O nosso Seminário Maior Cristo-Rei (Olivais) completou, no passado dia 24 de Outubro, 80 anos de existência e missão, na procura de formar sacerdotes na santidade e sabedoria de Deus para o serviço da Igreja e do mundo. Nesta Semana dos Seminários em que somos convidados a rezar e cuidar mais atentamente das vocações ao sacerdócio, aqui deixamos uma pequena apresentação do Seminário dos Olivais.

“O lema que, em 1931, o Cardeal Cerejeira escolheu para o seu novo Seminário, fundado na recém-adquirida quinta dos Condes de Olivais e Penha-Longa: Sicut novellae olivarum (Como rebentos de oliveira), resumia, numa frase bíblica (Sal 127,3), todas as esperanças do então, também ele novo, Patriarca de Lisboa.

Notemos, desde logo, que o lema era uma frase da Sagrada Escritura, não de um qualquer outro lugar: a palavra de Deus seria o lugar inspirador de toda a formação e de toda a actuação dos novos padres.

Depois, notemos igualmente a óbvia referência às oliveiras, dado que o Seminário se situa na região dos “Olivais” (recordemos que, então, nas suas redondezas existia apenas o lugar de Santa Maria dos Olivais, e que Moscavide, Olivais Sul, Encarnação e, sobretudo, o Bairro da Portela de Sacavém – onde hoje se situa o Seminário – não passavam de grandes campos agrícolas). Por outro lado, da oliveira é-nos dado o azeite, óleo com que, no Antigo Testamento, eram ungidos os sacerdotes, profetas e reis, e de onde o próprio Cristo retirou o seu nome (Messias, “Ungido” não já com o óleo material, mas pelo Espírito de Deus), e o novo Seminário tem como função primeira a formação de novos sacerdotes, participantes do único sacerdócio de Cristo.

Estes novos sacerdotes são “como rebentos”. O mesmo é dizer: são o fruto primeiro da actividade do Bispo que, através deles, pode chegar a toda a diocese, animando-a na sua vida cristã, transmitindo a todos os dons da graça de Deus. Depois, somos convidados a olhar o próprio Seminário com esperança: é para ele que as diversas comunidades diocesanas dirigem a sua atenção, na esperança de poderem continuar a receber a presença sacramental de Cristo, Bom Pastor. Finalmente, cada Padre formado pelo Seminário constitui uma verdadeira esperança para o próprio e para o mundo: é a esperança, sempre renovada, que marca, desde o início, o anúncio do Evangelho e a vida daqueles que o anunciam.

O Seminário dos Olivais celebra este ano o 80º aniversário da sua existência. Aos que agora constituem a sua comunidade (vindos – hoje como desde o início – de várias dioceses do país), cabe a tarefa viver esta esperança e também de viver nela: é uma responsabilidade a ser cumprida e também uma vocação entusiasmante, fruto não só do querer humano mas (sobretudo) do próprio Senhor Jesus.”

(D. Nuno Brás, Reitor do Seminário, na página on-line do Seminário dos Olivais)