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“Calem-se as armas”, apela novamente o Papa
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O Papa Francisco fez mais um apelo à paz na Ucrânia. Na semana em que pediu ao Patriarca Ortodoxo de Moscovo uma intervenção pela paz, o Papa lamentou os dois meses de guerra, apelou a discípulos capazes de “transmitir a chama da esperança” e agradeceu ao primeiro-ministro da Hungria o acolhimento de refugiados ucranianos.

 

1. O Papa pediu a oração dos fiéis pelo fim da guerra na Ucrânia. “Queridos peregrinos de língua portuguesa, peço-vos que persevereis na oração incessante pela paz. Calem-se as armas a fim de que aqueles que detêm o poder de parar a guerra escutem o clamor da humanidade inteira por paz”, pediu Francisco, na audiência-geral de quarta-feira, 27 de abril, quando se dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa. “A fé e o amor são capazes de recompor as fraturas”, acrescentou.

Na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa prosseguiu a sua meditação sobre a velhice e os idosos, convidando a redescobrir o “maravilhoso livro de Rute, uma preciosidade da Bíblia, especialmente na meditação sobre o amor e na catequese sobre a família”. “Este pequeno livro contém também um valioso ensinamento sobre a aliança das gerações: onde a juventude se mostra capaz de dar novo entusiasmo à idade madura, a velhice mostra-se capaz de reabrir o futuro para a juventude ferida”, explicou, afirmando que “a fé e o amor são capazes de recompor as fraturas – aparentemente insuperáveis – geradas pelos preconceitos comuns”. “Se os jovens se abrirem à gratidão por tudo o que receberam e os idosos tomarem a iniciativa de repropor seu futuro, nada poderá frear o florescimento das bênçãos de Deus entre os povos! Que Ele nos conceda sermos testemunhas e mediadores destas bênçãos”, referiu.

Francisco recordou também o oitavo aniversário da canonização de São João Paulo II que se assinalava naquele dia 27. “Por sua intercessão, pedimos para ser testemunhas fiéis de Cristo e do seu amor misericordioso no mundo, na família e no trabalho”, pediu o Papa.

 

2. O Papa Francisco enviou uma mensagem de Páscoa ao Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Cirilo, pedindo uma intervenção pela paz que ajude a travar a guerra na Ucrânia. “Querido irmão! Que o Espírito Santo possa transformar os nossos corações e tornar-nos verdadeiros artífices da paz, especialmente para a Ucrânia devastada pela guerra”, escreveu Francisco, num texto divulgado pelo Vaticano.

A mensagem surge um dia depois de o Papa ter pedido uma “trégua pascal” na guerra iniciada a 24 de fevereiro, assinalando a celebração da Páscoa nas comunidades cristãs de rito bizantino (24 de abril), as quais seguem o calendário juliano em vez do calendário gregoriano. “Que a grande passagem pascal da morte para uma nova vida em Cristo possa tornar-se uma realidade para o povo ucraniano, que anseia por um novo amanhecer que ponha um fim às trevas da guerra”, sublinhou o Papa.

A carta de saudação, que Francisco também enviou a outros Patriarcas das Igrejas Orientais, foi publicada no site do Patriarcado de Moscovo. “Sentimos todo o peso do sofrimento da nossa família humana, esmagada pela violência, pela guerra e por tantas injustiças”, referiu. “Vamos continuar com o coração agradecido ao Senhor que tomou sobre si todo o mal e toda a dor de nosso mundo”, acrescentou, convidando os responsáveis cristãos a rezar uns pelos outros “para dar testemunho fiável da mensagem evangélica de Cristo ressuscitado e da Igreja como sacramento universal de salvação”.

 

3. O Papa lamentou os dois meses de conflito na Ucrânia, lembrando que a guerra é um ato bárbaro. “Que seja Cristo a dar paz ultrajada pela barbárie da guerra, exatamente hoje, em que decorrem dois meses de guerra. Em vez de parar, a guerra agravou-se. É triste que nestes dias, que são os mais santos e solenes para todos os cristãos, se oiça mais o fragor mortal das armas do que o som dos sinos que anunciam a ressurreição. E é triste que as armas estejam a ocupar sempre mais o lugar da palavra”, referiu Francisco, no Vaticano, após a oração pascal do Regina Coeli, no passado Domingo, 24 de abril.

Nesta intervenção, o Papa renovou o apelo a uma trégua pascal. “Que cessem os ataques para se poder socorrer as populações exaustas. Que se detenham, obedecendo às palavras do Ressuscitado que no dia de Páscoa repete aos seus discípulos, a paz esteja convosco. Peço a todos que reforcem a oração pela paz e de terem a coragem de dizer e de manifestar que a paz é possível”, apelou, não esquecendo o papel dos governantes: “Que os líderes políticos, por favor, escutem a voz da gente que quer a paz e não uma escalada do conflito”.

 

4. O Papa Francisco encontrou-se com um grupo de 120 pessoas, participantes do simpósio promovido pela Associação ‘Fiat’, e pediu discípulos “capazes de transmitir a chama da esperança”. “Precisamos de discípulos convencidos da sua profissão de fé e capazes de transmitir a chama da esperança aos homens e mulheres deste tempo. Devemos cultivar continuamente o espírito missionário para nos aproximar daqueles que sofrem, abrindo os nossos corações para eles. Devemos caminhar com eles, lutar com eles por sua dignidade humana e espalhar o perfume do amor de Deus por toda parte. A nossa casa comum é abalada por múltiplas crises. Não devemos ter medo das crises; as crises nos purificam, elas nos fazem sair melhor. Sem medo!”, lembrou, na audiência de sábado, 23 de abril.

Francisco recordou ainda a “tragédia da guerra no território da Ucrânia tão próxima” e a “necessidade urgente de uma civilização do amor”. “No olhar de nossos irmãos e irmãs vítimas dos horrores da guerra, lemos a necessidade profunda e premente de uma vida marcada pela dignidade, paz e amor”, destacou.

 

5. O Papa Francisco recebeu, no Vaticano, o primeiro-ministro da Hungria, naquela que foi a primeira viagem ao estrangeiro de Viktor Orbán depois de ter sido reeleito pela quarta vez para o cargo, e “expressou o seu apreço pelo trabalho de proteção e acolhimento que a Hungria está a fazer pelas pessoas que fogem da Ucrânia”, refere o Vatican News, o portal de informação da Santa Sé.

Nesta audiência que durou cerca de 40 minutos, no passado dia 21, Orbán manifestou o desejo de receber Francisco numa viagem apostólica mais longa, visita para o qual o Papa já manifestou a sua disponibilidade. Recorde-se, que a última vez que os dois se encontraram foi em setembro de 2021, quando o Papa foi a Budapeste para o encerramento do Congresso Eucarístico Internacional.

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