Natural do distrito de Castelo Branco, o Pe. José Antunes da Silva nasceu em Maxial do Campo, freguesia de Sarzedas, em 1957. Depois do noviciado na Congregação do Verbo Divino, fez os seus votos perpétuos em 1983 e foi ordenado sacerdote em 1984.

Tempo de Missão no Gana

A sua vida missionária começou com a partida para o Gana. O desafio de Jesus de levar o Evangelho a todos os povos concretizava-se assim nesta aventura concreta de partir para este país africano onde teve a oportunidade de trabalhar com uma equipa missionária internacional composta por um missionário austríaco e um filipino. O recém-ordenado Pe. José Antunes encontrou nas comunidades que serviu "um povo acolhedor e uma Igreja dinâmica". Foi por isso um tempo de grande enriquecimento pessoal, em que a riqueza da Igreja se manifestou noutras formas de viver e celebrar a fé. Foi igualmente um tempo muito rico na partilha de experiências humanas e na aprendizagem de novos costumes e línguas. Durante esta missão procurou aprender o essencial da língua Twi para, pelo menos, poder celebrar a Eucaristia na língua local e, assim, celebrar os mistérios da fé de forma ainda mais próxima destas comunidades. Por tudo isto, recorda este tempo de missão como um tempo de onde voltou "espiritualmente mais rico".

Pastoral Universitária

Depois de dois anos nos Estados Unidos a estudar, o Provincial da Congregação do Verbo Divino enviou o Pe. José Antunes para Guimarães, para trabalhar na pastoral universitária. A cidade "berço de Portugal" era então uma cidade com um número crescente de jovens universitários e foi pedido aos missionários do Verbo Divino que dinamizassem a pastoral específica destes jovens. Foi um desafio que foi entregue ao Pe. José Antunes e a um conjunto de leigos que procuraram levar aos jovens os desafios sempre actuais do Evangelho. Foi um trabalho que se centrou sobretudo na formação humana e cristã, e em proporcionar aos jovens tempos ricos de encontro com Cristo, através das celebrações litúrgicas e dos sacramentos da iniciação cristã. Desse tempo de verdadeira missão, o Pe. José Antunes recorda de forma especial "as celebrações da bênção dos finalistas, sobretudo pela sua carga simbólica de uma etapa que chegava ao fim e de novas perspectivas que se abriam." Mesmo que "muitos dos estudantes que participavam não fossem praticantes ou mesmo crentes" estes eram momentos fortes da sua caminhada de vida e para o Pe. José Antunes eram momentos que deixavam sempre na vida dos jovens "alguma marca e alguma sede de Deus que só o futuro poderá testemunhar". Este tempo ficou também marcado pelas várias peregrinações a Santiago de Compostela organizadas com os jovens. Para este missionário, "o caminho é uma metáfora da vida; nele aprendemos a sair de casa e ir ao encontro dos outros, descobrimos que é possível viver com menos coisas. Quanto mais pesada é a mochila (da vida) mais duro é o caminho".

Diálogos: Leigos SVD para a Missão

Em 2003, o Pe. José Antunes assumiu a missão de assistente do grupo de voluntariado missionário "Diálogos: Leigos SVD para a Missão". Tal como o nome sugere, é um grupo de leigos ligados aos Missionários do Verbo Divino que dispõem do seu tempo para partirem em missão. Durante este período, a função do assistente é a de acompanhar este grupo e, como verdadeiro pastor, guiar a esperança e o entusiasmo de todos os seus membros, para a missão a que se sentem chamados por Cristo. Nas palavras do Pe. José Antunes, os leigos "são nossos parceiros de missão e não é possível falar da missão da Igreja sem eles".

Sempre disponível para servir

Em 2007, os missionários do Verbo Divino escolheram o Pe. José Antunes para Superior Provincial em Portugal. Coordenar a Congregação do Verbo Divino em Portugal, foi para este missionário uma ocasião propícia para “conhecer melhor o trabalho e a missão nas paróquias e nos outros serviços pastorais” que estão confiados a esta família missionária.

No passado mês de Julho, o Pe. José Antunes foi eleito para Conselheiro Geral da Congregação do Verbo Divino. É mais um desafio na vida deste missionário que está sempre disposto a partir para onde o Senhor o chamar. Nas suas próprias palavras, "esta é a vida do missionário: ser enviado e partir. Enviado por Cristo e pela Igreja, faço um esforço para não falar de mim nem dos meus projectos, pois a missão é de Deus. Partindo, quero não só atravessar fronteiras, mas colaborar na construção de pontes entre os povos e culturas".