O Cardeal-Patriarca de Lisboa considera que “o mistério da Páscoa é imparável”, mas que “levará o tempo que só Deus conhece”. Numa Mensagem de Páscoa, publicada em vídeo pelo site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt), D. José Policarpo garantiu ainda que Deus fez-se homem “para, como homem, fazer com toda a humanidade” a passagem que é a Páscoa.

Segundo D. José Policarpo, “neste mistério da Páscoa confrontam-se por um lado o drama da humanidade e por outro lado o desafio da eternidade”. Sobre o drama da humanidade, salientou: “Deus fez-se homem. Nós acreditamos nisso, acreditamos que Jesus de Nazaré é o filho de Deus feito homem, nascido da Virgem Maria. E fez-se homem por uma razão importante: é que a mudança do coração humano, a revolução na vida do homem, na sua relação com a vida, com a eternidade e com o tempo, só podia ser feita a partir do próprio homem. Não podia ser feita de fora, ficando o homem como beneficiário espectador. Tinha de ser um drama humano! E como os homens, devido à sua fragilidade, não eram capazes de fazer essa passagem – a palavra Páscoa significa passagem – foi importante que Deus, no seu amor infinito, se fizesse homem para, como homem, fazer com toda a humanidade essa passagem”.

É isso que acontece na morte de Jesus, salienta o Patriarca de Lisboa: “Cristo morre nos mecanismos e nas intrigas próprias daquele tempo. Morre com uma atitude universal, que podia acontecer em qualquer tempo, que é a da generosidade de oferecer a sua vida por amor”. Para D. José Policarpo, este é o ponto fulcral: “Até aqui [a morte de Jesus], nós temos humanamente a possibilidade de perceber. O que já escapa muito à nossa compreensão é a outra intervenção directa de Deus, como houve tantas na história, e que é a Ressurreição de Jesus. Aí, no centro, está mais uma vez o drama da humanidade, mas agora com o apontar de uma solução definitiva: a solução da vitória sobre a morte, da vitória sobre o sofrimento, sobre a dor, da vitória sobre o tempo e a abertura da eternidade”.

Ressurreição

A Ressurreição torna a Páscoa imparável, de acordo com o Patriarca de Lisboa: “Então aí começa, para a humanidade toda, esse abraço do amor de Deus, não já apenas num anúncio de esperança mas uma nova realidade que vai germinando, que vai fazendo caminho, que vai sendo cultivada por uns e desconhecida por outros, mas que é imparável. O mistério da Páscoa é imparável no tempo da história! E estes dois mil anos mostraram-no bem”.

Homem criado para conhecer Deus

Nesta Mensagem de Páscoa, D. José Policarpo salienta ainda que a criação do homem teve um objectivo concreto. “O homem foi criado para, na plenitude da vida, conhecer Deus; no amor que tanto deseja, encontrá-l’O de forma definitiva e perfeita no amor de Deus, de se renovar, de ser um homem novo. Daí floresceram ao longo dos séculos atitudes humanas novas, de generosidade, de coragem, de humildade, de amor pelos irmãos, e que é a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo Ressuscitado que Ele conduz através dos tempos”.

A Páscoa que a Igreja celebra há mais de dois mil anos é permanente, pelo que o Cardeal-Patriarca convida os cristãos a celebrá-la: “Somos convidados, nesta Páscoa, a fazer esta passagem. Esta passagem está a acontecer em nós! Está a acontecer no Povo de Deus! Está a acontecer na humanidade. E é imparável! Levará o tempo que só Deus conhece, mas é imparável no seu efeito definitivo, no seu sentido para a história do homem e do mundo”.

A Mensagem de Páscoa de D. José Policarpo apela ainda aos cristãos a olharem a eternidade: “Desejo-vos a todos uma Santa Páscoa, que significa a coragem e, ao mesmo tempo, a alegria da esperança de fazer na vida concreta que hoje vivemos esta passagem do tempo para a eternidade”.

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Mensagem de Páscoa do Cardeal-Patriarca de Lisboa em vídeo

Veja em vídeo a mensagem Pascal de D. José Policarpo no canal YouTube do Patriarcado de Lisboa (www.youtube.com/patriarcadolx) ou acedendo directamente à página do Patriarcado na internet, em www.patriarcado-lisboa.pt.

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Páscoa na Sé Patriarcal de Lisboa

Quinta-feira Santa

10h00 – Missa Crismal, preside Cardeal-Patriarca

19h00 – Missa da Ceia do Senhor, preside Cardeal-Patriarca

Sexta-feira Santa

10h30 – Ofício de Leitura e Hora de Laudes

15h00 – Celebração da Paixão do Senhor, preside Cardeal-Patriarca

Sábado Santo

10h30 – Ofício de Leitura e Hora de Laudes

21h30 – Vigília Pascal, preside Cardeal-Patriarca

Domingo de Páscoa

11h30 – Pontifical da Solenidade da Páscoa, preside Cardeal-Patriarca