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Paquistão: no meio da desolação há sempre esperança
O dia em que Regina voltou a nascer
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É uma menina, ainda bebé, e chama-se Regina. Parece uma criança vulgar mas esconde uma incrível história. Por ser rapariga, foi rejeitada à nascença e estava destinada, por isso, a engrossar a imensa estatística da mortalidade infantil no Paquistão. Até que apareceu o Padre James…

 

A aldeia de Kunri, na Diocese de Hyderabad, é bem conhecida da Fundação AIS. Em Setembro de 2005, o P. Anjou Soares, que dirigia então o centro pastoral, explicava porque razão precisava de apoio. No Paquistão, cerca de 96 % da população é muçulmana. Os restantes 4 % dividem-se essencialmente entre hindus e cristãos. Por isso, dizia o P. Anjou, “os cristãos no Paquistão são como uma gota no oceano”, e, portanto, “aprenderam a lutar, mas de forma positiva”. O centro pastoral do P. Anjou Soares tem procurado aproximar a população local da Igreja, apostando essencialmente em programas de apoio na luta contra o profundo analfabetismo e na promoção da dignidade humana.

 

Pobreza indescritível

A diocese é um lugar imenso e profundamente pobre. Só a cidade de Hyderabad tem mais de 1,4 milhões de habitantes. Nos anos de 2010 e 2011, violentíssimas inundações fustigaram a região. Se a pobreza já era a nota dominante para caracterizar Hyderabad, tornou-se então indescritível. As palavras pouco valem para descrever acampamentos imensos, a perder de vista, em que famílias inteiras se abrigam em reduzidíssimas tendas. Depois de terem perdido todos os seus haveres, têm agora de lutar pela sobrevivência, contra o forte calor dos dias e o extremo frio das noites, as pragas de mosquitos, a chuva que enlameia tudo, a desesperança nos dias de amanhã.

 

Salvar uma criança

É neste universo desalentado que vamos encontrar o P. James Kajo. O seu último milagre chama-se Regina. É mais uma menina que estaria condenada a não sobreviver por ter sido rejeitada pelos seus pais, hindus, precisamente por isso, por ser do sexo feminino, o que, infelizmente, é vulgar na região. Quis o destino que o parto tivesse ocorrido no hospital local e que o P. Kajo tivesse percebido, a tempo, a intenção dos pais da criança. A sua acção foi determinante. Salva, a menina foi adoptada por uma família cristã, da aldeia de Kunri, que se ofereceu de imediato para acolher a bebé.

 

Pequenos milagres

Tanto o P. James Kajo como o P. Anjou Soares são apoiados pelos benfeitores da Fundação AIS. O que eles fazem, todos os dias, é uma sucessão
de pequenos milagres. Hoje, na aldeia de Kunri, é possível ouvir o choro e as gargalhadas de algumas crianças. Uma delas chama-se Regina, já foi baptizada e só por si justifica a necessidade de a Fundação AIS continuar a apoiar o trabalho destes sacerdotes no Paquistão.

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