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D. Louis Sako denuncia Igreja perseguida no Iraque e faz apelo
“Por favor, não se esqueçam de nós!”
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A Fundação AIS convidou o Arcebispo de Kirkuk, Iraque, para testemunhar em Portugal como é a vida dramática dos cristãos no seu país. Perseguidos, mortos (quase mil desde 2003) são obrigados a fugir para poderem sobreviver.

 

Durante pouco mais de uma semana, o Arcebispo de Kirkuk (Iraque), D. Louis Sako, fez um sentido apelo aos Portugueses em Lisboa, Braga e Fátima, para que protestem publicamente perante os ataques de que a Igreja está a ser vítima no seu país, em todo o Médio Oriente e na Ásia. “Não se acomodem” e “saiam para a rua em protesto”, foram algumas das ideias fortes que deixou nas conferências e em todas as muitas entrevistas que concedeu durante a sua estadia no nosso país.

 

Testemunho dramático

A convite da Fundação AIS, D. Louis Sako deixou um testemunho dramático do que é viver num país onde a liberdade religiosa é letra morta, havendo quase diariamente registo de notícias de atentados, violência e morte contra a comunidade cristã.

 

Medo e horror no Iraque

Escutado sempre por largas dezenas de pessoas em todas as conferências realizadas em Lisboa, Braga e Fátima, o Arcebispo de Kirkuk fez questão de não só descrever o medo e o horror por que passam os cristãos no Iraque, como deixou um apelo para que “a comunidade internacional se mobilize” em favor desta causa. Afinal, disse por mais de uma vez, “somos vossos irmãos”. Por isso, acrescentou, “por favor, não se esqueçam de nós!”.

 

Encontro com os bispos

Além das conferências, que contaram até com a presença de elementos da comunidade iraquiana a residir em Portugal, D. Louis Sako foi recebido em audiências privadas pelo Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, e por D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, além de que se encontrou também com todos os bispos reunidos em Fátima durante mais um encontro da Conferência Episcopal Portuguesa.

 

O inferno da Primavera Árabe

Segundo o prelado, os cristãos iraquianos são vítimas constantes de ataques por parte de “fundamentalistas” que ganham cada vez mais poder no contexto regional. Aliás, Louis Sako mostrou-se bastante céptico quanto ao resultado da chamada Primavera Árabe que tem vindo a dar cada vez mais poder aos fundamentalistas islâmicos, como é o caso do Egipto, Tunísia e, agora, da Líbia. “Há a ideia de que se pretende criar um califado no mundo islâmico”, explicou. “Se a situação era má no tempo da ditadura de Saddam Hussein, agora é pior. Mas eu não tenho medo. Sou padre. A minha vida já está entregue”, afirmou o bispo perante uma plateia que enchia a Igreja do Sacramento, ao Chiado, em Lisboa, situação que se repetiu em Braga, no Auditório Vita, que contou com a presença de cercas de duas centenas de professores de EMRC, ou em Fátima, na passada segunda-feira.

 

Apelo à comunidade internacional

Lançando um veemente apelo à comunidade internacional, o bispo sintetizou a delicada situação em que vivem os cristãos no Iraque, dizendo: “Estamos isolados, somos poucos e ninguém se lembra de nós. É por isso que a vossa solidariedade é tão importante! Sempre que souberem que um cristão, um padre, é vítima de violência no nosso país, devem protestar. É preciso protestar. Não compreendo porque razão os cristãos na Europa não fazem nada. Parece que têm vergonha…” Em todos os momentos, o Arcebispo de Kirkuk fez questão de agradecer o apoio prestado pela Fundação AIS, “que tem sido vital” para a sobrevivência dos cristãos no Iraque.

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