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Responder à Palavra de Jesus “lançai as redes” é hoje entrar em missão, no espírito de uma Nova Evangelização. É este o tema central da última catequese preparatória do VII Encontro Mundial das Famílias que vai ocorrer em Milão.

Testemunhar a fé essencialmente quando a adversidade bate à porta. Testemunhar que somos capazes de viver as alegrias pascais, reconhecendo que cada um faz parte da história de amor e salvação que Deus constrói em nós.

 

Um turbilhão de sentimentos

Ser portador duma doença oncológica e pai ou mãe de filhos menores é uma situação que, com alguma frequência, ocorre no seio das nossas famílias.

Numa família que passa por uma experiência deste género é natural que, inicialmente, surja um turbilhão de sentimentos, levando-a a sentir-se perdida e não aceitar com passividade o veredicto.

A rotina do dia-a-dia vai-se alterando, as ausências e a debilidade do doente sucedem-se, as alterações físicas afetam o ambiente familiar. Quantas vezes o maior desejo será − além da cura do seu familiar ─ a imensa vontade do regresso à normalidade e à vulgaridade das tarefas rotineiras, a que damos pouca importância no ciclo das nossas vidas.

Uma experiência deste foro não pode criar tabus, dramas exagerados ou excessivamente alarmantes. Estas reações prejudicam a vontade e a necessidade de vencer. A doença, e tudo o que ela acarreta, deve ser falada e tratada com a normalidade adequada e acreditar que se está a fazer tudo com vista à hipótese de cura. A vontade que se tem de vencer a doença consegue-se com as solicitações e a exigência a que estão sujeitos os pais, sobretudo por parte dos mais novos. A presença nas atividades escolares ou lúdicas, dar ânimo, corrigir ou elogiar, dá ao doente o sentimento que o seu contributo para o bem-estar da família é essencial para os seus filhos. Ajuda a perceber que se tem que lutar para continuar presente nas tarefas do dia-a-dia, torná-las, apesar de rotineiras, essenciais para a família. O amor que os filhos exigem dos pais demonstra como são indispensáveis para eles e como os ajuda a crescer em harmonia.

Mas se os filhos dão a força necessária para a família se manter unida, o amor dos cônjuges e a sua relação não pode ser descuidada. É grandioso e crucial, sendo muitas vezes com um grande esforço para o doente, manter os gestos de carinho para com o outro, o cuidado de não se desleixar naquilo que o outro mais aprecia. O doente não se deve fazer de vítima, penalizar ou desforrar a amargura e revolta que sente num ou noutro membro da sua família. Nunca se deve esquecer que o outro, não estando doente, está a sofrer, uma dor que não sendo física, não deixa de ser amarga e profunda.

A coragem e o valor de uma pessoa não se medem pelos infortúnios que ocorrem na sua vida, mas pela persistência e firmeza com que os enfrenta. A proteção e o carinho que o doente pode encontrar na família contribui, significativamente, para a coragem que tem que se ter para todo o percurso que a doença implica: tratamentos, exames, menor coragem e sofrimento.

O doente não pode ter medo de se sujeitar aos exames médicos, percebendo que a doença, por vezes silenciosa, passa sempre por, periodicamente, fazer e esperar o resultado de exames. Quanto mais cedo se agir, maior a probabilidade de cura; é preciso não acobardar, agir quanto antes, ter coragem para enfrentar, ter coragem para aceitar.

Estas fases da vida levam a que se interiorize que as verdadeiras transformações só ocorram em períodos de sofrimento e que, às vezes, as crises têm aspetos positivos, já que são tempos de transformação, de crescimento pessoal e da relação com Deus. De início, a fé torna-se um paradigma entre o pedir incessantemente a cura e a revolta de ser portador desse mal. Com o correr da experiência, sente-se que a dádiva do dia-a-dia é a maior manifestação do carinho e da presença de Deus na nossa vida, que nos leva a agradecer, a reconhecer e a evidenciar como são bons os momentos em família. A fé deixa de se basear numa súplica, para se tornar num sentimento de gratidão, o reconhecimento do prazer em concretizar as tarefas profissionais e lúdicas, as manifestações de amor no casal e nos filhos, a partilha da amizade e o carinho que se verifica entre todos os entes queridos e amigos.

A doença e a fé são elementos duma experiência de vida que ajuda a fortificar os laços familiares e o sentimento da existência divina. 

 

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VII Encontro Mundial das Famílias (VI)

Os discípulos fizeram “festa” com Jesus depois de terem acolhido a sua palavra: “Lançai a rede para o lado direito da barca e achareis. Lançaram-na e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes” (Jo 21, 6). Este é o tema central da nona catequese preparatória do VII EMF: a família em contacto com a nascente da vida, a comunhão com Deus e a comunhão fraterna.

