Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Santos populares
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Chegaram os Santos populares e as suas festas. Não somente aqueles tradicionais – S. António, S. João e S. Pedro – mas também todos os outros, padroeiros das diferentes aldeias, vilas e cidades, que de um modo mais ou menos sofisticado os celebram.

Na televisão passam, invariavelmente, os velhos filmes portugueses, a preto e branco, onde ainda reconhecemos um pouco da nossa alma nacional. Nas grandes cidades, tudo se organiza à volta de um programa dito “cultural”, sofisticado e intelectual, e outro mais “popular”, feito de sardinhas, arraiais, noitadas. Nas terras de menores dimensões, tudo fica resumido ao “conjunto” e aos “bailes” na associação recreativa.

A grande maioria das vezes, reconheçamos, os santos mais não são que o pretexto para festas, se não mesmo pagãs, pelo menos essencialmente profanas. O facto é que a veneração daqueles que nos precederam na fé e que os nossos antepassados escolheram como protectores se foi perdendo e vergando a interesses económicos, culturais ou de pura festa humana. A Igreja e os cristãos foram-se retirando dos festejos, contentando-se que, à conta do padroeiro, se celebre a “Missa”, onde todos vão com traje de festa, e a “tradicional procissão”.

Mesmo sem grandes análises antropológicas, não será muito difícil adivinhar que as duas realidades nasceram e conviveram em simultâneo ao longo de muitos séculos. A devoção ao protector da terra, àquele a quem todos pediam ajuda nos momentos mais difíceis e importantes, andava, necessariamente, ligada aos festejos humanos: fé e vida, fé e cultura faziam uma coisa só, e eram impensáveis uma sem a outra.

Podemos julgar que foi a dimensão “profana” quem foi tomando cada vez mais importância e acantonando a vertente cristã das festas. Não creio que isso tenha acontecido de modo assim tão simples: mesmo que o desejo de ignorar a expressão de fé das festas populares fosse verdade, ela não poderia nunca poderia ter sido uma realidade se os crentes, firmes na fé, persistissem e insistissem na dimensão cristã dos festejos. Simplesmente, pela ausência e demissão, fomos permitindo que a festa assumisse o seu lado pagão. Talvez estejamos no momento de, novamente, dar à festa popular a sua alma cristã.

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