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P. Duarte da Cunha
Mês de Junho – Encontro Mundial das Famílias
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Foi em 1994 que, pela primeira vez, o Papa João Paulo II convidou as famílias de todo o mundo a encontrarem-se com ele em Roma. Estávamos no Ano Internacional da Família. Desde então, não são só as Jornadas Mundiais da Juventude, mas também os Encontros Mundiais das Famílias, reuniram centenas de milhares de pessoas à volta do Sucessor de Pedro. Desde o início, houve três pilares fundamentais nestes encontros: (1) a festa - porque a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher que se amam e se abrem à vida é mesmo uma grande graça que devemos festejar e que nestes encontros têm a particularidade de reunir diversas gerações, netos, e avós, pais e filhos; (2) a oração - de louvor e de súplica por todas as famílias, especialmente as que precisam de mais ajuda; (3) a reflexão - porque a família, por causa das grandes mudanças sociais e culturais, precisa de ser pensada e estudada para se tornar mais claro qual o seu papel na vida das pessoas e da sociedade.

Desde 1994, de três em três anos, houve um novo grande EMF. Estava previsto um para 2021 em Roma, já que o anterior tinha sido em Dublin em 2018. Contudo, por causa do covid, foi preciso adiar. Depois, além do adiamento, foi feita a proposta de uma mudança grande na forma. A proposta foi que, em cada diocese, se replicasse o Encontro Mundial das Famílias, com as adaptações necessárias, mas que em todo o mundo, ao mesmo tempo houvesse, um encontro das famílias. Ainda haverá um encontro em Roma, de 22 a 26 de Junho, mas só para delegações pequenas vindas de cada país. O tema do Encontro é: “O amor na família, vocação e caminho de santidade”, e nele haverá celebrações e momentos de festa, assim como um Congresso Teológico-Pastoral e uma grande celebração com o Papa.

Em Lisboa, seguimos o desafio do Santo Padre e pensámos em organizar um Encontro com os três pilares bem evidenciados. Se todos os anos tem havido uma grande festa das famílias da nossa diocese, onde se dá graças pelos casais que celebram os seus jubileus e se festeja a família, dando ao mundo um sinal da vitalidade das famílias cristãs, este ano, essa festa será o ponto central da versão lisboeta do Encontro Mundial das Famílias. Além disso, porque nos preparamos para receber os jovens de todo o mundo em Agosto de 2023 e a JMJ já nos ocupa a todos tanto, foi proposto que em Lisboa o tema geral fosse: “Famílias a caminho da JMJ 2023”. O nosso encontro acontecerá nas mesmas datas do de Roma, mas, claro, será adaptado. Assim, o Setor da Pastoral da Família propõe às comunidades que no dia 22 tenham presente o início do Encontro com uma oração especial ou um evento paroquial. No dia 23, dia JMJ, tendo em conta que a Cruz do COD de Lisboa estará na Vigararia de Mafra, haverá um momento proposto de encontro de famílias com Jovens. Foram já mandadas para as paróquias sugestões de oração a fazer pelas famílias no dia 24. No dia 25, haverá um grande congresso sobre o amor e a santidade nas famílias e nos jovens. Para ele estão convidados todos (sendo necessária uma inscrição). Pode vir a ser um fortíssimo momento de reflexão. Convido a verem o programa na página do Patriarcado. No dia 26, em Vialonga, teremos a grande festa das famílias onde todos, sem exceção, são convidados a estar presente. Haverá festas, testemunhos, espaços para brincar e outros para comer. Será um grande momento de anúncio de que a família. Para mais informações e para se inscrever no Congresso vá a www.patriarcado-lisboa.pt.

 

Não posso terminar esta nota sem partilhar a dor pela “partida para a Casa do Pai” do Padre João Seabra. Foi um homem amigo e um padre decisivo para tanta gente, mas atrevo-me a dizer que especialmente para mim. Se calhar cada um dos seus amigos dirá o mesmo! Desde a minha juventude que o conheci e admirei, ajudou-me a perceber que as coisas da fé têm um centro: Jesus Cristo; mas, depois, tornou-se um amigo, uma companhia constante e um pai!

Contudo, se tudo tinha sido já tão importante, estes últimos anos em que, por uma graça enorme, vivemos juntos, foram ainda mais especiais. Fui vendo de muito perto como se faz para viver feliz mesmo no meio dos limites físicos evidentes, e como se mantém a atenção no essencial e com um coração de pastor e pai preocupado em levar cada um aos “prados verdejantes” (Salmo 22)! Peço ao Senhor que me dê a graça de manter viva a sua memória na minha vida e na forma de ser padre: pregando sem medo a Palavra de Deus, celebrando com devoção a Eucaristia, confessando para levar à experiência da misericórdia de Deus, escutando e ajudando as pessoas a discernir, educando para que cada um viva bem e encontre pessoalmente o Senhor, cuidando da comunhão da Igreja e da incidência da Igreja na vida social.

Pensando no padre João, há uma grande gratidão ao Senhor associada à consciência da responsabilidade de viver intensamente o real como o Padre João o viveu até ao último suspiro.

 

P. Duarte da Cunha