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Isilda Pegado
Senhor Dom Daniel Henriques
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Estas primeiras palavras deveriam ter sido escritas há mais de 4 anos, no dia em que se soube que o Padre Daniel Henriques, nascido no concelho de Mafra, recebia agora a Mitra Episcopal. Que seja do nosso conhecimento, D. Daniel Henriques foi o primeiro Bispo “nascido e criado” no concelho de Mafra.

É sempre uma alegria, ou melhor, uma letícia, para um povo, saber que “um dos nossos” sobe às mais altas responsabilidades e é um eleito para Servir. Enche-nos o coração. O pudor ou a simples distração de então, só agora permitem expressar esta gratidão (que não é só nossa, mas estou certa, é de todo este povo de Mafra) ao “nosso Bispo” e a toda a sua família.

Ainda na juventude, olhávamos para aquele Seminarista (e a sua irmã Dina, também hoje Consagrada) com admiração pela Família onde cresciam e a doce suavidade e humildade com que viviam ali em Santo Isidoro, ou estavam na Paróquia da Ericeira. Não sei como dizê-lo, mas o modo simples como estavam entre nós, o exemplo e a serenidade eram, só por si, um Testemunho. Depois destas, outras vocações aqui surgiram. Tudo um Mistério.

As centenas de pessoas que na Missa Fúnebre do Sr. D. Daniel, em Santo Isidoro, estiveram presentes são a prova viva deste Testemunho de Fé e de vida entregue a Cristo com Amor, Nobreza e Humildade. Assim se faz a Igreja. Assim é a Igreja de Cristo.

Nestes quase 4 anos do seu Episcopado fomos beneficiando da enorme disponibilidade que tinha sempre para uma conversa, um conselho e uma ajuda. Não havia pressa. O tempo, nos seus olhos, era um Dom que nos entregava totalmente. Como o Pastor que gosta de estar com as suas ovelhas. Um Bispo que continuava a ser Padre.

Ao longo dos séculos a Igreja tem sido feita de muitos modos e com vocações muito diversas. E por isso, “contra ventos e marés”, a Igreja é a Barca que não se afunda, que conduzida por Cristo é sempre a Nossa Casa, o lugar onde o Abraço do Amor é carnal e é palpável. A Igreja não tem nada de virtual. O Cristianismo é um Facto. O Verbo fez-se Carne.

A Igreja também é o Sr. Dom Daniel e tudo o que construiu directa e indirectamente com o seu Sacerdócio.

A intimidade com Cristo, bem patente no seu Testamento Espiritual, é como que uma exposição que aclara e evidencia aquela Intimidade e proximidade. Neste seu Testamento Espiritual, ousa com lealdade e de coração aberto, mostrar como travou o Bom combate da Fé. Continua a pregar o Amor de Cristo. Por isso, a Santidade trespassa as suas palavras neste Testamento Espiritual, e buscam incessantemente a Bem-aventurança Celestial.

Uma vida dada a Deus e aos homens, até ao fim.

E nós, aqui na “Sua Terra”, bafejados pela Graça de ter privado com este Servidor de Deus, humildemente desejamos poder segui-lo e pedir-lhe que Vele por nós.

Obrigado, Sr. Dom Daniel… e a toda a sua Família.

 

Isilda Pegado

Presidente da Federação Portuguesa pela Vida