1. Em setembro de 2008, cerca de 800 pessoas de todas as Dioceses de Portugal participaram em Fátima no I Congresso Missionário Nacional, subordinado ao tema “No encontro com Cristo Vivo, chamados e enviados para a Missão em Portugal e no mundo”. Um congresso que realçou que a dimensão missionária está no centro da vocação e da missão da Igreja.

Passados 14 anos e em permanente dinamismo sinodal, vai realizar-se um II Congresso Missionário na Universidade Católica em Lisboa, nos dias 14 e 15 de outubro. Um congresso organizado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), pela Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), pelos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) e pelas Obras Missionárias Pontifícias (OMP). Retomo algumas linhas do lema inspirador deste Congresso sobre a Fraternidade Sem Fronteiras:

«A questão essencial com que nos deparamos é o como aprender como viver juntos, como respeitar o outro, como dialogar com o diferente. É-nos exigido um esforço de atenção em três blocos prioritários de diálogo, que se apresentam com ramificações e matizes enriquecedoras: com as religiões, com os indiferentes e com a cultura… No encontro com a imensa variedade de religiões, deve adotar-se sempre a cultura do diálogo como caminho; a colaboração como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério…

O verdadeiro encontro e o diálogo genuíno entre culturas e religiões têm como esteira comum o encontro e o diálogo entre pessoas concretas. Alimentados por esta convicção, desejamos alentar-nos mutuamente a aprofundarmos o nosso conhecimento mútuo e a nossa relação, em vista a uma colaboração fraterna entre diferentes, acreditando que é juntos que se constroem os sonhos (FT 8)».

2. Do programa constam seis conferências que abordarão os seguintes temas: Fraternidade sem Fronteiras e o Documento de Abu Dhabi (Cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso); A Fraternidade na Cultura do Diálogo (Professora Maria Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa); A Fraternidade na Política, na Economia e no Modelo Social (Dr. Guilherme d’Oliveira Martins, Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian); Fraternidade e Missão (D. José Ornelas Carvalho, Bispo de Leiria-Fátima e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa); Fraternidade no Diálogo Intercultural e Inter-Religioso (Dra. Diana de Vallescar Palanca, especialista em Interculturalidade); A Fraternidade e a Reconstrução da Esperança (Cardeal José Tolentino Mendonça, Arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e Bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana).

Haverá dois significativos painéis, ambos sobre Perspetivas da Fraternidade sem Fronteiras: o primeiro inclui o Islamismo (Khalid Jamal), o Judaísmo (Isaac Assor) e o Cristianismo (Pedro Gil); o segundo terá representantes do Hinduísmo (Shiv Kumar Singh), do Budismo (Paulo Borges) e do Catolicismo (Pedro Vaz Patto).

O Congresso contará ainda com as mais altas entidades da Igreja, do Estado e da sociedade civil nas sessões de abertura e de encerramento. Haverá ainda um momento musical com Rão Kyao e uma oração inter-religiosa.

3. A dimensão da sinodalidade missionária, particularmente vivida em outubro missionário, constitui forte intercalação à presença neste fórum de reflexão sobre a fraternidade sem fronteiras. Procuremos caminhar juntos na missão que nos une e irmana como pessoas crentes em Deus. Fica o convite à participação, presencial ou digital, segundo as informações e programa do Congresso: www.conferenciaepiscopal.pt/congressomissio22.

P. Manuel Barbosa, scj