Lisboa |
Ordenação Episcopal de D. Nuno Brás
Novo Bispo Auxiliar de Lisboa é “dom de Deus à sua Igreja”
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa espera que o seu novo Bispo Auxiliar, D. Nuno Brás, faça com que “aqueles de quem é Pastor se sintam amados por Cristo”. Um novo Bispo para a Igreja de Lisboa, que apela à “amizade, oração, encorajamento e colaboração fraterna de todos”.


O Cardeal-Patriarca de Lisboa manifestou-se satisfeito com a ordenação episcopal do novo Bispo Auxiliar, D. Nuno Brás. “Mais um Bispo é sempre um dom de Deus à sua Igreja. Agradeçamos ao Senhor, neste dia, este dom à Igreja de Lisboa que, nas circunstâncias presentes, tanto dele precisa”, realçou D. José Policarpo, durante a ordenação episcopal de D. Nuno, que decorreu no passado dia 20 de Novembro, no Mosteiro dos Jerónimos. D. Nuno Brás junta-se agora a D. Joaquim Mendes como Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa. Na homilia da celebração de ordenação, D. José Policarpo lembrou que na Diocese há um ministério episcopal, que é exercido por várias pessoas. “Quando uma Diocese, pelas suas dimensões, é servida por vários Bispos, eles têm de ser, na sua comunhão de fé e de caridade, testemunho vivo do único Senhor. Há um único ministério episcopal; em comunhão, também com os nossos presbíteros, queremos ser pastores desta Igreja, e manifestar no nosso ministério a Senhoria de Jesus Cristo. Queremos que, através do nosso ministério, esta Igreja se sinta amada e seja no mundo sinal do triunfo de Jesus Cristo”.

 

A caridade é a expressão central do ministério do Bispo

O novo Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, recebeu o terceiro grau do Sacramento da Ordem (Ordem Episcopal) no dia 20 de Novembro, Domingo da Solenidade de Cristo Rei, na presença de grande parte do colégio episcopal. “Esta celebração da realeza de Jesus Cristo é, este ano, enriquecida com a ordenação de um Bispo. Pela imposição das nossas mãos será conferida ao Senhor D. Nuno a plenitude do sacerdócio apostólico”, salientou D. José Policarpo, dirigindo-se depois ao mais recente membro do episcopado português: “A caridade é a expressão central do ministério do Bispo, porque é sacramento da caridade de Jesus Cristo, que lhe pede que a exprima com o seu amor de homem. O Bispo deve fazer que aqueles de quem é Pastor se sintam amados por Cristo, o nosso Bom Pastor”.

 

Sem nunca esquecer as raízes

D. Nuno Brás da Silva Martins nasceu no dia 12 de Maio de 1963. Natural da paróquia do Vimeiro, concelho da Lourinhã, Diocese de Lisboa, o novo Bispo Auxiliar nunca esqueceu as suas raízes. O cónego Eduardo Coelho, que é pároco do Vimeiro há cinco anos, conta ao Jornal VOZ DA VERDADE que após D. Nuno ter sido nomeado Bispo Auxiliar de Lisboa, no passado mês de Outubro, fez questão de celebrar uma das primeiras Eucaristias precisamente no Vimeiro. “A paróquia acolheu muito bem o senhor D. Nuno, que teve esse gesto simpático de querer celebrar com a comunidade que o viu nascer para fé a primeira Eucaristia a seguir à sua eleição. As pessoas, e também eu próprio, ficaram muito sensibilizadas com esse gesto”. Foi com imensa alegria que a paróquia do Vimeiro (Lourinhã) acolheu a nomeação episcopal de ‘um filho da terra’. “Nós esperávamos todos que esta nomeação do padre Nuno Brás para Bispo Auxiliar de Lisboa acontecesse! É um orgulho muito grande, uma alegria imensa para aquela pequena comunidade ver um dos seus filhos ser eleito para o colégio apostólico. Foi bom, foi bonito e foi importante para aquela gente!”, destaca o pároco. Sobre o que a Igreja de Lisboa pode esperar do novo Bispo, o cónego Eduardo Coelho não tem dúvidas: “Pode esperar aquilo que pode esperar sempre de um sucessor dos apóstolos. No fundo, que o Evangelho seja anunciado, seja acreditado e seja vivido. E certamente que os dons naturais e espirituais de D. Nuno ajudarão a que isso aconteça”. A 4 de Dezembro próximo, já como Bispo ordenado e consagrado, D. Nuno Brás vai regressar à sua paróquia, no Vimeiro. “A comunidade quis proporcionar um almoço convívio com o senhor D. Nuno. Será, sem dúvida, uma forma de expressarmos a alegria que sentimos por esta ordenação episcopal”.


