Ter um Projeto de Vida, desenvolvido com a confiança em Deus, é a melhor forma de assumirmos a missão inerente à nossa condição de batizados. Missão que passa pela entrega a cada membro da família e a partir daí, vivendo a festa que educa e constrói, poderemos chegar aos mais necessitados, levando-lhes o conforto da nossa fé, na partilha do amor de Deus.
A emergência do voluntariado
A palavra “crise” é a que mais se ouve na boca dos portugueses, mas também já sabemos que é em tempos de crise que surgem as iniciativas mais criativas. É o caso de famílias solidárias da Paróquia do Estoril que se identificam como FAMÍLIAS SOS, para ajudar e apoiar outras famílias que mais necessitam.
São já várias centenas as famílias que de forma sistemática se disponibilizam, através de uma corrente de entreajuda, a minimizar as situações de pobreza que no dia-a-dia vão aparecendo.
O envolvimento da sociedade local, conhecida pelas boas práticas de responsabilidade social, leva-as a participar em diversas iniciativas de ajuda. Podemos destacar diversos grupos que, com trabalhos voluntários diferentes, apontam para o mesmo objetivo altruísta:
Grupo dos alimentos – é feita a recolha mensal de diversos alimentos, nomeadamente carne e peixe, em complemento ao Banco Alimentar. A entrega é feita no “acolhimento” da igreja de Santo António do Estoril;
Grupo da compota – são confecionadas com produtos oferecidos e/ou adquiridos pelos voluntários, compotas diversas para oferta;
Grupo do lanche amigo – são adquiridos e confecionados pelos voluntários lanches para os idosos. São momentos de animação e confraternização através da entreajuda e da amizade;
Grupo dos almoços solidários – são adquiridos e confeccionados almoços, que são distribuídos pelas famílias carenciadas;
Grupo das ofertas diversas – recolha, triagem, reciclagem e distribuição de vestuário, calçado, livros, brinquedos, etc;
Grupo dos ateliers – tendo como objetivo angariar fundos, realizam-se no Natal e pelos Santos Populares, exposições e vendas. Para a criação/execução de diversos artigos, funcionam ateliers em várias valências tais como: tecidos, barro, pintura, bijuteria, decoupage e outras. Também são recuperados e reciclados diversos materiais oferecidos. Os ateliers funcionam no edifício anexo à igreja paroquial.
O movimento das FAMÍLIAS SOS, são famílias de boa vontade que, conscientes dos problemas atuais da nossa sociedade, consideram que é tempo de renovarmos o nosso compromisso para com a solidariedade e a justiça social e por isso se disponibilizam a ajudar de diversas formas as famílias carenciadas.
Sempre prontos a receber novas famílias, a equipa das FAMÍLIAS SOS convida os nossos leitores a que vão visitar as suas instalações, a todos esperando com boa vontade. “Ajude a ajudar”, parece ser o lema e o impulso para tanta atividade que se respira nas várias salas e outros espaços que este grupo de famílias ocupa na paróquia de Santo António do Estoril, para que a solidariedade e a partilha sejam AMOR.
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VII Encontro Mundial das Famílias (V)
“O trabalho, desafio para a família” é o tema da sétima catequese preparatória do VII Encontro Mundial das Famílias, que vai ter lugar em Milão de 30 de Maio a 3 de Junho.
Este texto leva à reflexão sobre o nosso dia-a-dia, do quanto tempo dedicamos às atividades profissionais e à família, numa ótica de compromisso entre a vida familiar e social. Porque a família é a primeira escola de trabalho.
“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado, porque és pó e em pó te hás-de tornar!” (Gn 3, 19). O jardim do Éden, plantado por Deus, é uma dádiva que vem das suas mãos e deve ser entendido como um lugar maravilhoso que é confiado ao homem, cultivando-o e guardando-o.
Essa missão é desenvolvida pelo homem com a criatividade, a força, o vigor e a genialidade que lhe é dada por Deus, a fim de que o homem consiga colaborar na obra da criação. A humanidade foi, assim, desejada por Deus para cultivar a natureza criada, colaborando ativamente na sua obra criativa.
O homem não trabalha por sua própria conta, mas colabora na obra de Deus. O trabalho não é, portanto, uma punição divina, nem uma condição de escravidão, mas é sobretudo uma atividade constitutiva de cada ser humano.
O texto faz alusão ao segundo capítulo do Génesis, com a referência à sementeira e ao cultivo da terra, com especial atenção ao tempo da expectativa. Neste tempo de espera é pedida ao homem a virtude da fidelidade, tão necessária nos tempos de hoje em que tudo se quer para o imediato e com resultados concretos na urgência do «para ontem».
