Domingo |
À Procura da Palavra
“O amor é...”

DOMINGO VI DA PÁSCOA Ano B

 

“O que vos mando

é que vos ameis uns aos outros.”

Jo 15, 17


O que me vem primeiro ao pensamento quando vejo esta expressão são uns desenhos deliciosos dos anos 80 que colocavam um parzinho amoroso com gestos de ternura e faziam as delícias dos enamorados. Claro que, a seguir, vem o início do belíssimo soneto de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver”. E depois surge o delicioso diálogo radiofónico de Júlio Machado Vaz e Ana Meneses na Antena 1 que, há vários anos, pela profundidade e coragem em abordar as questões tão delicadas mas essenciais do amor, tanto ajudam a reflecti-lo e a vivê-lo!

O amor é... com reticências, não significa desvalorização, mas sim humildade para o concretizar. As palavras que tentam descrevê-lo são sempre insuficientes, como estrelas no meio da noite a guiar quem não se quer perder. A arte e a literatura não se cansarão de fazer dele o centro das suas belíssimas obras, ajudando-nos a perceber como o podemos reconhecer e como nos esquecemos tanto dele. É feito de pequenas e grandes coisas, de insignificância e de sublime, convocando o melhor de cada um e do universo num bailado delicado e discreto.

São João da Cruz disse que, “no entardecer da vida, todos seremos julgados pelo amor” e gosto de lembrar este pensamento. Não sei se por contactar com alguns “entardeceres” que são desencanto e tristeza, e com outros são serenidade e encantamento, agradeço a quem me mostra que é possível o amor mesmo quando se desistiu dele. O “Principezinho” de Saint-Exupéry dizia que quando se está muito triste gostamos de ver o pôr-do-sol. É nesse momento que ele nos deixa vê-lo de frente sem magoar os olhos, e maravilharmo-nos por tanta beleza. É um momento de síntese, de encontro com a verdade de tudo fazer sentido, de abraçar tudo o que nos abraçou no dia e na vida. Pois é, acredito que serei julgado pelo amor que viver (mesmo frágil e imperfeito mas autêntico e sincero) e pelo Amor que Deus é, abundante e surpreendente.

Não se ama à distância. Não se ama de fora. Jesus veio ser Deus connosco e entrou na nossa humanidade pela porta humilde do nascimento. Fonte do amor aprendeu e ensinou-nos a amar. Não podemos ser como Ele se não vivermos a mesma união com as pessoas e com o mundo. O amor é... ser com quem se ama!

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