“Um Bispo actual”

O novo Bispo Auxiliar de Lisboa foi ordenado sacerdote a 4 de Julho de 1987, no Mosteiro dos Jerónimos, pelo Cardeal D. António Ribeiro. Após a ordenação, assumiu funções de coadjutor na paróquia dos Anjos, naquela que foi a sua primeira missão. Carlos Silva, paroquiano do Anjos desde 1967, recorda-se bem da chegada do então padre Nuno Brás à paróquia. “O padre Nuno foi uma surpresa enorme, pela sua alegria, pela sua juventude e pelo trabalho com o grupo de jovens. De facto, ele conseguiu congregar os jovens da paróquia, com quem ia para qualquer lado! Estava no mundo, não estava só na igreja, nas quatro paredes”. O então padre Nuno Brás esteve três anos nos Anjos, até Agosto de 1990, mas deixou “marcas profundas” na comunidade cristã desta paróquia de Lisboa. “Os anos que o agora D. Nuno esteve nos Anjos foram marcantes, na medida em que ele exteriorizava uma alegria enorme! E ao longo dos anos, foi mantendo sempre o mesmo sorriso, a mesma simpatia e a mesma amizade que perdura há quase 25 anos”, conta ao Jornal VOZ DA VERDADE Carlos Silva, que ainda hoje é paroquiano dos Anjos e fez questão de estar presente na ordenação episcopal de D. Nuno Brás. Carlos Silva saúda também o facto de D. Nuno ter sido eleito Bispo com apenas 48 anos. “A Igreja pode esperar imenso do senhor D. Nuno. Ele é um Bispo actual! Será um Bispo actual para os tempos de hoje! Alegra-me muito ver que a Igreja se está a renovar, com nomeação de Bispos mais novos em idade. A Igreja só terá a ganhar com isso, porque o futuro da Igreja, como sempre, está nos mais novos! Não tenho dúvidas que o senhor D. Nuno Brás vai deixar marcas e fazer história!”.


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Mensagem de D. Nuno Brás

“Para maior glória de Deus”. É desta forma que começa a Mensagem de D. Nuno Brás por ocasião da Ordenação Episcopal, e que foi lida pelo novo Bispo no final da celebração, nos Jerónimos. “É a Ele que, neste momento, quero louvar e, ao mesmo tempo reafirmar a minha inteira disponibilidade para servir, com todo o meu ser e durante todo o meu ministério”, sublinhou o novo Bispo Auxiliar de Lisboa. Nesta saudação, D. Nuno Brás não esqueceu o início da sua vocação. “Há 31 anos, foi guiado pela narração do chamamento de S. Mateus que percebi não dever hesitar, para deixar tudo por causa do amor que o Senhor Jesus continuava a ter pela imensa cidade dos homens”. Depois, lembrou o momento em que foi nomeado Bispo: “Se, por um lado, tudo isto me causa espanto, mesmo temor, por outro não pode deixar de me maravilhar”. Na sua Mensagem, o novo Bispo Auxiliar de Lisboa não esquece a família onde nasceu, “unida e marcada na sua vida quotidiana pelos ritmos da fé”, “o dom da amizade e o testemunho da fé” dos amigos, “os dias de trabalho nas comunidades do Seminário e da Faculdade de Teologia”, além da diocese: “Nunca seria capaz de agradecer perfeitamente ao Senhor tudo o que recebi desta nossa Igreja de Lisboa e das comunidades onde exerci o sacerdócio ministerial”. D. Nuno Brás evoca ainda os “irmãos no presbitério”, bem como “os mestres, sábios e amigos” que encontrou no seu caminho, “em particular do nosso Patriarca, de D. Rino Fisichella e de D. Manuel Clemente”, que foram os bispos ordenantes. Aos cristãos, o novo Bispo Auxiliar de Lisboa pede orações: “Caros irmãos, pedi a Deus que também agora e pelo resto da minha vida, ajudado pela Graça divina e pela amizade, oração, encorajamento e colaboração fraterna de todos, eu seja capaz de responder como S. Pedro: “in verbo tuo laxabo rete” – na Tua Palavra, por causa dela, e apesar de todas as minhas dificuldades e incapacidades; na Tua Palavra, com a ousadia da fé que só ela é capaz de suscitar; na Tua Palavra lançarei as redes”.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Arlindo Homem/Patriarcado de Lisboa
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