Lisboa |
A Pastoral da Saúde na paróquia
O desejo de uma Pastoral da Saúde “organizada, integrada e transversal”
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O responsável pela Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa convidou as paróquias a “olhar a realidade” e “fazer aquilo que é necessário fazer, para responder aos desafios”. Num encontro sobre a Pastoral da Saúde paroquial, o padre Fernando Sampaio destacou a necessidade de “ter criatividade”, mas também “orar por este projeto” e estar em consonância “com os párocos”.

 

“Organização”. No entender do diretor da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, é esta a palavra chave nesta área da evangelização. “Se queremos lançar a Pastoral da Saúde como pastoral – porque o que nós temos, muitas vezes, são grupos dispersos que fazem coisas paralelas – é necessária organização. A ideia da Pastoral da Saúde é que seja uma pastoral organizada e integrada, que seja uma pastoral transversal dentro da paróquia e que possa animar também outras pastorais”, desejou o padre Fernando Sampaio, durante um encontro de formação, com o tema ‘«Curai os doentes» (Mt 10, 8) – Criar comunidade compassivas e consoladoras’, que a Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, em colaboração com a paróquia de Oeiras, promoveu no dia 1 de dezembro, no Centro Social Paroquial de Oeiras.

Segundo este responsável, a Pastoral da Saúde “pode estar em diferentes níveis”, tendo como objetivo primordial a cura da pessoa “na sua totalidade”. “Para esta renovação e reflexão, vale a pena pegar no Evangelho e na Palavra de Deus e ter Jesus como inspiração. Jesus passou a fazer o bem, a curar os doentes, os leprosos, ressuscitou mortos, animou, deu esperança, fez surgir uma nova esperança curando a pessoa na sua totalidade: do corpo, do espírito, da mente e, ao mesmo tempo, anunciando o Evangelho”, salientou o sacerdote, que é capelão do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, desde 1995. “Não há empresa nenhuma que perdure se não tiver organização, se não tiver liderança. Nesse sentido, Jesus foi um grande líder”, reforçou.

 

Oração e consonância

Neste encontro sobre a Pastoral da Saúde na paróquia, o padre Fernando Sampaio destacou ainda um fator a ter “sempre” em consideração. “Há uma coisa muito bonita que temos de ter sempre em conta quando lançamos um projeto: é que ele seja orado, primeiro. Jesus orou tremendamente, numa relação íntima e profunda com Deus. Quando Jesus escolheu os discípulos, ou seja, quando Jesus escolheu a sua equipa, Ele passou toda a noite em oração. Orar a Pastoral da Saúde, e este projeto, é necessário”, garantiu. “É necessário orar e colocar toda a comunidade a orar pelo projeto que é a Pastoral da Saúde”, acrescentou.

O diretor da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, que se mostrou “muito satisfeito” com “esta iniciativa de impulsionamento e de reflexão”, sublinhou igualmente que, “na paróquia, é o padre o responsável”. “Tudo depende do padre. Não vale a pena criar Pastoral da Saúde contra o padre. O pároco é o grande organizador e motivador de Pastoral da Saúde e de todas as pastorais da paróquia. Não podemos fazer qualquer coisa contra o padre, como os discípulos não fizeram nada contra Jesus”, lembrou, reforçando ser “necessário contar com o pároco” para que, “de facto, as coisas sejam integradas na pastoral da paróquia”.

 

Olhar a realidade

Capelão hospitalar com 30 anos de experiência, o padre Fernando Sampaio manifestou a importância de, nas paróquias, se “fundar uma equipa”, que “tem de ter objetivos” e “saber o que vai fazer”. “Na Pastoral da Saúde não podemos olhar apenas os doentes. Temos de olhar a família, temos de olhar a comunidade, temos de promover a vida e a saúde”, observou.

Da mesma forma, acrescentou, há que “ter criatividade” na Pastoral da Saúde. “Nós, a nível diocesano, não dizemos o que deve ser feito ou como deve ser feito. Nós dizemos: ‘É necessário pegarmos no Evangelho, pegarmos naquilo que Jesus nos desafia e nas nossas realidades concretas, das nossas comunidades, ver o que precisamos, qual a análise que fazemos, para percebermos o que precisamos para o lançamento da Pastoral da Saúde’. É isso que pedimos às comunidades”, explicou. “O grupo, ao rezar, ao organizar-se, ao olhar para a realidade que tem, constrói os dinamismos, e tudo trabalha em comum. No fundo, olhar a realidade à nossa volta, para nos integrarmos dentro dela e fazermos aquilo que é necessário fazer, para responder aos desafios que nos vem da comunidade. A Igreja fez isso ao longo dos séculos e é necessário que nós o façamos agora, também. A Pastoral da Saúde é uma pastoral que nos leva a uma grande evangelização, para o bem de todos”, assinalou o diretor da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa.

