Na Eritreia, a Igreja está a viver um verdadeiro calvário. Nos últimos anos, o governo tem obrigado todos os jovens a realizarem a recruta militar e nem os seminaristas escapam a isso. Há, neste país, um clima de medo de que ninguém fala…

Formalmente, o governo comunista da Eritreia não interfere com as comunidades religiosas reconhecidas no país, como é o caso da Igreja Católica. Mas isso é só formalmente. Na verdade, os seminários estão cada vez mais vazios e não há ninguém para auxiliar os sacerdotes e as irmãs nas suas tarefas diárias. Razão? O serviço militar obrigatório a que nem os seminaristas escapam e que, muitas vezes, se estende por… 15 anos!

Um apelo da Igreja

A Igreja Católica da Eritreia, através da Fundação AIS, acaba de lançar um apelo, pois é cada vez mais difícil prosseguir com o trabalho missionário e o apoio social junto das populações mais carenciadas, pois todos os que colaboravam nas várias dioceses e paróquias têm vindo a ser chamados para ingressar nas fileiras do Exército. As autoridades comunistas que governam o país exageram no fantasma de uma possível guerra como justificação para este invulgar recrutamento de soldados entre os jovens. Como se isto não fosse só por si alarmante, tudo se agrava quando, na Eritreia o serviço militar pode ter uma duração anormalmente elevada.

Governo quer armar toda a gente

Os receios securitários do governo estão também a deixar preocupada a Igreja, pois há a intenção de armar todos os cidadãos, “incluindo os sacerdotes”. Segundo dados obtidos pela Fundação AIS, “todos os habitantes da Eritreia – até as mulheres – estão obrigados a possuir uma arma”. Um sacerdote eritreu, que, por razões de segurança solicita o anonimato, afirma que o governo “está a criar um ambiente de permanente ameaça de guerra para manter a população submissa”. Além disso, a Igreja Católica está proibida de realizar quaisquer actividades caritativas. “O governo quer que nos limitemos à igreja e à sacristia”, acrescenta ainda este sacerdote.

Recrutamento forçado

O recrutamento forçado de jovens e adultos está a comprometer todo o trabalho realizado até aqui pela Igreja na Eritreia e começa a ser um problema de difícil resolução. Os seminários estão a esvaziar-se preocupantemente e, para agravar isso, é cada vez mais visível também o êxodo dos jovens. “Os que ficam no país são tontos”, é um pensamento comum entre as gerações mais novas e mesmo os que ainda estão no país têm apenas um pensamento fixo: partir para o estrangeiro.

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Concerto de Natal da Fundação AIS

No próximo dia 15 de Dezembro, pelas 16h, irá realizar-se o tradicional Concerto de Natal da Fundação AIS, na Igreja de S. Domingos, Largo de S. Domingos, nº 25, (junto ao metro da Praça do Rossio), em Lisboa.

A actuação será da responsabilidade do Coro e Orquestra da Academia de Música de Santa Cecília. Serão interpretadas peças de Aires Fernandez, Diogo Melgaz e João Rodrigues Esteves pelo Ensemble Vocal, Missa Brevis de Mozart pelo coro e orquestra, peças de Bach, Haydn e Prokofiev pela orquestra de cordas, canções de Natal pelo coro de câmara e orquestra de cordas e uma actuação especial do coro de escola.

No âmbito da sua missão, a Fundação AIS pretende, neste evento, recordar aqueles que por todo o mundo sofrem com a discriminação, restrições e perseguição à liberdade religiosa, em especial os cristãos perseguidos na Índia.

A Fundação AIS convida todos os seus benfeitores e amigos a participarem neste evento cultural e solidário.

ENTRADA LIVRE

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