Lisboa |
Retiro da Quaresma
Deus só pode amar!
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O retiro da Quaresma organizado pelo Serviço da Juventude e pelo Sector da Animação Espiritual do Patriarcado de Lisboa decorreu entre os dias 2 e 4 de Março e teve lugar na Casa do Oeste, em Ribamar. Orientado pelo padre Hugo Gonçalves, teve como tema “Deus é Amor”. Publicamos o testemunho da Rute Carvalho, da paróquia de A-dos-Cunhados.

 

Num encontro anterior de jovens com o Cardeal-Patriarca, uma das perguntas que lhe foram feitas foi “o que tem a dizer aos jovens que após entrarem na faculdade ou começarem a trabalhar deixam de ter tempo para ir à Igreja ou até para rezar?” A resposta não podia ser mais clara: “Nunca ouvi falar de ninguém que estivesse apaixonado e não tivesse tempo para namorar”. Foi deste modo, procurando tempo para estar no Amor de Deus através da oração, que começou o nosso retiro.

Entre os dias 2 e 4 de Março estiveram mais de uma dezena de jovens na Casa do Oeste, em Ribamar, Torres Vedras, dispostos a deixar tudo aquilo que tinham marcado na agenda, para um encontro de coração a coração com este Deus eternamente apaixonado pela vida de cada um de nós! E a oração começou pelo silêncio interior, talvez de todos, o silêncio mais difícil de fazer… Mas de facto, quem está apaixonado por Deus, tem sempre tempo para se deixar enamorar por Ele! Para nos deixarmos levar para o fundo do Mar onde só a Ele o encontramos!

Orientado pelo Pe. Hugo Gonçalves, este retiro levou-nos a descobrir, ou redescobrir que Deus é amor e só pode amar, que Deus nos ama e, por fim, que nós podemos responder ao Seu Amor! Certos de que a oração modifica a nossa vida quando nos encontramos com Jesus Cristo, reaprendemos que não viveremos sem rezar, tal como não vivemos sem respirar e que este mesmo Jesus se aproxima de nós para acertarmos o compasso do nosso coração com o d’Ele e só assim descobriremos que o verdadeiro amor não se busca a si próprio, mas que na entrega se torna sacrifício e renuncia ao mais cómodo.

Olharmos a renúncia ao mais cómodo foi também acolhermos a Cruz no nosso coração, pois só assim chegamos ao amor de Deus. É no lado trespassado de Jesus que vemos o amor de Jesus por nós. E como recusar esse amor?! Não há forma… Ao longo do retiro pudemos também abrir as portas do nosso coração para darmos espaço para que Deus nos pudesse dizer: “Tu és o meu filho muito amado!” E se esta foi uma experiência difícil! Tantas vezes nos sentimos rejeitados pelo mundo e até por aqueles que estão mais próximos de nós que depois, na dor, não somos capazes de acolher o amor de Jesus...

No sábado de manhã ainda tentávamos acolher o silêncio, calar as vozes que enchiam o nosso coração com o desnecessário. Na tarde de sábado, já serenos, pudemos experimentar junto do mar, que tal como cada onda não se repete, o amor de Deus por nós também é único e Ele ama-nos tal como somos, convidando-nos sempre à conversão pelo amor! Depois desta bela tarde de silêncio, junto ao mar, fomos acolhidos na Celebração Penitencial onde pudemos experimentar mais fundo este amor de Deus, manifestado no amor pelo Seu Filho Jesus.

Quem de nós entregaria um filho? Ecoava assim esta pergunta no nosso coração… o que te pede hoje mais amor? E se há coisas que me pedem hoje mais amor, outras haverá que terei que largar para poder seguir Jesus com a minha cruz. Experimentar no Perdão de Deus, a conversão do nosso coração, pode ser uma experiência difícil para o coração humano, habituado às lógicas humanas, mas foi ao mesmo tempo para nós que ali estávamos em retiro, uma experiência profunda de paz! No mesmo dia tivemos ainda a experiência de percorrer com Jesus os passos da Via-Sacra, ou a via do amor, como a queiramos entender… Foi bonito acolher a cada passo o sofrimento de Jesus e configurado com o seu sofrimento, o nosso, que tantas vezes não deixa que um “Simão de Cirene” se aproxime de nós para nos ajudar a levar a nossa cruz!

Era então Domingo e fomos chamados a rezar sobre a verdade com que nós podemos responder ao amor de Deus. Para melhor entendermos como poderíamos dar esta resposta, rezámos com Maria, Ela que foi e é o modelo da resposta ao amor de Deus. É, citando o Pe. Hugo Gonçalves quando se referia à resposta de Maria, “a resposta ao Amor com Amor”. Talvez não tivesse noção disto mas na nossa reflexão caímos em nós e descobrimos que deste “faça-se” de Maria, dependeu a Salvação do mundo! É profundo para rezarmos… E a Salvação do mundo continua a depender de todos nós que não podemos fechar os olhos sobre o Homem que sofre, pois estaríamos a fechar os olhos a Deus e ao seu projecto de Santidade!

Se repetiria o retiro? Vou repetir com certeza. Grata pela profundidade da reflexão, pelo encontro com Jesus na oração, por todos os momentos de convívio em volta da mesa da refeição, e grata por todos aqueles que puderam caminhar também nesta Quaresma!

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