04.12.2011
Papa |
A uma janela de Roma
“Esquecer Deus pode causar graves danos”
Bento XVI pediu respeito pelo ser humano e pela natureza. Na semana em que sublinhou quem é o verdadeiro ‘patrão’ do mundo, o Papa falou sobre o sofrimento de João Paulo II e dirigiu-se aos leigos. Na China, a Santa Sé aprovou uma ordenação episcopal. Finalmente, o Papa lamentou a morte de dois missionários no Burundi e foi convidado a visitar o Líbano.
1. Bento XVI deseja que a família e a escola se preocupem com a ecologia. Ao receber um grupo de oito mil jovens empenhados em projectos educativos a favor do ambiente, o Papa deixou um apelo a favor de um estilo de vida mais responsável a favor da Criação. Estilo de vida que deve começar logo no seio das famílias e na própria escola. Bento XVI recordou ainda que são indissociáveis o respeito pelo ser humano e pela natureza e pediu aos jovens para se associarem a si nesta causa, cada vez mais evidente aos olhos de todos. Neste encontro que decorreu na passada segunda-feira, dia 28 de Novembro, o Papa disse ainda que a Igreja, ao apreciar as investigações e descobertas científicas, nunca deixa de sublinhar que quanto mais se respeitar a marca de Deus na criação, mais profundamente se compreenderá a verdadeira identidade do homem. E, pelo contrário, quando o homem se esquece de Deus, pode causar graves danos, cujas consequências, infelizmente, estão à vista. 2. O verdadeiro ‘patrão’ do mundo não é o homem, mas Deus, recordou o Papa antes do Angelus do passado Domingo. “O homem pós-moderno pensa que se tornou o ‘patrão’ de todos os aspectos da vida, Deus parece ausente. Mas o verdadeiro dono do mundo não é o homem, é Deus”, afirmou Bento XVI, que fez ainda um apelo à ONU para que encontre soluções credíveis para as mudanças climáticas. Neste 1º Domingo do Advento, o Papa fez também uma saudação em português: “Saúdo com particular afecto os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta oração do Angelus, nomeadamente os fiéis vindos de Lisboa e de Setúbal. O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso”. 3. “O beato João Paulo II foi uma testemunha absoluta do que significa viver com fé firme o sofrimento físico, por amor de Deus, da Igreja e do mundo”, disse Bento XVI aos agentes da pastoral da saúde. Ao receber na manhã de sábado, no Vaticano, os cerca de 500 participantes da 26ª conferência internacional sobre saúde, com o tema ‘A pastoral sanitária ao serviço da vida à luz do magistério do beato João Paulo II’, o Papa lembrou depois o sofrimento de Jesus no Calvário: “O rosto do Salvador que morre na Cruz, do Filho consubstancial ao Pai que sofre como um homem por nós, ensina-nos a guardar e a promover a vida em todos os estados e em qualquer situação que se encontre, reconhecendo a dignidade e o valor de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus e chamado á vida eterna. Esta visão da dor e do sofrimento iluminada pela morte e ressurreição de Cristo foi-nos testemunhada pelo lento calvário que marcou os últimos anos de vida do beato João Paulo II”. 4. O Papa dirigiu-se aos participantes na Plenária do Conselho Pontifício para os Leigos, pedindo para testemunharem o que muda com Deus ou sem Deus. “Nunca nos deveríamos cansar de propor sempre de novo esta questão, de recomeçar a partir de Deus, para voltar a dar ao homem a totalidade das suas dimensões, a sua plena dignidade. De facto, a mentalidade, que se vai difundindo no nosso tempo, de renunciar a toda e qualquer referência ao transcendente, tem-se revelado incapaz de compreender e de preservar o humano”. 5. Na China, a ordenação de um bispo chinês contou com a aprovação da Santa Sé. A informação foi revelada pelo porta-voz do Vaticano, padre Lombardi, que deixou ainda votos de que se respeitem “as normas da Igreja Católica”. A celebração decorreu nesta quarta-feira, na Diocese de Yibin, província do Sichuan, cujo novo bispo é D. Luo Xuegang. O Governo da China disse esta semana que quer melhorar as suas relações com a Santa Sé, com quem não mantém relações diplomáticas desde 1951, data em que a Nunciatura foi obrigada a retirar-se, no âmbito da revolução cultural. 6. O Papa manifestou o seu pesar pela morte de uma religiosa e um voluntário em missão no Burundi, assassinados no Domingo durante uma tentativa de assalto. Numa mensagem enviada através do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, o Papa endereça as suas “condolências” à Congregação das Servas da Caridade, a que pertencia a irmã Lukrecija Mamic, croata, e aos pais de Francesco Bazzani, voluntário italiano. 7. O Papa foi convidado a visitar o Líbano na próxima Primavera. O convite foi feito, em nome do Presidente da República libanês, pelo próprio primeiro-ministro daquele país, que foi recebido oficialmente no Vaticano. A visita ainda não foi confirmada pela Santa Sé, mas poderia permitir a Bento XVI publicar naquela região o documento final do mais recente Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente.Aura Miguel, à conversa com Diogo Paiva Brandão
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