Hoje celebramos o domingo como memória semanal da ressurreição de Jesus e assumimos essa presença real do Senhor ressuscitado, no cumprimento da «promessa» da Sua vinda gloriosa. No domingo, a família encontra o centro da semana, o dia que conserva e ilumina a sua vida quotidiana. Por isso, o domingo é o senhor dos dias, o dia do encontro com o Ressuscitado, à semelhança dos discípulos que, na barca, se encontraram com Jesus no lago de Tiberíade.

Participando na missa, a família dedica espaço e tempo, oferece energias e recursos, aprende que a vida não é feita unicamente de necessidades a atender, mas de relações a construir. Se não nos encontrarmos com Cristo Ressuscitado, a festa não se realiza, a comunhão é apenas um sentimento e a caridade fica reduzida à solidariedade.

As pistas de reflexão desta nona catequese interpelam-nos à vivência do domingo como a Páscoa semanal, na escuta da Palavra, em casa e na igreja, na partilha da mesa eucarística e como tempo de esperança.

O “Tempo para a Comunidade” é a abordagem da Festa na décima catequese. “E todos os dias não cessavam de ensinar e pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e nas casas” (Act 5,42).

Esta última catequese apresenta-nos a festa do domingo em três dimensões: o dia da comunhão; o dia da caridade; o dia do envio em missão. O domingo como festa para os outros não deve ser entendido unicamente em função litúrgica: dedicar tempo à comunidade e à caridade é um caminho eficaz para a libertação do homem da servidão do trabalho.

Como dia da comunhão, cada um deve compreender que a Igreja que nasce da eucaristia dominical está aberta a todos. Isto pressupõe construir a comunhão entre os fiéis, em fazer da comunidade uma família de famílias. A Igreja só pode tornar-se escola de missão, se for casa de comunhão.

O dia do Senhor torna-se dia da Igreja se for vivido sem a banalidade do isolamento e consumismo, mas como oportunidade para realizar experiências de comunhão fraterna entre as famílias.

Como dia da caridade, é a Igreja ao serviço de todos, e a família é a rede com que se transmite este serviço. O ensino prático da caridade, sobretudo nas famílias com um filho único, deverá abrir-se imediatamente a pequenas ou grandes formas de serviço ao próximo.

Por último, a abordagem do domingo como festa e dia do envio em missão, é uma reflexão sobre a dimensão missionária da Igreja que está no centro da eucaristia dominical e abre as portas da vida familiar ao mundo. Até porque a comunidade dominical é, por definição, uma comunidade missionária.

O cristão sentir-se-á, assim, chamado para o serviço, no seio da sociedade, para o compromisso no voluntariado, para o testemunho na política e para a missão nos outros países do mundo.

 

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A Diocese de Lisboa estará com o Santo Padre

A representação da Diocese de Lisboa no VII Encontro Mundial das Famílias vai ser uma realidade, pois sabemos que há já algumas inscrições confirmadas. Precisamos, porém, de saber quem vai estar em Milão, no período deste grande Encontro de Famílias com Bento XVI.

Convidamos os nossos leitores a entrar em diálogo com o Sector da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, através do email familia@patriarcado-lisboa.pt ou pelo tel. 218810500.

Não interessa se cada um vai pela sua paróquia ou por algum Movimento. É importante saber quem vai a Milão e ali estaremos organizados para representar a diocese.

Para podermos constituir a delegação portuguesa, torna-se urgente organizar o grupo da Diocese de Lisboa, pois estes dados terão de ser centralizados a nível nacional.

Contamos com V. pronta colaboração.

 

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Catequese doméstica: Celebrar a Páscoa

Desde crianças, os filhos e netos devem ser educados para a escuta da Palavra, retomando em casa aquilo que se ouve na comunidade. O encontro com Jesus Ressuscitado, na compreensão da Sua Páscoa, deve alimentar-se na memória do Seu contacto com os homens, na narração do Evangelho, na realidade do pão repartido e do Corpo oferecido.

Jesus reconhece, vive e recomenda o significado do sábado judaico. Jesus cumpre o sentido do sábado, Ele, que é o Senhor do sábado, libertando o homem do mal. O Filho Unigénito de Deus fez-se homem, ensinou, morreu e ressuscitou, está vivo para nos receber e premiar. Ele fortalece-nos pela sua Palavra e conduz-nos à Verdade Plena.

Ensinar em casa o sentido da Páscoa é evidenciar que Jesus, pela sua morte, nos purificou dos nossos pecados e, através da sua ressurreição, abriu-nos o caminho de acesso ao Pai.

O que em cada Páscoa celebramos não é um episódio que diga respeito apenas a Jesus. Todo aquele que O quiser seguir sabe que tem de percorrer com Ele o caminho do calvário, carregando a sua própria cruz, mas assistido pelo Seu Espírito. Só assim salvará a sua vida e alcançará o prémio da Vida Eterna.

texto do Sector da Pastoral Familiar
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