Lisboa |
Externato Nossa Senhora da Apresentação
Acolher e educar em espírito de família
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O Externato de Nossa Senhora da Apresentação, no Cacém, celebrou durante este ano 50 anos de fundação. Incutir valores nas crianças e educar em espírito de família é a missão desta obra da Congregação das Servas da Sagrada Família.

 

‘Acolher e educar em espírito de família’ é o lema do Externato de Nossa Senhora da Apresentação, no Cacém, que este ano comemorou 50 anos de fundação. Fundado em 1961 pela madre Purificação dos Anjos Silva, fundadora da Congregação das Servas da Sagrada Família, este externato nasceu inicialmente num lugar onde “apenas havia quintas, muitas flores e um ribeiro lindíssimo”, recorda ao Jornal VOZ DA VERDADE a actual directora do externato, irmã Maria Olívia Pereira Rego. “Aqui só viviam pessoas que tinham maiores possibilidades económicas e alguns mais pobres”, refere.

No ano 1957, no lugar onde se situava, à época, a Quinta da Caravela no Cacém, foi criado o Externato de Nossa Senhora da Apresentação que “iniciou como semi-internato”. “Havia meninas em regime interno e externo. Depois, em 1961, com oito meninas, passou a escola primária”, conta a irmã Maria Olívia. “Nesta altura as crianças que frequentavam este colégio pertenciam a famílias com maiores possibilidades económicas que pagavam para ter aqui os seus filhos”. Segundo esta irmã, as crianças que frequentavam a escola de cariz religioso vinham de Queluz, Barcarena, Pegões, Rio de Mouro, Belas, e eram transportadas “com o auxílio de uma carrinha própria”. Quanto ao corpo docente, “inicialmente eram as irmãs quem leccionava”, tendo começado depois, mais tarde, a haver professores leigos que assumiram essa função.

 

Incutir valores nas crianças

Actualmente, e passados 50 anos, não mudaram apenas os métodos de ensino como mudou também o ambiente físico e sociológico onde se insere a antiga Quinta da Caravela. No entanto, no Externato de Nossa Senhora da Apresentação, o lema com que foi fundado e que faz ‘girar’ tudo à sua volta, mantém-se: ‘Acolher e educar em espírito de família’. Seguindo este propósito, no externato que é gerido pelas Servas da Sagrada Família, o ensino procura “incutir valores nas crianças. O valor da verdade, da sinceridade, do respeito mútuo, do saber estar e saber partilhar”, salienta a directora, irmã Maria Olívia Rego. Valores que “são incutidos desde pequeninos”, observa. 

Por outro lado, também a dimensão espiritual não é esquecida e abrange não apenas os alunos mas todos aqueles que estão envolvidos na formação. “Nas aulas, rezamos todos os dias e damos formação ao nosso pessoal, tanto cristã como pedagógica e humana. Desde as professoras até às cozinheiras”, comenta. Porém, surgem dificuldades na formação quando o ambiente familiar das crianças não é tão favorável. “Esta missão é difícil porque muitas vezes incutimos na criança a verdade e a família, por vezes, não a tem. Nós procuramos educar num ambiente de família, dando os valores às crianças para eles levarem para casa. Mas acontece a criança chegar a casa e entrar em conflito consigo própria, porque nós dizemos uma coisa e os pais dizem outra”.

Deste modo, seguindo o que são os valores da fé cristã e obedecendo ao “carisma deixado pela fundadora”, o externato procura chegar às famílias “através das crianças”. Para isso, vai realizando ao longo do ano lectivo diversas actividades que visam envolver as famílias. “Há uma actividade, designada por ‘Família e Escola’ onde integramos pais e famílias, partindo da Eucaristia”, refere a irmã Maria Olívia.

