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Médio Oriente: A guerra regressou à Faixa de Gaza
Um caminho contra o barulho das armas
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O mundo assiste, impotente, ao evoluir, uma vez mais, da guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza. No meio dos bombardeamentos e do lançamento de rockets, ninguém parece conseguir escutar os apelos de paz ou as orações das comunidades cristãs. Será a guerra mesmo inevitável?

 

A eliminação, pelas Forças Armadas de Israel, de um dirigente das Brigadas Izz ad-Din Al Qassam, consideradas como o braço armado do Movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, despoletou a situação de guerra que se vive na região e que já se saldou em mais de uma centena de mortos e feridos, muitos deles mulheres e crianças.
A fronteira que separa Israel do território conhecido como a Faixa de Gaza será, provavelmente, a mais perigosa do mundo, pelo clima de forte tensão que existe entre os dois Estados.
Na origem desta guerra não declarada está o contínuo lançamento de rockets contra Israel, havendo dias em que, segundo as autoridades deste país, foram disparados dezenas destes engenhos explosivos. A operação militar em curso, denominada Pilar da Defesa, tem como objectivo, precisamente, tentar pôr fim a esta situação.

 

Hospitais sobrelotados

O drama, como em todas as guerras, em todos os conflitos, é que há sempre vítimas inocentes, crianças, mulheres, idosos. Um sinal visível desta tragédia é a notícia da morte de nove pessoas, de quatro gerações, todas da mesma família, os al-Dalu, em resultado do bombardeamento a que esteve sujeito o bairro de Nassar, na cidade de Gaza, há alguns dias.
Já esta semana, a Cáritas Jerusalém, uma organização da Igreja Católica na Terra Santa, pediu ajuda internacional para as populações da Faixa de Gaza, pois os hospitais estão “sobrelotados de feridos” e sem condições para atenderem a todas as necessidades. “São precisos mais médicos e aqueles que estão a trabalhar debatem-se com uma grande falta de medicamentos”, diz a Cáritas, acrescentando que começam também a escassear bens de primeira necessidade como “água potável, placas de plástico para reforçar as janelas das casas durante os bombardeamentos, fraldas e leite para bebés e crianças”.

 

Orações indiferentes às bombas

De ambos os lados da fronteira há choro e lamentos, assim como há gritos de raiva e juras de vingança. A guerra traz consigo sempre a sombra da morte, o sangue, a dor. Na Palestina, apesar de fortemente minoritários, os cristãos procuram, unidos ao mundo inteiro em oração, que a paz prevaleça sobre a guerra, que o diálogo possa sobrepor-se à retórica militar e que a paz possa ter uma oportunidade.
Em Gaza há uma paróquia dedicada à Sagrada Família de Nazaré. Por causa dos bombardeamentos, agora praticamente ninguém se atreve a ir até à igreja, mas o medo das bombas não assustou ainda o Padre Paul de Santo nem as Irmãs do Instituto do Verbo Encarnado. No sábado passado, durante todo o dia, estiveram em oração eucarística e pediram ao Senhor “o fim do flagelo da guerra e que diminua o cálice do sofrimento que todas as pessoas estão a viver na região”.

 

Apelos à paz

Também as Irmãs de Madre Teresa parecem imunes ao medo. Quando começaram os bombardeamentos, a sua preocupação foi salvar as crianças portadoras de deficiência, que estão à sua guarda, levando-as para locais mais resguardados, poupando-as, na medida do possível, ao pânico do rebentamento das bombas.
Da Faixa de Gaza chegam-nos pedidos de ajuda. Acima de tudo, pedem as nossas orações. Em Setembro, durante a sua visita pastoral ao Líbano, o Santo Padre fez um veemente apelo à paz, à concórdia, ao entendimento, à procura de "um caminho contra o barulho das armas". Elas, as armas, aí estão, com todo o fragor, a espalhar a destruição, o medo, o sangue e a morte de inocentes. Do Médio Oriente, da Terra Santa, suplicam-nos por ajuda. Temos o dever de orar por eles.

 

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Oração pela paz

No Médio Oriente há uma ameaça de nova guerra. Na Terra Santa, onde o Senhor proclamou a mensagem da paz para todos os povos e todos os tempos, há pessoas a morrer sob uma chuva de bombas e mísseis. Impotente, o mundo observa o desenrolar dos acontecimentos. Especialmente nestes dias, ouvimos as passagens da Bíblia que falam das “últimas coisas”, da morte, do juízo, do céu e do inferno.  Contudo, nós que escutamos as palavras do Evangelho, não somos impotentes. Podemos pedir a Cristo, o Príncipe da Paz, a paz para a Sua pátria. Ele próprio nos diz que devemos orar e vigiar. Unamo-nos aos cristãos e as todas as pessoas da Terra Santa numa oração a Cristo, para que chegue a paz ao Médio Oriente. Em breve celebraremos a festa de Cristo Rei. Cristo é o Rei da Paz. Supliquemos-Lhe incansavelmente durante os próximos dias, pedindo-Lhe a paz para a Sua terra e para os corações dos homens.

(P. Martin Barta – Assistente Espiritual Internacional da Fundação AIS)

 

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