Papa |
A uma janela de Roma
“Cristo é o maior milagre do universo”
<<
1/
>>
Imagem

Quase meio século depois, Bento XVI visitou a casa onde elaborou o projecto do decreto do Concílio Vaticano II. Na semana em que foi homenageado num concerto, o Papa falou de Cristo – “o maior milagre do universo” – e lembrou a morte do mais antigo cardeal da Igreja. Por último, a Santa Sé condenou uma ordenação episcopal ilegítima na China.

 

1. Presente em Castel Gandolfo, a repousar, o Papa visitou esta semana a casa que o acolheu há 47 anos atrás. Bento XVI deslocou-se à Casa dos Verbitas, na cidade de Nemi, próxima do Vaticano e do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma. Foi esta casa pertencente à Sociedade do Verbo Divino que, entre 29 de Março e 3 de Abril de 1965, acolheu o então padre Joseph Ratzinger (hoje, Bento XVI), numa sessão destinada a elaborar o projecto do decreto do Concílio Vaticano II (1962-1965) sobre a actividade missionária da Igreja.

A visita à casa, agora denominada Centro Ad Gentes, nome do documento conciliar sobre as missões, iniciou-se com o Papa a rezar na capela. Depois Bento XVI conheceu o centro, passeou pelo bosque e contemplou o lago Nemi.

A deslocação teve carácter privado, como aconteceu com as de outros dois Papas: João XXIII, a 23 de Agosto de 1962, e Paulo VI, a 6 de Setembro de 1965.

 

2. Uma orquestra de jovens músicos do Médio Oriente realizou esta semana um concerto em homenagem a Bento XVI. Dirigido por Daniel Barenboim, a apresentação da West-Eastern Divan Orchestra aconteceu no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, a residência de Verão do Papa, tendo sido interpretada a Sinfonia nº 5 e a Sinfonia nº 6, também conhecida como ‘Sinfonia Pastoral’, de Beethoven.

A apresentação decorreu no dia de São Bento, patrono da Europa.

 

3. Muitos fiéis e turistas de várias partes do mundo reuniram-se no passado Domingo, dia 8, no pátio da residência de Castelo Gandolfo para ouvir o Papa e rezar a oração mariana do Angelus. “Os milagres não são para Jesus uma demonstração da sua potência, mas sim, sinal do amor de Deus que actua lá onde encontra a fé do homem (…) Como é possível que não reconheçam a luz da Verdade? Porque não se abrem à bondade de Deus que Ele quis partilhar com a nossa humanidade? Com efeito o homem, Jesus de Nazaré é o espelho de Deus, n’Ele habita plenamente. E enquanto nós procuramos sempre outros sinais, outros prodígios, não nos damos conta de que o verdadeiro Sinal é Ele, Deus feito carne, é Ele o maior milagre do universo: todo o amor de Deus contido num coração humano, no rosto dum homem! Quem compreendeu verdadeiramente essa realidade foi a Virgem Maria. Aprendamos dela, nossa Mãe na Fé, a reconhecer na humanidade de Cristo a perfeita realização de Deus”, desejou Bento XVI.

 

4. Morreu o mais antigo cardeal da Igreja: D. Eugénio de Araújo Sales, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, era cardeal, por decisão do Papa Paulo VI, desde Abril de 1969, e faleceu no passado dia 9 de Julho, aos 91 anos.

O Papa expressou pesar pela morte do cardeal brasileiro, lembrando o lema episcopal de D. Eugénio Sales. “Dou graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor que, nos seus quase 70 anos de sacerdócio e 58 de episcopado, procurou apontar a todos a senda da verdade na caridade e do serviço à comunidade, em permanente atenção pelos mais desfavorecidos, na fidelidade ao seu lema episcopal ‘impendam et superimpendar’ (‘gastarei e gastar-me-ei por inteiro por vós’)”, sublinhou Bento XVI, num telegrama enviado ao Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, decretou luto oficial de três dias no Estado. “D. Eugénio Sales era amado pelo povo do Rio de Janeiro. Nas últimas décadas, a sua liderança religiosa foi a mais importante do nosso Estado”, salienta um comunicado do Governo estadual.

 

5. A Santa Sé condenou a ordenação episcopal ilegítima, no passado dia 6, em Harbin, na China, do padre José Yue Fusheng. “A Santa Sé não reconhece o reverendo Yue Fusheng como bispo da administração apostólica de Harbin. Ele não detém autoridade para governar os sacerdotes e a comunidade católica”, refere uma nota oficial da Santa Sé publicada esta semana, garantindo que o sacerdote “tinha sido informado a seu tempo que não podia ser aprovado pela Santa Sé como candidato episcopal e repetidamente lhe tinha sido pedido que não aceitasse a ordenação episcopal sem mandato pontifício”.

A Santa Sé, por outro lado, exprime apreço em relação aos “sacerdotes, pessoas consagradas e leigos que rezaram e jejuaram invocando o arrependimento do reverendo Fusheng, a santidade dos sacerdotes e a unidade da Igreja na China”.

Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES