Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Há mais alegria em dar
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Foi com surpresa – as muitas actividades que mantinha, mesmo depois de deixar o governo da diocese de Coimbra não indicavam a possibilidade de uma partida tão depressa para o Pai – e com muita tristeza que, no Sábado passado, me chegou a notícia da morte do Senhor D. Albino Cleto.

Não posso esquecer o muito que dele recebi, em particular, e para além de muitos gestos de amizade, o exemplo de homem e de pastor. Nele, a simplicidade e honestidade do homem da Serra faziam uma harmonia com a urgência da evangelização e o afã no trabalho pastoral, que nunca abandonou, desdobrando-se generosamente em actividades, ao mesmo tempo que a todos marcava com a simpatia e proximidade. O báculo pastoral que recebeu na sua ordenação episcopal – um cajado de pastor da sua Serra da Estrela mas com a cruz gravada – simbolizava bem essa harmonia.

Nele, tudo era nele genuíno, alicerçado na fé, fruto de uma generosidade de que são capazes apenas os grandes homens, aqueles que se deixam confrontar por Deus, de lhe responder afirmativamente, e de se colocar ao seu serviço. D. Albino Cleto era, acima de tudo, um homem de Deus. E de pouco lhe importava a sua pessoa. Aliás, só acorreu ao hospital, vestido de Bispo, depois de muito terem insistido com ele, e no meio de uma actividade pastoral. É que, segundo dizia, havia muito a fazer e não tinha tempo para doenças!

Quando nos preparamos para celebrar o Ano da Fé e o Santo Padre nos convida a olhar para as figuras dos que foram testemunhas de Cristo no seio das várias comunidades, é impossível não colocar, na sua lista, a figura deste homem, sacerdote e Bispo, que serviu a nossa diocese em grande parte da sua vida, e que a tinha sempre no coração.

“Há mais alegria em dar que em receber” – estas palavras que, de acordo com os Actos dos Apóstolos (20,35), S. Paulo recorda como ensinamento do próprio Jesus, escolheu-as ele como lema episcopal. Num mundo marcado pelo egoísmo de quem gosta mais de receber que de oferecer, é significativo quem alguém tenha escolhido e vivido desta Palavra, por onde quer que o próprio Senhor o chamasse a ser sacerdote. Olhando para a vida de D. Albino Cleto, não podemos deixar de reconhecer que, de facto, toda a sua vida foi uma entrega alegre ao Pai e à Igreja. Não tenho dúvidas de que, agora, já escutou do próprio Jesus: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor” (Mt 25,21).

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