A experiência de convivência nestes últimos decénios – e toda aquela que se encontra para trás, apesar das guerras e dos egoísmos nacionais – mostrou que a Europa não faz qualquer sentido dividida.
A Europa é uma unidade, apesar de toda a diversidade de povos, de línguas, mesmo de culturas regionais. Foi essa unidade – que assenta num pano de fundo capaz de ultrapassar as originalidades próprias de cada Estado, e que vai muito mais longe que as meras questões de gestão orçamental – que lhe permitiu ser o motor da civilização; adquirir aquele modo de vida que todos os demais povos olhavam com admiração e que desejavam imitar e viver.
Podemos dizer que a questão é apenas de uma fraca liderança, incapaz de olhar mais longe que a simples navegação costeira, e de se lançar na direcção de novos horizontes – a ser, por isso, substituída a breve prazo. Creio que, infelizmente, o problema vai hoje mais longe: as questões económicas e todas as realidades que as criaram, mais que problemas de mera governação, transbordaram também para um certo modo de viver, assumido mais ou menos por todos, mesmo que cansado, velho, extenuado: passou a dar atenção mais ao passado recente, ao “snobismo” cultural, e mostrou-se incapaz daquela síntese, da atitude de vida que ao longo dos séculos caracterizou o homem europeu.
Estou consciente – nem sequer o desejo – de que é impossível terminar, de um dia para o outro, com esta Europa fraca, incapaz de olhar o bem comum e de se mostrar à altura do seu longo passado. Mas, como muitos europeus, também eu estou farto desta pobre Europa. Sei mesmo que seria perigoso – para a Europa e para o mundo inteiro – que ela acabasse e, de repente, desse lugar a uma qualquer outra realidade, imaginada, fabricada artificialmente atrás da secretária de um qualquer pensador.
Contudo, é importante uma nova Europa. Uma Europa onde o ser humano possa ser e respirar, não apenas a nível económico mas em todas as suas dimensões. Uma Europa não apenas digna do seu velho passado, como uma Europa digna também daqueles que nela, hoje, habitam. Uma Europa capaz de ser um luzeiro de humanidade.
Pedro Vaz Patto
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