Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Lidar com a crise
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De tempos a tempos, o país parece suspenso. Anuncia-se mais uma visita da troika, e todos vão esperando que o exame seja superado e que, apesar de tudo, Portugal consiga dar mais um passo na saída desta situação, ainda que o futuro próximo não se afigura propriamente risonho. Aliás, bem mais que um par de meses de austeridade, trata-se antes de adquirir, para sempre, novos modos de vida, mais austeros e sóbrios que aqueles a que nos fomos habituando nos anos anteriores.

E o facto é que também na vizinha Espanha e noutros países europeus as medidas que os respectivos governos adoptaram para fazer face a situações semelhantes às nossas são muito idênticas às que temos vindo a sofrer na pele.

Por isso mesmo, não deixam de espantar algumas situações. Em primeiro lugar é de espantar que alguns procurem retirar dividendos políticos da crise. A actual situação em que muitas famílias vivem momentos de aflição, não é, decididamente, a altura para procurar ganhar votos ou para subir na luta pelo poder político. É certo que o debate político continua a ser importante, e que a unanimidade traz habitualmente consigo o desleixo dos governos na tomada de medidas essenciais. Mas isso não pode impedir que a consciência do bem comum se sobreponha aos interesses partidários.

Depois, não pode ainda deixar de criar espanto a atitude de alguns inconscientes que, de um modo mais ou menos desesperado, gritam na praça pública umas frases contra a crise, e que são arvorados (ou a si mesmo se arvoram) em paladinos da liberdade e dos mais fracos. Parece que muitos (e não são poucos) foram perdendo o discernimento no meio desta situação carregada de dificuldades.

Não deixa ainda de espantar que a Comunicação Social esteja a lidar com a crise do mesmo modo com que lida com os incêndios do Verão: mais que ajudar a combater e a serenar os ânimos, vai antes lançando combustível na fogueira, de um modo irresponsável, contraditório e, sobretudo inútil.

Finalmente, espanta igualmente a incapacidade com que muitas medidas e decisões tomadas são comunicadas aos portugueses. Não se pede ao governo que torne dourado o que é negro. Mas pede-se que mostre, sempre e cada vez mais, um efectivo cuidado pelos mais pobres e frágeis, sem se deixar cair nas malhas do debate inútil e do descrédito que tudo isso acarreta.

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