Domingo |
À Procura da Palavra
De lâmpadas acesas

DOMINGO XXXII COMUM

 

Levantaram-se todas

e começaram a preparar as suas lâmpadas.”

Mt 25, 7


É admirável ver como a sabedoria dos provérbios nos oferece tantos pensamentos sobre a prudência, a importância de nos prevenirmos, o cuidado com o imprevisto: “homem prevenido...”, “mais vale um pássaro na mão...”, “quem vai ao mar...”. Cada um poderia fazer a lista daqueles que já ouviu e até põe em prática. São pequenas pérolas de sabedoria concentrada que têm o sabor de uma experiência ancestral e, ainda que haja provérbios que se parecem contradizer, trazem sempre uma história dentro deles.      

É com histórias simples que Jesus gosta de contar os mistérios do Reino. Podíamos estar na festa nupcial que relata o evangelho deste domingo e ter conhecido alguma das jovens que aí tiveram o papel principal. Cinco prudentes (talvez íntimas da sabedoria que se deixa encontrar por aqueles que a procuram) e cinco insensatas (talvez preguiçosas e pouco conhecedoras dos imprevistos da vida). Nas duas atitudes destas jovens, S. Mateus parece responder à inquietação das primeiras comunidades cristãs, que esperavam a vinda próxima de Jesus. Mais importante do que saber a hora, importa saber com que luz andamos a viver. Ou já se acabou o azeite da fé e nenhum fogo nos alimenta por dentro?

Todos os projectos, as ideias, os compromissos, os sonhos a tornarem-se realidade, são habitados por um fogo inicial que, muitas vezes, se desvanece. Instala-se a passividade e a inércia. O gosto de fazer bem, de trabalhar a sério, de “vestir a camisola” dá lugar ao “faz como os outros”, “não te rales”, “isto até nem é teu”! Curiosamente Jesus adverte-nos que o Reino e a vida neste mundo têm critérios idênticos: só se desenvolvem quando trabalhamos a sério. E não adianta alienarmo-nos em espiritualismos que nos afastam dos compromissos diários: não diz o provérbio, “primeiro a obrigação e depois a devoção”? Com o trabalho, a vida em comunidade e o amor parece que há uma sina difícil de vencer. O emprego garantido acomoda, o registo baptismal e o acesso às “festinhas da fé” “dão jeito”, o papel do casamento garante a vida em comum! Em todas as dimensões da vida, se não lutamos por elas, se não levamos ao máximo as nossas capacidades, se não alimentamos o fogo de ser e fazer melhor, não nos admiremos de as perder. O azeite para a candeia e a lenha para o fogo da vida temos de os descobrir e desenvolver dentro de nós!

É fogo e luz o que Jesus veio trazer à terra e é no contacto com Ele que reacendemos a fé. Também a esperança e a caridade. Com esforço e exigência. Com qualidade e eficiência. Assim na mais pequena das responsabilidades como na mais solene das liturgias. Se não trazemos a luz de Cristo em nós não adianta gritar contra a escuridão!

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