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A uma janela de Roma
“O homem é mendigo de Deus”
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Na semana que foi eleito o novo Papa Copta e o Presidente dos EUA, Bento XVI deixou mensagens de alerta para a atenção à liberdade religiosa, manifestou a sua proximidade junto do povo da Síria e lembrou que o homem tem desejo de Deus.

 

1. No dia em que Obama foi reeleito Presidente dos Estados Unidos da América tanto o presidente da Conferência Episcopal dos EUA, Cardeal Dolan, como o Papa Bento XVI deram os parabéns ao Presidente reeleito, mas deixaram o aviso de que a Igreja não se calará em defesa da liberdade religiosa. Na mensagem Bento XVI diz rezar para que Deus assista o Presidente reeleito nas suas responsabilidades e também para que os ideais de liberdade e justiça que guiaram os fundadores dos Estados Unidos continuem a nortear o caminho da nação.

O porta-voz do Vaticano também reagiu à vitória de Obama, deixando votos de que o presidente possa encontrar os melhores caminhos para promover o bem-estar de todos, no respeito pelos valores humanos essenciais, na promoção da cultura da vida e da liberdade religiosa. A questão da liberdade religiosa é particularmente sensível, uma vez que a Administração de Obama tem estado em conflito com a Igreja americana por causa de um decreto que visa obrigar as instituições católicas a fornecer serviços contraceptivos e abortivos aos seus funcionários, através de seguros de saúde. Também o Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova Iorque e presidente da Conferência Episcopal dos EUA, felicitou Obama mas deixou vários recados ao vencedor das eleições. Prometendo que os bispos vão rezar por Obama, Dolan diz: “Em particular, rezamos para que exerça o seu cargo na busca do bem comum, especialmente no cuidado dos mais vulneráveis, incluindo os nascituros, os pobres e os imigrantes. Continuaremos a levantar a nossa voz em defesa da vida, do casamento e da nossa primeira e mais importante liberdade, a liberdade religiosa.”

 

2. Bento XVI enviou esta semana  uma mensagem ao Papa da Igreja Copta Ortodoxa, saudando-o pela sua eleição para a Sé fundada por São Marcos. “Foi com muita alegria que soube da sua eleição enquanto Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos”. Assim começa a nota endereçada por Bento XVI a Tawadros II, o novo líder da Igreja Copta Ortodoxa, escolhido por uma criança vendada que escolheu o seu nome de entre três candidatos. A Igreja Copta é originária do Egipto, foi fundada por São Marcos e é actualmente a maior comunidade cristã de todo o Médio Oriente, contando com cerca de 10 milhões de fiéis naquele país, para além de uma significativa diáspora. Na sua mensagem de parabéns, publicada Bento XVI manifesta-se ainda esperançado no desenvolvimento do diálogo ecuménico com os coptas: “Nestes tempos difíceis é importante que todos os cristãos dêem testemunho do amor e amizade que os liga, conscientes da oração oferecida por Jesus durante a última ceia: ‘que sejam um, para que o mundo creia’.” O novo Papa dos Coptas tem uma vasta experiência internacional, fala fluentemente inglês e dos três candidatos finais ao posto é aquele que tem maior sensibilidade ecuménica.

 

3. Bento XVI explicou, na passada quarta-feira, 7 de Novembro que a delegação do Vaticano não foi à Síria por falta de segurança. O Papa pretendia enviar à Síria uma delegação do Vaticano composta por cardeais, mas teve que encontrar uma alternativa devido à falta de segurança. Bento XVI optou, assim,  por enviar um emissário ao Líbano, o cardeal Robert Sarah, para reunir com "pastores e fiés das Igrejas que estão presentes na Síria", e entregar um donativo para ajudar a população. "Diversas circunstâncias e a evolução da situação não tornaram possível a iniciativa nas modalidades desejadas e, por consequência, decidi confiar uma missão especial ao cardeal Robert Sarah", declarou Bento XVI durante a audiência geral da passada quarta-feira na praça de São Pedro. "Para manifestar a minha solidariedade e a de toda a Igreja à população na Síria, bem como a minha proximidade espiritual das comunidades cristãs daquele país, o meu desejo era enviar uma delegação de cardeais a Damasco", concretizou o Papa. O cardeal Sarah é presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum", Ministério do Vaticano que coordena o conjunto dos movimentos caritativos da Igreja através do mundo. Na mesma audiência o Papa fez também um apelo a todas as partes na Síria para porem fim "ao imenso sofrimento" da população e para que seja procurada uma solução de paz.

 

4. Na catequese que proferiu esta semana na Audiência Geral de quarta-feira, Bento XVI definiu o homem como “um mendigo de Deus”. Dirigindo-se aos presentes na Praça de São Pedro, em língua portuguesa, o Papa apresentou a síntese da catequese semanal salientando que “o homem traz dentro de si um misterioso desejo de Deus” e que “embora muitos dos nossos contemporâneos possam objectar que não sentem tal desejo, este não desapareceu completamente do seu coração”. Segundo Bento XVI, “por detrás dos mais diversos desejos” que movem o homem “esconde-se um desejo fundamental que nunca está plenamente saciado. O homem conhece bem aquilo que não o sacia, mas não pode imaginar nem definir o que lhe faria experimentar aquela felicidade de que sente nostalgia no coração”, referiu. “O homem é um 'mendigo de Deus' e, só em Deus, encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso”, sublinhou, acentuando que, por isso, “não se trata de sufocar o desejo que está no coração do homem mas de o libertar, a fim de que possa alcançar a sua verdadeira altura”.

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