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Boletim médico #19
Soluções para deixar de ressonar
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A roncopatia, que vulgarmente conhecemos como “ressonar”, é um dos distúrbios mais comuns do sono. Sabemos que existe maior incidência a partir dos 65 anos e que, em idade pediátrica, pode afetar 10 a 12% das crianças, com o pico da incidência entre os 3 e os 6 anos, altura em que o aumento das amígdalas e adenoides é mais comum.

Mas, porque ressonamos? A roncopatia é caracterizada por um som produzido pela vibração dos tecidos moles da via aérea superior que ocorre durante o sono. Este ruído surge quando o ar não flui facilmente pelo nariz e/ou pela boca, sendo a sua passagem forçada através da via aérea superior estreita ou obstruída.

Esta emissão de ruído, tão desagradável para quem a ouve, não constitui apenas um incómodo do ponto de vista conjugal e social, mas pode também estar associada a apneia obstrutiva do sono, ou seja, à presença de paragens respiratórias frequentes durante o sono. Neste caso, o sono dos doentes torna-se fragmentado e pouco reparador, podendo provocar cansaço matinal e sonolência durante o dia. Está ainda provado que aumenta o risco de hipertensão arterial, aterosclerose, enfarte agudo do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.

Existem várias causas possíveis para a roncopatia, entre as quais excesso de peso, ingestão de bebidas alcoólicas ou medicamentos que provoquem relaxamento muscular, eventuais alterações anatómicas que causem obstrução nasal – como por exemplo: desvio do septo nasal, rinite ou sinusite crónica. Entre as causas estão também as alterações anatómicas faríngeas – como por exemplo, palato e úvula longos e flácidos, aumento das amígdalas e/ou adenoides; ou alterações anatómicas do maxilar inferior.

Todas as pessoas com roncopatia simples ou suspeita de apneia obstrutiva do sono devem procurar uma consulta de Otorrinolaringologia ou consulta de Roncopatia, que tem como objetivo identificar os motivos subjacentes a cada caso, avaliar as condições associadas e, consequentemente, tratar o problema. É essencial para a melhoria da qualidade de sono e de vida dos doentes, para a diminuição do impacto conjugal e social que pode provocar e para a prevenção das doenças graves que pode originar.

O tratamento deve ser adaptado de pessoa para pessoa, sempre no seguimento de uma avaliação por um otorrinolaringologista. As medidas recomendadas podem incluir soluções preventivas: dormir sete a oito horas por noite; evitar exercício físico antes de se deitar; preferir uma posição lateral para dormir, ao invés de dormir de barriga para cima; perder o peso que se tem em excesso; em caso de obstrução nasal noturna, tomar medicação descongestionante ou anti-inflamatória nasal; não consumir bebidas alcoólicas à noite e não fumar.

Por indicação médica, podem ser necessárias soluções cirúrgicas, como a correção de desvios do septo nasal, remoção das amígdalas e/ou adenóides, tratamento da sinusite crónica, cirurgias de avanço muscular e maxilar, entre outras. Para além destas soluções, pode também estar indicado, por exemplo, o uso de próteses ou dispositivos orais de avanço mandibular assim como de CPAP – dispositivo que assegura uma pressão positiva contínua na via aérea.

Se ressona, procure o seu médico de forma a avaliar o impacto que está a ter na sua saúde e na sua qualidade de vida. Existem soluções à medida de cada pessoa.

 

João Diogo Martins
Otorrinolaringologista no Hospital CUF Descobertas e no Hospital CUF Torres Vedras

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