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A uma janela de Roma
“Não sei o que me espera, mas sei que a luz de Deus existe”
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Semana de festa para o Papa: cumpriu 85 anos de idade e 7 de Pontificado, e pediu orações aos fiéis. Foi também anunciada uma nova visita papal ao estrangeiro, na semana em que Bento XVI explicou o sentido do Domingo para os cristãos. Na Páscoa, o pedido foi de paz.

 

1. No dia em que completou 85 anos (16 de Abril), o Papa reconheceu que está na “última etapa” da sua vida, mas revelou muita esperança na bondade de Deus “mais forte do que todo o tipo de mal neste mundo”.

O dia, como todos os outros do ano, começou com uma missa. Contudo, em vez de a celebrar na sua capela privada, Bento XVI celebrou-a na Capela Paulina. Bento XVI não tem por hábito celebrar o seu aniversário, mas desta vez, para além do seu irmão Georg, veio também da Baviera uma delegação especial com alguns bispos e personalidades. Na homilia que proferiu, o Papa recordou alguns santos que foram referência para ele desde jovem e reflectiu sobre o dia 16 de Abril, simultaneamente, Sábado Santo, dia do seu nascimento e do seu Baptismo. “Estou perante a última etapa da minha vida e não sei o que me espera, mas sei que a luz de Deus existe, que Ele ressuscitou e que a sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; sei que a bondade de Deus é mais forte do que todo o tipo de mal neste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança, ajuda-nos a avançar”, afirmou Bento XVI. O Papa agradeceu ainda todos os que – através da sua fé – o ajudam continuamente a identificar o “sim” de Deus.

No final da missa houve uma pequena homenagem de cantos e danças interpretados por um grupo de crianças vestidas tradicionalmente, que acompanhou a delegação bávara.

 

2. Esta semana é de festa, pois na quinta-feira, dia 19, o Papa completou sete anos de Pontificado. Quando Ratzinger foi eleito Papa, muitos se interrogaram se, aos 78 anos, daria conta do recado; se teria energia e saúde suficientes para tão grande missão. “Claro que não”, respondeu na altura o seu próprio irmão. Agora, aos 85 anos de idade e sete anos de Pontificado, Bento XVI já cumpriu 23 viagens fora de Itália.

Desde que é Papa, Joseph Ratzinger presidiu a quatro sínodos dos bispos, a três Jornadas Mundiais da Juventude, escreveu dois livros, três Encíclicas e três exortações apostólicas; proclamou ainda o Ano Paulino, o Ano Sacerdotal e o Ano da Fé, enfrentou com determinação e humildade várias crises, com orientações inequívocas sobre abusos sexuais, sobre protestos internos na Igreja e alertas para a falta de conversão, para os riscos do relativismo e do afastamento de Deus da vida do homem e da sociedade.

Bento XVI tem uma regra de vida, como o seu irmão já confidenciou: “Joseph, ao longo da vida, sempre optou primeiro por cumprir a vontade de Deus e depois empenhou-se com todo o coração em segui-l’O, por onde Deus o quisesse levar”.

 

3. Durante a audiência-geral de quarta-feira, dia 18, na Praça de São Pedro, o Papa agradeceu os votos que os fiéis do mundo inteiro lhe formularam, pelo sétimo ano da sua eleição e pelo seu aniversário natalício. “Peço que me sustenteis sempre com as vossas orações, para que com a ajuda do Espírito Santo, possa perseverar no meu serviço a Cristo e à Igreja”.

 

4. O Papa vai visitar o Líbano entre 14 e 16 de Setembro para entregar a exortação apostólica aos bispos do Médio Oriente, confirmou a Santa Sé, em comunicado. Bento XVI confiará aos cardeais e bispos da região o texto com as conclusões do Sínodo para o Médio Oriente, que decorreu em Outubro de 2010, no Vaticano.

 

5. Bento XVI explicou o sentido do Domingo para os cristãos. “A celebração do Dia do Senhor é uma prova muito forte da Ressurreição de Cristo, porque somente um acontecimento extraordinário e envolvente poderia levar os primeiros cristãos a iniciar um culto diferente em relação ao do sábado hebraico”, explicou o Papa, no passado Domingo, dia 15, no Regina Coeli, antífona mariana recitada durante o tempo da Páscoa. O Papa salientou ainda que o culto cristão não é somente a comemoração de eventos passados, mas uma experiência nova com o Cristo Ressuscitado, experiência esta vivida pelo apóstolos.

 

6. Síria, Iraque, Israel, Palestina, Ruanda, Somália, Sudão, Mali e Nigéria foram os países aos quais Bento XVI deixou uma palavra de esperança, num apelo à paz e ao diálogo. Em Domingo de Páscoa, o Papa dirigiu-se a todos os que sofrem e são vítimas de injustiça, sobretudo em África e no Médio Oriente. “Presente e vivo hoje, Cristo através da sua Igreja está presente como força de esperança em cada situação humana de sofrimento e injustiça”, afirmou. Na mensagem pascal, Bento XVI deixou um forte apelo à paz, à reconciliação e ao diálogo entre os povos do Médio Oriente. “Que Cristo Ressuscitado dê esperança ao Médio Oriente, para que todas as componentes étnicas, culturais e religiosas daquela região colaborem para o bem comum e o respeito dos direitos humanos”, pediu, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, perante milhares de fiéis.

Bento XVI concedeu depois a bênção ‘Urbi et Orbi’ [‘à cidade e ao mundo’], não sem antes enviar votos de Santa Páscoa em 65 línguas, incluindo o português: “Uma Páscoa feliz com Cristo Ressuscitado”.

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