A doença arterial periférica (DAP) é causada pela obstrução nas artérias dos membros inferiores que dificulta a circulação do sangue. Estima-se, de acordo com vários estudos, que afete 3 a 10% da população portuguesa, embora a incidência possa mesmo chegar aos 15 a 20% entre pessoas acima dos 70 anos. Apesar disso, é uma doença sobre a qual não se fala o suficiente e que, pelo menos numa primeira fase, pode facilmente passar despercebida – cerca de 20 a 50% dos seus portadores podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas atípicos –, o que dificulta consideravelmente o diagnóstico e o consequente tratamento.
A DAP é um importante marcador de risco cardiovascular global, isto é, associa-se, e em simultâneo está associada, a doença coronária e cerebrovascular, pelo que o diagnóstico precoce é essencial. Sabendo que se trata de uma doença vascular, se a tratarmos podemos mudar a sua evolução natural de mortalidade e morbilidade. Isto porque, sem tratamento, a DAP apresenta uma mortalidade a cinco anos de 10 a 15%, com um quinto dos afetados a desenvolverem um evento cardiovascular não fatal.
É importante que se mantenha atento aos sintomas típicos da doença e que, na presença deles, não adie a procura de um especialista médico. Após o diagnóstico, o tratamento da DAP é primariamente o tratamento médico com controlo das patologias associadas e – o mais importante – mudanças no estilo de vida. Nas situações mais graves, quando é absolutamente necessário restabelecer o fluxo sanguíneo, poderá ser necessário realizar uma intervenção cirúrgica. Hoje em dia, com a enorme e rápida evolução dos dispositivos, temos ao dispor técnicas cirúrgicas menos invasivas, as chamadas técnicas endovasculares, que têm um papel primordial no tratamento.
A doença arterial periférica pode ter origem numa combinação de fatores imutáveis (predisposição genética, género e idade) e mutáveis (tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, displidemia, obesidade e stress). A sua prevenção faz-se através do controlo destes últimos.
Algumas dicas: pratique atividade física um mínimo de 30 minutos por dia, cinco dias por semana; mantenha o seu peso sob controlo, com um índice de massa corporal abaixo de 25, e reduza a ingestão de açúcar; vigie a sua pressão arterial e os níveis de colesterol; evite o stress excessivo e não fume.
Jorge Tenreiro
Coordenador de Angiologia e Cirurgia Vascular no Instituto CUF Porto
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