anjos da guarda…


“Estão em boas mãos.” Julka, Damián ou o Pe. Andrzej Pas são apenas alguns dos muitos voluntários da Fundação AIS que, na Polónia, estão a apoiar o acolhimento aos refugiados ucranianos. “Damos as boas-vindas a todos”, diz Julka. A guerra, na Ucrânia, começou na madrugada de 24 de Fevereiro, mas depressa se percebeu que, a par da destruição causada pelos bombardeamentos, se estava perante uma enorme crise humanitária. Só à Polónia já chegaram mais de 2 milhões de ucranianos. São todos refugiados e todos estão, de alguma forma, traumatizados. Julka não esperava tantos num tão curto espaço de tempo, mas surpreendeu-se também com o número extraordinário de pessoas que se voluntariaram junto da Fundação AIS para darem apoio nesta situação extraordinária e dramática que se está a viver. “São muitos e por vezes trabalham 24 horas por dia”, reconhece.

 

Um seminarista e um padre

Um desses voluntários é Damián, um jovem seminarista. Todos os dias ele viaja de Bagno, onde vive, no seminário de Salvatorian, até à cidade de Wroclaw. São cerca de 40 km. “Só temos aulas até ao meio-dia, por isso estamos aqui a oferecer ajuda. Metade dos seminaristas têm ajudado nos últimos dias”, diz à Fundação AIS. A coordenar todo o trabalho dos voluntários está o Pe. Andrzej Pas. Não é fácil. Primeiro, quem deseja voluntariar-se tem de se inscrever no Facebook. É por lá, numa página criada de propósito, que se vão actualizando as informações. E todos os dias há novidades, há coisas novas a ter em atenção. Num dia podem faltar sacos-camas ou cobertores, mas no dia seguinte a urgência pode ser para material médico ou artigos de higiene… Os escritórios da Fundação AIS funcionam, de certa forma, como armazéns. É preciso não só guardar os bens como catalogá-los. “Pedimos às pessoas que nos tragam artigos novos e não as já usadas. E no caso dos alimentos, pedimos bens com um prazo de validade alargado”, explica o Pe. Andrzej.

 

Espaço de acolhimento

A cidade de Wroclaw tem sido uma porta de entrada para milhares de ucranianos que chegam de comboio. A Fundação AIS tem um escritório aberto nesta cidade desde há dois anos. Foi providencial. “Foi um acto da providência de Deus que tivéssemos o nosso escritório mesmo ao lado da estação ferroviária de Wroclaw. Quando os refugiados chegam, aterrorizados e exaustos, nós já lá estamos para ajudar”, explica o Pe. Andrzej Pas, da Fundação AIS polaca. “As pessoas que saem dos comboios são imediatamente informadas pelos voluntários onde podem ir receber ajuda”, explica o sacerdote. O escritório da AIS é agora um espaço privilegiado na cidade. É por ali que tudo tem vindo a acontecer. Chegam os refugiados, mas também a ajuda. A Fundação AIS passou a representar o acolhimento, o abraço, o conforto para quem deixou para trás tudo o que tinha, por vezes ainda familiares e amigos. Para quem chega de mãos vazias e tem pela frente um mundo de incógnitas e de medo, o sorriso acolhedor dos voluntários da AIS não tem preço. E todos querem ajudar. “Os donos de restaurantes vêm até nós trazendo sopa e sanduíches, e muitas pessoas estão a oferecer a sua ajuda para cozinhar panelas de sopa, guisados e tachos de comida”, explica Julka, a voluntária da AIS.

 

Primeiro abraço

Mas não é só de sorrisos e comida quente que se faz o acolhimento dos que chegam oriundos da Ucrânia. Há um espaço próprio para mães e crianças, há um centro de assistência médica e um outro de apoio psicológico. À frente deste espaço está uma voluntária especial. Andzela, uma ucraniana que vive em Wroclaw desde há dois anos e que talvez nunca imaginasse estar a acolher tantos compatriotas num tão curto espaço de tempo. “As pessoas que chegam aqui estão traumatizadas. Não sabem o que o futuro lhes reserva e estão profundamente angustiadas. Explico-lhes que estão em boas mãos”, diz Andzela, que leva o seu empenho no apoio aos refugiados muito para além do tempo em que está nas instalações da Fundação AIS. O seu telefone está sempre ligado e ela atende quem estiver no outro lado da linha, seja a que horas for. Até porque a todo o momento chegam novos refugiados vindos do outro lado da fronteira e as histórias que trazem são cada vez mais dramáticas… E quem melhor do que os voluntários da Fundação AIS, verdadeiros anjos da guarda, para esse primeiro acolhimento, para dar um primeiro abraço de conforto?

 

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