 

Apoiar famílias necessitadas

Na actualidade, e motivado pelas dificuldades económicas que se fazem sentir também em Portugal, alguns pais perderam os seus empregos mas, apesar de este ser um externato a pagamento, as crianças não perderam a sua escola. “Actualmente, todas as crianças cujos pais ficaram desempregados não perderam o seu colégio. Porque foram elas que estiveram sempre connosco, ajudaram a construir este colégio e por isso as crianças continuam com todas as regalias”, garante a directora, referindo que “os fundos da congregação servem para apoiar essas crianças”.

 

Ensinar a praticar o bem

A leccionar desde há nove anos no Externato de Nossa Senhora da Apresentação, a professora Ana Filipa Marques testemunha ao Jornal VOZ DA VERDADE a “alegria e felicidade” de trabalhar neste lugar. “Aqui o lema é aplicado na verdade. As crianças são acolhidas com o calor de quem acolhe e há um contacto muito próximo entre a família e a escola”. “O lema é realmente aplicado na medida em que quando educamos não estamos apenas a ensinar e debitar matéria, mas tentamos também formar homens e mulheres de amanhã, que sejam bons cidadãos que saibam praticar o bem”, sublinha.

Quanto aos resultados académicos, salienta Ana Filipa Marques que o segredo está na exigência. “Primamos por tentar chegar à excelência e por isso somos exigentes. Tentamos sempre exigir um pouco mais”.

Hoje, para a irmã Maria Olívia Rego celebrar os cinquenta anos de fundação do Externato de Nossa Senhora da Apresentação, no Cacém, “é uma forma de agradecer ao Senhor pelo carisma que Ele incutiu na madre fundadora e que ela deixou como lema”. 

 

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Cardeal-Patriarca encerra cinquentenário: Aprender a ser Sal da Terra

“Aqueles que estão a começar uma caminhada de seguimento de Jesus vão aprender a ser como sua Mãe, Maria. Vão aprender a ter um coração novo, puro e capaz de ver a Deus”, referiu o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, na celebração Eucarística que assinalou o encerramento das comemorações do cinquentenário de fundação do Externato de Nossa Senhora da Apresentação, no Cacém.

Diante de uma assembleia constituída por crianças e familiares daqueles que frequentam o externato, o Cardeal-Patriarca referiu, ainda, na homilia que proferiu, que aqueles que aprendem a caminhar com Jesus “vão aprender a por a prioridade da sua vida na glória de Deus e no desejo do Céu. Vão aprender a ser Sal da Terra no mundo em que vivem”. D. José Policarpo salienta ainda os cristãos são convidados “a viver a nova situação de intimidade com Deus” e a “encontrar em Deus as resposta para os problemas e anseios”. Referindo-se à missão do cristão, o Cardeal-Patriarca salientou que deve crescer neste “o desejo do encontro definitivo com a glória de Deus e com a vida na sua plenitude”.

 

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Congregação das Irmãs Servas da Sagrada Família

Madre Purificação dos Anjos Silva nasceu a 7 de Março de 1904, em Miudeza do Côa, Almeida, na Diocese da Guarda. Entrou na companhia de Santa Teresa, a 15 de Outubro de 1924 e fundou a Congregação das Irmãs Servas da Sagrada Família a 12 de Novembro de 1942, em Lisboa. Faleceu no dia 22 de Janeiro de 1988, na comunidade da Divina Providência, em Lisboa.

De acordo com as Constituições da congregação, o carisma assenta em duas linhas essenciais: o serviço dos mais pobres, assistidos num especial ambiente de família. Quanto à missão específica, assenta na formação integral dos seus educandos, “em especial das crianças desfavorecidas, assistindo-as em infantário, colégios e lares, alargando o seu raio de acção a obras missionárias e outras actividades apostólicas, nomeadamente a pastoral familiar”.

A Congregação das Servas da Sagrada Família exerce a sua missão no Externato de Nossa Senhora da Apresentação, no Cacém, no Colégio São Miguel Arcanjo, na Portela, em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) em Évora e Anadia, e dispõe ainda de missões em Timor, Moçambique, e no Príncipe.

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