“Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito”. Aproximamo-nos, a passos largos da “Semana Maior” – não porque tenha mais dias que as outras, mas porque dá sentido às demais, ao nosso viver no tempo, à nossa existência. É o centro do ano.
Não esqueço aquela história que se conta de alguém que se mostrava surpreendido por uma procissão dos Passos ter sempre o mesmo protagonista: Jesus que carrega a cruz até ao fim. Mas o facto é que, ano após ano, o Senhor insiste em ser o protagonista do drama da nossa vida, mais do que nós persistimos em afastar-nos d’Ele. Ele quer ser o protagonista não apenas do drama da humanidade em geral, mas do drama que é a vida de cada um de nós em concreto.
Ao fazê-lo, Jesus mostra-nos uma faceta do amor que nós, seres humanos sempre inclinados para o pecado (o mesmo é dizer: sempre inclinados a olhar primeiramente para nós e a medir tudo a partir do nosso existir), temos igualmente dificuldade em descobrir, viver e compreender. De um modo muito particular o nosso modo de vida contemporâneo, que olha para o amor como se ele se reduzisse a uma paixão, que hoje existe e amanhã desaparece.
Se queremos encontrar o amor, não havemos de o procurar nos nossos sentimentos passageiros, ou sequer nas capacidades heroicas de alguém que entrega o seu tempo ou a sua vida em favor de uma causa. Se queremos encontrar o que é amor, só o podemos fazer naquele que, esquecendo a sua condição divina, se fez homem “até à morte e morte de cruz”, e que quis que esse momento, passageiro como todos os momentos, perdurasse como centro da história, de forma que todos – qualquer que seja a sua condição de vida – pudessem encontrar aí aquela realidade que a tudo dá sentido, mesmo ao sofrimento e à morte.
A nós que nos consideramos “peritos em amor”, mas que afinal somos “duros de coração”, só nos resta contemplar e procurar viver aquele momento, não como algo de distante, longínquo no tempo e no espaço, mas como realidade onde cada um se encontra presente. E aí, procurar aprender o que é o amor: aquele que Deus quis manifestar por cada um na cruz do Seu Filho Jesus Cristo; e diante dessa sobreabundância que nos envolve e surpreende, procurar, ano após ano, ir progredindo no verdadeiro amor.
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