A casa onde os cristãos se reúnem “tem de ter dignidade, mensagem e tem de ser na cidade um sinal visível daquilo que a Igreja das pessoas deve ser na cidade: testemunho de anúncio e amor fraterno, de fé e de prática da justiça”, afirmou no passado sábado, 3 de Dezembro, o Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, na celebração de Dedicação da nova igreja de São Francisco de Xavier, no alto do Restelo, em Lisboa.
Perante uma assembleia de cerca de um milhar de pessoas, D. José Policarpo presidiu ao rito solene de consagração da igreja e do altar, com o uso do óleo do Crisma, daquele novo ‘templo’ dedicado a São Francisco de Xavier. “Esta é das celebrações mais ricas e sugestivas da liturgia católica porque nela se cruzam várias dimensões da nossa fé e do mistério da Igreja”, salientou o Cardeal-Patriarca, na homilia que proferiu antes do rito de dedicação. Recordando que “a Igreja nega todos os templos e estátuas da divindade”, e que “durante vários séculos o cristianismo recusou-se a ter templos de pedra e cal”, o Patriarca de Lisboa sublinhou que “o templo de Deus é Jesus Cristo morto e ressuscitado e é a sua Igreja, o seu Povo”. Neste sentido, e explicando que “só a pouco e pouco” é que as igrejas, enquanto edifício, começam a ganhar importância, D. José Policarpo lembrou que a casa onde os cristãos se reúnem “para escutar a Palavra de Deus, para celebrar os mistérios da sua fé, sobretudo da Páscoa de Jesus, tem de ter dignidade, tem de ter mensagem e tem de ser na cidade um sinal visível daquilo que a Igreja das pessoas deve ser na cidade”.
Referindo-se ao que é ser Igreja na sociedade de hoje, o Patriarca de Lisboa referiu: “Ao longo dos séculos, os edifícios sagrados acompanham, praticamente a par e passo, as vicissitudes da Igreja e da Sociedade. Quando ela é perseguida, eles (os cristãos) reúnem-se nas catacumbas. Quando ela é triunfante fazem-se templos que espelham o seu próprio triunfo. Quando ela se confundiu e está presente quase sem se ver no dia-a-dia dos homens, mas é uma força real no meio da sociedade, os templos tornam-se simples, confundem-se com as casas mas são sempre um sinal do sagrado. Um sinal daquela diferença que deve marcar o povo que é o templo do Senhor. Que estas paredes, erguidas para o céu a desafiarem a cidade onde estão inseridas, possam significar apenas isso: que ela abriga uma comunidade viva, que essa sim, deve ser um sinal da presença de Deus no meio da cidade”.
Um sonho realizado
Para o pároco de São Francisco de Xavier, padre António Colimão, “a comunidade paroquial tem o privilégio de poder dar graças a Deus por ver o ‘sonho’ concretizar-se”.
Com projecto arquitectónico assinado por Troufa Real, a nova igreja começou a ser sonhada em 1980 e o primeiro passo concreto foi dado a 24 de Fevereiro de 1983, com a assinatura da escritura pública de compra de um terreno à Câmara Municipal de Lisboa. As obras iniciaram em 2009, com um orçamento de três milhões de euros para esta primeira fase. A nova igreja baseia-se na vida do Apóstolo do Oriente, São Francisco Xavier, e na aventura portuguesa dos Descobrimentos.
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