Lisboa |
Paróquia de Nossa Senhora da Encarnação da Benedita
Crescer ao ritmo da Igreja
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É a paróquia da Diocese de Lisboa que distribui semanalmente mais exemplares do Jornal VOZ DA VERDADE. A paróquia da Benedita, em Alcobaça, desenvolveu-se fruto do desejo do povo e acolheu no passado Domingo, 20 de Maio, Dia Mundial das Comunicações Sociais, a celebração dos 80 anos do semanário dominical do Patriarcado de Lisboa.

 

A paróquia da Benedita recebe semanalmente 400 exemplares do Jornal VOZ DA VERDADE, sendo por isso a paróquia da Diocese de Lisboa que mais jornais distribui. Uma informação que era desconhecida do pároco. “Por acaso não sabíamos! A ideia que eu tinha é que a Benedita tinha pouca gente a assinar o jornal. Por isso, quando em 2009, com o antigo director, padre Edgar Clara, o jornal iniciou o novo formato de papel, que é mais acessível, decidimos apostar forte no jornal diocesano”, salienta o padre Armindo Reis. O desafio passa por integrar, também, a folha paroquial: “Temos desde há dez anos a Partilha Pastoral, que é uma folhinha A4, semanal, que é distribuída dentro da VOZ DA VERDADE”.

Foi esta paróquia que, no passado Domingo, 20 de Maio, 46º Dia Mundial das Comunicações Sociais, acolheu a celebração dos 80 anos do semanário dominical do Patriarcado de Lisboa. Uma celebração que teve transmissão televisiva na TVI e que, segundo o pároco, deixou toda a comunidade cristã da Benedita muito satisfeita.

 

O impulso do padre Inácio Antunes

A Benedita está situada no extremo norte da diocese e confronta com as dioceses de Santarém e Leiria-Fátima. “A Benedita é uma terra interessante do ponto de vista social e histórico, sobretudo nos últimos 50 anos. Porque era uma pequenina aldeia, muito rural, muito antiga, que tinha uma igreja do século XIII ou XIV. Até aos anos 50 do século XX, a Benedita tinha um problema: por estar no sopé da Serra dos Candeeiros, não tinha água! Além disso, o solo era sobretudo pedra. As pessoas viviam com dificuldades e muitos trabalhavam em especial no calçado artesanal e faziam navalhas, que depois eram vendidas nas feiras dos arredores”, conta ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Armindo Reis. Foi ainda nestes anos 50 que a realidade começou a mudar. “Nessa época, chegou à Benedita um padre que sonhou fazer uma nova igreja. O padre Inácio Antunes convenceu o povo a construir uma igreja – que é a actual igreja paroquial da Benedita, com capacidade para 800 pessoas sentadas! – e com isso criou um novo centro na Benedita: comprou as propriedades à volta e ‘rasgou’ uma avenida de quase 2 quilómetros da porta da igreja até à Estrada Nacional 1”, refere o actual pároco. A nova igreja paroquial da Benedita seria dedicada em 1955 e foi construída apenas com a ajuda do povo, o que levou a que a paróquia se congregasse muito à volta do novo templo. “Existem outras igrejas na paróquia, mas o povo, aqui na Benedita, considera que a sua igreja é a paroquial! Por isso, não temos o problema de outras paróquias, em que as pessoas são muito bairristas e cada um quer tudo na sua capelinha!”, acrescenta o padre Armindo.

Anos mais tarde, por volta dos anos 60, surge na Benedita um projecto de desenvolvimento comunitário, que “propôs aos pequenos artífices de calçado que se juntassem para constituir empresas”. Nasceram assim nesta terra as primeiras empresas propriamente ditas. “Esse projecto levou a que hoje a Benedita seja a freguesia mais industrializada do Concelho de Alcobaça e julgo que do Distrito de Leiria, também”. Ainda nesta década de 60, o padre Serrazina, juntamente com diversas pessoas e o pároco de então, criou uma escola secundária, “porque um dos problemas graves da terra era o ensino”. O Instituto de Nossa Senhora da Encarnação - Externato Cooperativo da Benedita ainda hoje funciona nesta freguesia.

 

Dinamismo da pastoral por zonas

Padre há praticamente 16 anos, o padre Armindo Reis está presente na Benedita há dez anos e salienta que esta é uma paróquia jovem. “Na catequese, por exemplo, temos cerca de 1000 crianças! Já foram mais – já cheguei a ter 1200 –, mas não deixa de ser um número bom!”, refere o pároco. Catequistas são 130, para os nove pólos de catequese da paróquia.

