Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Ecologia humana
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Particularmente depois da chamada “revolução sexual” que, por volta de 1968, invadiu o mundo ocidental, tomamos a dimensão sexual – que faz parte da existência de todo e qualquer ser humano – como uma realidade inevitável e, simultaneamente, central e animalesca.

Sob o pretexto de que sempre foi assim, vão-nos conseguindo convencer desta “inevitabilidade”, de tal forma que rara é a publicidade (se não mesmo o programa de televisão) em que a alusão à vida sexual não esteja presente de modo mais ou menos disfarçado. E, deste modo, vamos assumindo que, a par do dinheiro e da vontade de poder, o impulso sexual foi um dos grandes e omnipresentes motores da história. E mais: que este é um impulso incontrolável, animal, que foge a qualquer tipo de razão que o consiga dominar e que, por isso mesmo, o melhor é não lhe colocar grandes barreiras.

De facto isso não é verdade. A prová-lo estão muitos séculos onde, bem longe de ser reprimida, a realidade da vida sexual era olhada e integrada dentro da normalidade do viver humano: ela era, no viver humano, expressão do Deus criador e bom que, logo no início, ordenou ao ser humano que crescesse e se multiplicasse, e que o criou como “homem e mulher”, convidados a viver em comunhão.

Trata-se de uma dimensão da existência humana onde, tal como no que toca ao dinheiro e à vontade de poder sempre existiram desordens, mas que sempre foram tomadas e olhadas como tal. Com efeito, sempre ao longo dos séculos, existiram avarentos que faziam do dinheiro o centro da sua vida. E o mesmo se diga do poder: ao longo da história humana, muitos mataram e foram mortos apenas porque se opunham, mesmo que de modo legítimo, ao poder sem limites dos grandes. Por isso mesmo surgiu o direito, como forma de defender o mais fraco diante dos poderosos; e, por isso mesmo, é hoje claro para a esmagadora maioria que ter dinheiro não é tudo, que existem valores e realidades que o dinheiro não consegue comprar porque, muito simplesmente, não se encontram à venda.

Do mesmo modo, da “ecologia humana”, ou seja, de um modo humano de viver de uma forma harmónica com o mundo e com os outros, faz também parte uma integração e vivência da sexualidade, cuja dimensão a todos nos marca, mas que se encontra igualmente, tal como o dinheiro e a vontade de poder, sujeita a outros valores bem mais importantes, particularmente aqueles ligados ao ser e não ao ter. Essa é mesmo a única forma de viver positivamente a sexualidade, digna de um ser humano.

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