29.04.2012
Mundo |
Radicais islâmicos semeiam o terror em todo o país
Massacre de cristãos na Síria
As últimas notícias são aterradoras. Em toda a Síria reina o caos e no meio da desordem, bandos de militantes radicais islâmicos atacam cristãos com uma violência inacreditável. Famílias inteiras têm sido massacradas.
Os combates entre as tropas do regime de Bashar al-Assad e as forças da oposição síria nunca perderam o vigor, deixando atrás de si um rasto de destruição e morte que já mereceram a condenação da comunidade internacional. Entre os alvos predilectos de bandos armados, na sua esmagadora maioria ligados a organizações extremistas relacionadas com a Al Qaeda, estão os cristãos.
Limpeza étnica
Esta semana, chegou a perturbante notícia de que famílias inteiras estão a ser massacradas, havendo sinais de que poderemos estar perante “uma verdadeira limpeza étnica”. Impunemente, apela-se à violência contra os cristãos. O canal de televisão salafita “Channel TV Safa Cheikh Arour” convidou o Exército de Libertação Sírio a “atacar os cristãos infiéis” em Saydnaya e Maaloula e a “perseguir os cristãos aliados com o regime”. Em localidades como Qalamoun, afirma a agência Fides, a coexistência entre as diversas comunidades, garantida até há pouco, está fortemente ameaçada e os extremistas convidam a “romper todo tipo de relação com os cristãos”.
Bandos armados
Depois do êxodo de milhares de cristãos em fuga aos confrontos sangrentos que têm dilacerado o país, a situação revela-se verdadeiramente trágica. Na cidade de Qusayr, no Norte da Síria, no distrito de Homs, que tem sido tão falado nos últimos tempos, bandos de milicianos destruíram completamente uma rua próxima a uma Igreja católica. O pároco foi obrigado a fugir e, escreve ainda a agência Fides “não há possibilidade de enterrar os cadáveres”. Neste caos, onde reina a impunidade, são também cada vez mais as notícias de sequestros em que os cristãos são quase sempre os alvos preferenciais desta estratégia de terror. Por vezes, trata-se de bandos armados que se aproveitam da desordem que se abateu sobre todo o país para retirarem dividendos, organizando-se em pequenos grupos, ameaçando inocentes, extorquindo dinheiro e não hesitando em matar.
Ajudar as populações
A Igreja já denunciou este ambiente de caos. O Bispo caldeu de Aleppo, D. Antoine Audo, afirmou que “é muito importante, neste momento, ajudar estas populações”. No entanto, apesar do caos reinante, há vozes da Igreja contra uma intervenção militar estrangeira no país, por receio de que a Síria se venha a tornar num novo Afeganistão. O franciscano Pierbattista Pizzaballa, “Custódio da Terra Santa”, alertou, precisamente à Fundação AIS, para o risco de se aumentar a “violência militar”.
Um novo Iraque?
Diz este frade franciscano que o “Ocidente deve exercer pressão diplomática e política, mas deve evitar a violência militar”, pois “os cristãos temem que se venha a produzir uma situação similar à que se vive no Iraque”. Também o Bispo Antoine Audo receia que o exemplo de desagregação que se vive no Iraque possa acontecer na Síria. No Iraque, a população cristã diminuiu drasticamente, passando de quase 1,4 milhões de indivíduos, nos anos oitenta, para apenas cerca de 300 mil nos dias de hoje. Em Homs, cidade mártir onde os bombardeamentos das tropas fiéis ao presidente al-Assad já causaram centenas de mortos, a esmagadora maioria dos cristãos teve de sair, abandonando todos os seus haveres.
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