Nos anos 80, o padre Francisco Cosme, pároco que antecedeu o padre Armindo, dividiu a paróquia em diversas zonas pastorais. Hoje, o dinamismo da pastoral assenta precisamente nestas equipas de zona. “Temos 13 equipas pastorais, ou seja, de pessoas que assumem responsabilidades pastorais em cada zona. Destas 13 zonas, seis têm igreja!”. Para atender a todas estas zonas pastorais, o padre Armindo, de 41 anos, conta com o coadjutor, padre Jorge Doutor, e com um diácono permanente, o diácono Freire.

No centro da Benedita, bem junto à igreja, está situado o Centro Social Paroquial, com creche, jardim-de-infância, ATL e clube juvenil. Para os idosos, a paróquia da Benedita criou a Santa Casa da Misericórdia, há menos de vinte anos, numa decisão do pároco de então. Conta com lar, centro de dia e apoio domiciliário. Nas traseiras da igreja, fica o Centro Comunitário Pastoral, inaugurado em 2008 por D. José Policarpo, e que contempla o salão paroquial, sede de escuteiros, capela, biblioteca, salas de catequese e gabinetes.

 

Evangelização e juventude

Estando na paróquia de Nossa Senhora da Encarnação da Benedita desde Setembro de 2002, o padre Armindo Elias dos Reis tem apostado em fazer a comunidade crescer. “A principal aposta é sempre a da evangelização! O maior desafio de um pároco é fazer a comunidade crescer. Se calhar não em número – se for, óptimo! –, mas fazendo com que os cristãos aprofundem a sua fé”. Ao mesmo tempo, acrescenta, a paróquia pretende “criar condições para que a fé se vá transmitindo às gerações futuras”. A formação é por isso desafiante. Neste sentido, a paróquia organiza colóquios ao longo do ano. Também a Escola de Leigos, do Patriarcado de Lisboa, desenvolve diversos cursos e temáticas na paróquia da Benedita.

Ao longo destes dez anos, o trabalho com os jovens tem sido também uma preocupação. “A nível de pastoral juvenil, tão depressa parece que está tudo bem, como de repente… Porque os jovens vão para as universidades, outros são chamados por diferentes apelos que os afastam da Igreja”. Actualmente, no que concerne à juventude, a paróquia tem dois grupos de jovens – o Grupo Voluntariado Juvenil e os Jovens Sem Fronteiras –, além dos escuteiros. “É um agrupamento com quase 30 anos, que integra cerca de 70 elementos e à volta de 12 dirigentes”.

 

Oratórios e cordeirinhos

Cerca de 1000 famílias da paróquia da Benedita recebem, uma vez por mês e durante um dia, o oratório da Imagem Peregrina de Nossa Senhora. O movimento da Imagem Peregrina já existe na paróquia desde os anos 50 e convida as famílias à oração. “Há 30 oratórios que, diariamente, circulam de casa em casa. A ideia é que em cada mês o oratório passe em 30 famílias! Graças a Deus, continua a haver muitas famílias novas que recebem a imagem, rezam junto do oratório nesse dia e depois entregam-no a outra família no dia seguinte”, frisa o padre Armindo. A pastoral familiar da paróquia conta ainda com duas equipas de casais de Nossa Senhora e com diversos casais do movimento Encontro Matrimonial. O MEV – Movimento Esperança e Vida, dirigido às viúvas, o Renovamento Carismático, o Caminho Neocatecumenal, a LIAM – Liga Intensificadora da Acção Missionária ou o Grupo de Voluntariado Social são outros movimentos presentes na paróquia da Benedita.

As crianças não são esquecidas nesta paróquia da Vigararia de Alcobaça-Nazaré. “Temos os Cordeirinhos de Jesus, que integra crianças dos 5 até aos 12 anos, que é um movimento de espiritualidade para a infância. É um complemento à catequese, onde as parábolas são trabalhadas em teatro, música e oração”.

 

Paróquia vocacional

Diz-se que uma paróquia é viva quando dela nascem vocações. “O mais recente sacerdote da Benedita é o padre Marcelo Boita, ordenado em 2008. Mas são também naturais de cá mais sete ou oito padres, entre eles os padres Paulo Franco, Paulo Gerardo, Ezequiel”, conta o actual pároco, sublinhando que a paróquia da Benedita “chegou a ter mais de uma centena de religiosas naturais desta terra”, em especial “da Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima”, que tem ainda uma comunidade na paróquia, desde os anos 40.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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