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A uma janela de Roma
“É na oração que sentimos a presença de Jesus”
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A Sala Paulo VI voltou a receber Bento XVI para as audiências-gerais. Na semana em que morreu o Cardeal Martini, o Papa reuniu-se com os seus antigos alunos e enviou uma mensagem aos cristãos de África.

 

1. O Papa retomou esta quarta-feira, dia 5 de Setembro, as audiências-gerais no Vaticano, após as realizadas na residência de Verão, em Castel Gandolfo. Na Sala Paulo VI, Bento XVI prosseguiu a catequese sobre a escola de oração, comentando o Livro do Apocalipse, o último do Novo Testamento. “Um Livro difícil, mas que contém uma grande riqueza”, disse o Papa. “O Apocalipse apresenta-nos uma comunidade reunida em oração, porque é justamente na oração que sentimos, de modo sempre mais crescente, a presença de Jesus connosco. Quanto mais e melhor rezarmos com constância, com intensidade, mais nos parecemos com Ele, e Ele entrará realmente na nossa vida, doando alegria e paz. E quanto mais conhecermos, amarmos e seguirmos Jesus, mais sentiremos a necessidade de nos deter em oração com Ele, recebendo serenidade, esperança e força na nossa vida”.

 

2. O Papa lembrou o Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo emérito de Milão falecido no passado dia 31 de Agosto, como um homem de Deus que amou intensamente a Sagrada Escritura “Foi um homem de Deus, que não somente estudou a Sagrada Escritura, mas a amou intensamente, fez dela luz para a sua vida, a fim de que tudo fosse ‘ad maiorem Dei gloriam’, para a maior glória de Deus. E justamente isso foi capaz de ensinar aos fiéis e àqueles que estão à procura da verdade que a única Palavra digna de ser ouvida, acolhida e seguida é a de Deus, porque indica a todos o caminho da verdade e do amor. Foi-o com uma grande abertura de ânimo, jamais rejeitando o encontro e o diálogo com todos, respondendo concretamente ao convite do Apóstolo a estar "sempre pronto a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede" (1 Pd 3, 15). Foi-o também com um espírito de caridade pastoral profunda, segundo o seu lema episcopal, ‘Pro veritate adversa diligere’, atento a todas as situações, especialmente as mais difíceis, fazendo-se próximo, com amor, a quem se encontrava no desânimo, na pobreza e no sofrimento”. Nesta mensagem enviada para a celebração das exéquias, Bento XVI expressou a sua “proximidade, com a oração e o afecto, a toda a Arquidiocese de Milão, à Companhia de Jesus, aos parentes e a todos aqueles que estimaram e amaram o Cardeal Carlo Maria Martini e quiseram acompanhá-lo nesta última viagem”.

 

3. “É a verdade que nos possui, é algo vivo! Não somos nós os seus possuidores, mas somos agarrados por ela”, referiu o Papa aos seus antigos alunos, reunidos em Castel Gandolfo para o tradicional seminário de Verão. No Domingo, 2 de Setembro, Bento XVI reflectiu sobre a ‘arte de ser homens’, que consiste na certeza de que só é possível “viver e morrer bem quando se recebeu a verdade e quando a verdade nos indica o caminho”. Na homilia da Missa presidida na capela do Centro Mariápolis, o Papa recordou o núcleo da “sabedoria doada por Deus”, que oferece a possibilidade de “ser homens de modo recto” e suscita “alegria e gratidão” no coração do crente. Mesmo se na história da Igreja o prevalecer de “aplicações, obras e costumes humanos” por vezes leva a uma atitude de “triunfalismo que se vangloria de si mesmo em vez de louvar a Deus”. “Penso que nos encontramos precisamente nesta fase, na qual vemos na Igreja só o que é feito por nós mesmos, e é-nos deteriorada a alegria da fé”.

Bento XVI recordou ainda que “ninguém pode dizer: possuo a verdade”, porque, ao contrário, é a verdade que possui o homem. E “só se nos deixarmos guiar e mover por ela, permanecemos nela”.

 

4. O Papa pediu aos leigos de África para serem “embaixadores de Cristo”. Numa mensagem aos participantes do II Congresso pan-africano do laicado católico, que decorreu em Iaundé, nos Camarões, Bento XVI, citou o tema do encontro, ‘Ser testemunhas de Jesus Cristo em África hoje’: “Durante as minhas viagens ao continente [africano], afirmei em várias ocasiões que África é chamada a ser o ‘Continente da esperança’. Não eram palavras de circunstância, e indicavam um horizonte luminoso que se abre ao olhar da fé”.

O Papa convidou, por isso, os cristãos a serem agentes de esperança. “Mulheres e homens, jovens, idosos e crianças, famílias e sociedades, toda a África hoje aguarda os ‘embaixadores’ da Boa Nova, fiéis leigos provenientes das paróquias, dos movimentos eclesiais e das novas comunidades, apaixonados por Cristo e pela Igreja, repletos de alegria, corajosos agentes de paz e anunciadores de autêntica esperança”.

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