Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Que mundo estamos a construir?
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Desde sempre que os homens tentaram construir o mundo sem Deus. Esse é, no fundo, o pecado por excelência. Construirmo-nos sem qualquer referência a Deus ou, então, colocando Deus apenas como mais um elemento de “decoração” da nossa vida.

O facto, no entanto, é que, então, se tratavam de atitudes pontuais ou, quando muito, atitudes de um ou outro indivíduo que vivia sem qualquer referência a Deus. Disso mesmo se fazem eco alguns dos salmos, chegando mesmo a confessar como o crente pode ter inveja do que parece ser a felicidade dos ímpios, porque “para eles não há sofrimento, seu corpo é saudável e robusto; não têm contrariedades na vida (…) por isso a soberba é o seu adorno” (Sal 72/73, 4.6).

Contudo, desde há já algum tempo que, no mundo europeu – e trata-se, de facto, de uma atitude europeia – se tem procurado construir um mundo sem Deus, como se Ele não existisse, como se Ele não importasse, não só para cada um dos indivíduos mas também para a própria sociedade. E, assim, procurou-se organizar a vida social como se Deus não contasse.

Foi isso que aconteceu com o Nazismo, quando um homem se colocou no lugar de Deus e julgava poder decidir acerca de tudo e de todos; foi assim no comunismo, quando se quis retirar Deus do horizonte, para que o olhar do homem ficasse preso apenas neste mundo que passa, e julgasse que era apenas mais um elemento de uma engrenagem maior. É o que tem sucedido neste mundo “liberal”, publicitado pela comunicação social, onde Deus parece cada vez mais fora de moda. Construir um mundo como se Deus não existisse; viver numa sociedade onde cada um é norma para si mesmo e o mais forte, norma para todos os outros (ou, quando muito, onde o consenso da maioria dita o que se pode ou não fazer, sem perceber que o ser humano e a sua dignidade se encontram muito antes das opiniões da maioria) – tudo isto tem conduzido, ao longo da história, a períodos onde o ser humano quase pisa a fronteira da aniquilação. Viver como se Deus não existisse torna-nos menos seres humanos: faz-nos ficar ao nível dos animais ou das máquinas.

É por isso que é importante voltar a falar de Deus; mostrar não só os perigos de desumanização que uma sociedade sem Deus corre, como, sobretudo, mostrar que, com Ele, o ser humano é elevado a uma dignidade que nem sequer tinha sonhado para si. Viver com Deus faz-nos felizes e ajuda-nos a fazer os outros felizes. Uma sociedade que conta com Deus na sua vida quotidiana é melhor que aquela outra de onde Deus desapareceu. É isso que não podemos calar; é disso que, nesta Quaresma e em toda a nossa vida, somos convidados a dar testemunho.

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