A Igreja em Portugal inaugurou o Ano da Fé, na celebração do 13 de Outubro, em Fátima. Na presença de cerca de 180 mil peregrinos, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Policarpo, apelou a um novo ardor da Igreja.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera ser necessário “revigorar o ardor da Igreja tornando-a mais capaz de anunciar a este mundo em que vivemos a mensagem cristã”. D. José Policarpo presidiu nos dias 12 e 13 de Outubro, à última Peregrinação Internacional Aniversária do Santuário de Fátima deste ano 2012, que foi também o momento de abertura oficial do Ano da Fé em Portugal. Na Eucaristia do dia 13, dirigindo-se aos cerca de 180 mil peregrinos que estiveram presentes naquele santuário, D. José Policarpo sublinhou “o relevo dado por Bento XVI” ao Concílio Vaticano II, do qual se está a celebrar os 50 anos de abertura, lembrando que “só é possível celebrar o Concílio com o desejo ardente da renovação da Igreja”. “Nestes 50 anos o mundo mudou, mas essa mudança só agudizou a urgência da mensagem do Concílio”, frisou.

Pertença à Igreja

Segundo vontade do Papa Bento XVI, foi convocado o Ano da Fé, para assinalar os 50 anos de abertura do Concílio Vaticano II e os 20 anos de publicação do Catecismo da Igreja Católica. Uma iniciativa que, afirma o Cardeal-Patriarca de Lisboa, “é momento para levar todos os cristãos a uma maior consciência da sua pertença à Igreja e do seu papel na evangelização, para que a Igreja, em todos os seus membros, em todas as suas expressões e vocações, se sinta enviada a anunciar”. No dia 12 de Outubro, no momento de abertura da última Peregrinação Internacional Aniversária deste ano 2012, D. José Policarpo acentuava que “o Ano da Fé é um desafio a vivermos mais profundamente a nossa fé na celebração dos 50 anos do Concílio. É uma maneira muito própria de sublinhar a importância actual do Concílio Vaticano II, da sua doutrina e das propostas de Igreja que nos lançou”.

A dimensão da Igreja universal

D. José Policarpo, que esteve presente em Roma, na abertura oficial do Ano da Fé, no passado dia 11 de Outubro, testemunhou, ainda, no Santuário de Fátima, a experiência vivida na celebração com o Papa, onde diz ter sentido “a dimensão da Igreja universal”. “Senti a Igreja de todo o mundo ali presente. O povo simples, crente, que estava naquela multidão em Roma, de toda as raças, culturas e continentes”, salientou. Neste sentido, o presidente da CEP acentuou, também, aos peregrinos de Fátima, que “a Igreja é uma coisa maravilhosa, e é no mundo de hoje o grande sinal de esperança se ela for fiel à missão e à vocação a que Deus a chamou”. “Nós somos Igreja”, lembrou o Cardeal-Patriarca. “Ser chamado a ser membro deste povo é dom de Deus, manifestação da ternura de Deus. Por isso depende de cada um de nós aderir e empenhar-se neste povo que é o d'Ele, que Ele identifica com o seu próprio corpo, verdadeira dimensão de Cristo no mundo de hoje”.

Peregrinação

Por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) os bispos portugueses inauguraram, com esta celebração em Fátima, o Ano da Fé, pelo que D. José Policarpo sublinhou: “A aparição de Outubro foi a última. Nossa Senhora regressou ao Céu depois de nos ter deixado a todos o convite de sermos peregrinos do Céu. O Ano da Fé é uma espécie de peregrinação”, acentuou. Mas o “Santuário de que somos peregrinos é outro. A Sagrada Escritura chama-lhe a Jerusalém Celeste, a Casa do Pai, a grande promessa do Senhor”.

Papa abre Ano da Fé em Roma

Na celebração a que presidiu em Roma, no passado dia 11 de Outubro, o Papa Bento XVI desafiou os católicos a enfrentarem o avanço da "desertificação" espiritual que se espalhou pelo mundo, nas últimas décadas, reafirmando a actualidade do trabalho realizado no Concílio Vaticano II. “Qual seria o valor de uma vida, de um mundo sem Deus, já se podia perceber no tempo do Concílio a partir de algumas páginas trágicas da história, mas agora, infelizmente, vemo-lo todos os dias à nossa volta: é o vazio que se espalhou”, referiu Bento XVI na homilia da Missa a que presidiu, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Ao falar diante de milhares de fiéis, 400 cardeais, arcebispos e bispos de todo o mundo, o Papa convidou os cristãos a entrarem no “movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II”, sublinhando que há 50 anos atrás se vivia uma “tensão emocionante, em relação à tarefa comum de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé”. Sobre o Ano da Fé, proclamado pelo próprio, Bento XVI lembrou que os católicos devem transmitir a sua mensagem “sem sacrificá-la frente às exigências do presente nem mantê-la presa ao passado”. “Na fé ecoa o eterno presente de Deus, que transcende o tempo, mas que só pode ser acolhida no nosso hoje, que não volta a repetir-se”.

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Filme evoca abertura do Concílio Vaticano II

No final da celebração de abertura do Ano da Fé, no Santuário de Fátima, foi exibido em dois ecrãs gigantes, e também com transmissão televisiva, um breve documentário evocativo da abertura do Concílio Vaticano II, há 50 anos. Produzido pela Renascença, este documentário apresenta, em cerca de 10 minutos, vários testemunhos e lembra expectativas que o Concílio Vaticano II gerou e traçou para a Igreja.

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Ciclo de Conferências: ‘Conversas com Fé’

As paróquias da Baixa-Chiado e a Livraria Ferin propõem, para o decorrer do Ano da Fé, um ciclo de conferências mensais em torno da fé. É uma “viagem em torno desse lugar claro da afirmação e da dúvida: a fé. É um percurso aberto a todos despertado e motivado por grandes obras de figuras cimeiras do pensamento e da literatura ocidental (de Dostoievski a S. Agostinho, de Bento XVI a Graham Greene), sugeridas e apresentadas por personalidades diversas do panorama cultural e académico português, que se dispõe ao debate sobre as mesmas”, refere um comunicado enviado ao Jornal VOZ DA VERDADE. A primeira conferência realiza-se esta segunda-feira, 22 de Outubro, pelas 18h30, onde o padre José Jacinto Farias, teólogo e professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, vai apresentar a obra 'Introdução ao Cristianismo', de Joseph Ratzinger. Esta iniciativa conta com o apoio do Jornal VOZ DA VERDADE, que irá publicar breves sínteses das diversas obras apresentadas.

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Abertura do Ano da Fé com transmissão online

A celebração de abertura do Ano da Fé na Diocese de Lisboa vai ter transmissão online em formato áudio, no site do Patriarcado de Lisboa (www.patriarcado-lisboa.pt). No passado mês de Setembro, em carta dirigida às comunidades do Patriarcado de Lisboa, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, convocou a diocese para a Eucaristia, na Solenidade da Dedicação da Sé Patriarcal, assinalando que nessa celebração a Diocese de Lisboa fará a abertura do Ano da Fé.

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Missa de Abertura do Ano da Fé

Sé Patriarcal de Lisboa – 25 de Outubro, 21 horas