Quando os lares ficam vazios e os filhos entregues a si mesmos, ou em ocupação forçada dos tempos livres, porque ambos os cônjuges têm fortes condicionantes profissionais (ou se sentem obcecados pelo êxito profissional) o risco que se corre é o de se esquecer de Deus. Daí que o texto desta catequese nos leve à reflexão sobre o justo equilíbrio no trabalho, capaz de evitar estas situações limite.
A oitava catequese entra no tema da Festa: “Recorda-te do dia de sábado, para o santificares. O Senhor abençoou o dia de sábado e consagrou-o” (Ex 20, 8.11)
Aqui a reflexão vai para o nosso estilo de viver o domingo em família: será que fazemos do domingo um tempo de descanso no Senhor, um tempo de encontro com Deus e com o próximo?
É necessário recuperar o sentido da festa e de um modo particular do domingo, como um tempo para o homem, como um tempo para a família, já que o sétimo dia é para os cristãos o «dia do Senhor» - o primeiro dia da semana - porque celebra o Ressuscitado presente e vivo no seio da comunidade cristã, na família e na vida pessoal.
Hoje o domingo perde a sua dimensão familiar: é vivido mais como um tempo individual, do que um espaço comum. A festa como «tempo livre» é vivida no contexto do fim-de-semana que adquire características de dispersão e de evasão: torna-se um tempo particularmente agitado que sufoca o espaço do domingo.
Em vez do descanso, privilegia-se a diversão, a fuga das cidades e isso influi nas famílias, principalmente nos adolescentes e jovens. Não se cria então o espaço e as condições para que o encontro com Deus e com o outro seja o âmago da festa: é esta falta da oportunidade de repouso, afinal, e a par do excesso de trabalho, mais um contributo para que nos esqueçamos de Deus.
Fica-nos uma nota-resumo desta oitava catequese: A família que sabe suspender o fluxo contínuo do tempo, fazendo uma pausa para recordar com gratidão os benefícios recebidos do seu Senhor, exercita-se em entrar no descanso de Deus.
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Catequese doméstica: No calor da fé
A fé da Igreja é uma fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Dizer que temos fé, é assim, proclamar que estas três Pessoas Divinas (embora distintas entre si) são um só Deus: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.
Não podemos aceitar que um “cristão adulto” afirme que a fé é “acreditar em algo”... Ter fé é acreditar num só Deus, o que implica conhecer a sua grandeza e majestade, viver em ação de graças e confiar sempre n’Ele, até nas adversidades.
“Como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em ti, que também eles estejam em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um como Nós somos um: Eu neles e Tu em Mim para que sejam perfeitos na unidade e assim o mundo saiba que Tu Me enviaste e os amaste como Me amaste a Mim.” (Jo 17, 21-23)
O mistério da Santíssima Trindade, um só Deus em três Pessoas, é aqui afirmado por Jesus com toda a clareza: o amor vem até nós pela ação do Espírito Santo. Jesus quer revelar-nos este mistério antes de dar a sua vida e ressuscitar. Jesus pede ao Pai uma aparente incoerência, considerando a nossa condição de pecadores: que todos sejamos um, como Ele, o Pai e o Espírito de Amor são um.
Com a quarta-feira de cinzas iniciámos o tempo Pascal, no qual se insere um período de quarenta dias de preparação, designado por Quaresma: uma caminhada que há-de ser o acolhimento do convite que o Senhor nos faz, de nos abeirarmos dele com verdade e confiança. É preciso que tenhamos coragem e desejo de nos enriquecermos de luz através da sua Palavra e poderemos assim perceber no Evangelho este grande projeto de amor e ação permanente de Cristo Redentor connosco.
Para o mês de Março o Papa Bento XVI exortou os fiéis a rezar pelo reconhecimento do papel da mulher na sociedade e pelos cristãos perseguidos especialmente na Ásia, porque são discriminados, perseguidos e condenados à morte por causa do nome de Cristo.
No Ocidente vamos deixando cair o dom da fé que cada um recebe no batismo. Parece que estamos instalados no calor de uma fé que vivemos com pouco entusiasmo, ao passo que em terras longínquas há quem precise da nossa oração para que se sinta mais forte em anunciar o amor de Deus pelo homem.
É pela necessidade de imprimir um novo vigor no alargamento da fé cristã, que se impõe o ardor de uma Nova Evangelização na Europa.
Pedro Vaz Patto
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