 

No cerne do cristianismo

Esta formação, em Oeiras, contou com a presença de representantes de diversas paróquias e instituições e, na fase inicial, o padre Rui Louro, capelão do Hospital de Egas Moniz desde 2019, realçou que “a Pastoral da Saúde está no cerne de toda a mensagem cristã”, sendo necessário “estimular e potenciar uma relação paróquia-hospital que favoreça uma verdadeira assistência pastoral”. “É importante que o hospital e a paróquia não estejam em lados diferentes do cuidado pastoral, mas que um seja o prolongamento do outro”, considerou o capelão hospitalar, sublinhando igualmente a necessidade de pedir a assistência espiritual e religiosa no hospital. “Num tempo em que, em tantos hospitais, são levantadas tantas barreiras à liberdade de movimentos para a assistência espiritual e religiosa, é importante que as comunidades paroquiais acionem esta assistência, nos serviços hospitalares, para que legitimem a sua presença junto dos seus doentes”, alertou.

O padre Rui Louro, na sua intervenção, destacou ainda a necessidade de acompanhamento. “Se um irmão tem de fazer a experiência de um internamento hospitalar, não o deixamos também sozinho, fazendo uma travessia de vida num meio que lhe é estranho, cheio de interrogações, de angústias, de falta de apoio espiritual, de falta de amparo na fé. Quantas vezes nos lembrámos de contactar a capelania hospitalar, para o referenciar ao capelão ou aos agentes pastorais que ali desenvolvem uma importante missão assistencial, para que estes lhe garantam o regular acompanhamento, seja na dimensão sacramental, seja na dimensão espiritual, seja no enfrentamento conjunto das suas dúvidas e medos, seja no amparo da fé? É tão importante que a comunidade não o abandone”, frisou este capelão hospitalar.

 

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Pastoral da vida

“Esteve para ser ontem aprovada a eutanásia. Foi adiada, mas daqui a pouco virá novamente ao de cima esta pastoral, do Parlamento, sobre a morte. Isto é uma pastoral da morte… Mas nós temos de ter a pastoral da vida e da saúde!”

Padre Fernando Sampaio, diretor da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa 

 

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Capelanias hospitalares mais perto dos utentes

Os contactos e a localização das 37 capelanias hospitalares na diocese estão à distância de um click, no computador ou no smartphone. “A facilidade de acesso às capelanias e o conhecimento do capelão permite uma maior proximidade entre as capelanias hospitalares e as comunidades paroquiais e famílias. Também o próprio doente, através de telemóvel, pode aceder facilmente ao capelão do Hospital onde está internado”, explica uma nota da Pastoral da Saúde do Patriarcado, sublinhando que “esta facilidade de comunicação promove, com efeito, o direito dos doentes à assistência espiritual e religiosa”.

Pode aceder aos contactos e localização das 37 capelanias hospitalares na diocese através do link: www.patriarcado-lisboa.pt/saude.

 

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Plano da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa

Durante o encontro em Oeiras, o diácono Rui Mesquita, colaborador da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, apresentou os “projetos âncora” deste setor para o ano pastoral em curso. E são quatro:

- Fóruns Saúde: ajudar a organizar encontros institucionais para melhorar o conhecimento mútuo, para identificar potenciais áreas e modos de cooperação missionária/samaritana na saúde;

- Dia Mundial do Doente (11 de fevereiro): partilhar com toda a diocese a Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente, com um resumo para ajudar a compreender o texto;

- 2ª-feira da Divina Misericórdia (17 de abril): remete para a dimensão da oração, e pretende que seja a comunidade a viver esta dimensão, para alimentar a espiritualidade do grupo da Pastoral da Saúde, outros cuidadores e parceiros;

 - Semana da Vida e da Saúde (previsivelmente, de 12 a 19 de maio): tem como propósito lançar sementes e implica o lançamento de um conjunto de subsídios para o pensar e o agir – o ano passado, os subsídios foram sobre ‘O doente na paróquia’, este ano será sobre ‘A Pastoral da Saúde na paróquia’.

“O papel deste organismo diocesano é ser inspirador, mobilizador”, reforçou este responsável, lembrando que a Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa está “sempre” à disposição de todas as paróquias.

Informações: saude@patriarcado-lisboa.pt

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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