Lisboa |
1ª Catequese Quaresmal
A alegria de ser diferente
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O Cardeal-Patriarca de Lisboa iniciou no passado Domingo, 26 de Fevereiro, na Sé Patriarcal, o ciclo de seis Catequeses Quaresmais. Este ano as habituais catequeses em tempo de Quaresma são integradas na dinâmica da ‘Missão Metrópoles - Nova Evangelização na Cidade’ e nesse sentido, a primeira foi dirigida àqueles que se preparam para ser baptizados, a quem D. José Policarpo lembrou que o cristão “não pode ter medo de ser diferente”.


“Deus não quer cristãos isolados, a resolver os seus problemas, só a pensar em si. O Senhor deseja que sejais de corpo inteiro, membros deste povo e desta comunidade”. O apelo surge na 1ª Catequese Quaresmal do Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, no passado Domingo, 26 de Fevereiro, na Sé Patriarcal de Lisboa.

A primeira catequese, de um ciclo de seis dirigiu-se, de modo especial, aos catecúmenos da diocese que, no decorrer da Missa a que D. José Policarpo presidiu após a catequese, realizaram o denominado rito de eleição, uma das etapas do período de preparação que antecede o Baptismo (catecumenado).

Na catequese que proferiu, sem texto escrito, D. José Policarpo lembrou aos 98 catecúmenos presentes que, “na união a Jesus podemos fazer uma caminhada de fidelidade, o anúncio de uma vida diferente, a alegria de ser diferente”. “Nós, os cristãos, não podemos ter medo de ser diferentes, nem nos podemos intimidar quando nos acusam dessa diferença porque, essa diferença tem a sua origem na marca que Cristo pôs no coração de cada um de nós”, observou.

 

Ser cristão

O Cardeal-Patriarca lembrou, ainda, que a preparação para o Baptismo é a preparação para ser cristão ou seja, “para seguir Jesus de uma maneira muito mais radical e ser membro do Seu Povo que é a Igreja”. “Ser cristão não se compreende sem uma relação muito forte com Jesus Cristo”, salientou.

Recordou depois que o nome ‘cristão’ foi dado na Igreja de Antioquia, “uma das primeiras Igrejas onde os discípulos de Jesus se sentiam de tal maneira unidos a Ele, que a sua vida se decidia n'Ele”. “E por isso acharam que o melhor era passar a chamar-se cristãos”, explicou.

 

Etapas na relação com Jesus

Segundo D. José Policarpo, a vida do cristão constitui-se por três etapas na relação com Jesus que considera ver-se “no itinerário dos discípulos e dos apóstolos de Jesus”. A primeira etapa é de atracção, de simpatia. “Os discípulos cruzaram-se com Jesus; foram tocados por Jesus, e a alguns comoveu-os. A alguns convidou a seguir”, salienta, sublinhando que esta etapa é a do “encontro com Jesus” e em que, mesmo “antes do Baptismo, já somos amigos d’Ele, acreditamos n’Ele”. “Por isso queremos o Baptismo", garantiu aos catecúmenos presentes na Sé Patriarcal.

Para o Cardeal-Patriarca, esta primeira etapa “é o momento de cada um se perguntar como encontrou Jesus”: “Ele já é uma referência decisiva na vossa vida? Desejais conhece-lo melhor? Se Ele vos dissesse 'Tu segue-me!', qual era vossa resposta?”, questionou. “Acreditar é confiar, é abandonar-se a Ele, é segui-l’O mas, é sobretudo amá-l’O. Acreditar é amar", destacou D. José Policarpo, referindo a este propósito que "um acto de fé é sempre um acto de amor”.

 

Encontro com Jesus

Lembrando algumas histórias de gente que conheceu Jesus Cristo em idade adulta, o Cardeal-Patriarca afirmou que “o encontro com Jesus pode fazer-se de muitas maneiras e cada um tem a sua história pessoal”, apontando que “a maneira normal” de fazer esse encontro “é na Igreja”. “A Igreja é o seu povo. Ele ama-a. A Igreja é exactamente a comunidade daqueles que O seguiram e que Ele já identificou consigo mesmo no dom do Baptismo, da Confirmação e da Eucaristia. É na Igreja que se descobre e que se pode descobrir essa atracção por Jesus”, garantiu.

Segundo D. José Policarpo, esta descoberta passa pelo conhecimento da Palavra, e por isso apela ao testemunho. “Uma das forças da Igreja é proclamar a Palavra do Senhor. Falar de Jesus e pôr Jesus a falar, com tanto ardor e convicção que as pessoas sintam que aquela Palavra vem d’Ele e é dirigida a mim”. Neste sentido, apelou aos cristãos para a responsabilidade de dar a conhecer a Palavra de Jesus: “Nós, que acreditamos e escutamos todos os dias a Palavra do Senhor, temos uma responsabilidade enorme se não a proclamarmos. De não dar a outros que ainda não tiveram essa alegria de se sentirem atraídos por Jesus, o gosto de o reconhecerem naquela Palavra”.

 

Páscoa e caminhada

A segunda etapa da vida do cristão apresentada pelo Cardeal-Patriarca na Catequese que dirigiu aos catecúmenos é a da Páscoa. “Jesus Ressuscitado deseja fazer com cada um de nós um diálogo íntimo de vida. Por isso nos convida a ser um com Ele. Esta etapa torna definitiva essa atracção por Jesus. No Baptismo, Confirmação e Eucaristia torna-se muito claro que o querer ser cristão não é um acto de valentia, ou de querer ser diferente, é um acto de amor. E o Senhor envolve-nos no seu projecto de vida que é sempre um projecto de salvação”, comentou.

A terceira e última etapa “é uma longa caminhada onde estaremos sujeitos às dificuldades deste mundo em que temos de viver esta união com Cristo, numa sociedade que não a conhece ou não a toma a sério”, salientou D. José Policarpo. “Esta é uma longa caminhada que acaba por ser uma longa luta, batalha de fidelidade, que só é possível vencer com a força d’Ele, do seu amor e do Espírito Santo”.

Segundo o Patriarca de Lisboa, “ser cristão é incompreensível sem esta relação vital com Nosso Senhor Jesus Cristo. Todos os dias! Porque Ele está todos os dias à nossa espera, está todos os dias ao nosso lado!”.

texto por Nuno Rosário Fernandes
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