Missão |
Rosário Farmhouse, Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural
Valorizar o presente como um verdadeiro presente!
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Rosário Farmhouse nasceu em Lisboa, na Freguesia de São Sebastião da Pedreira, no dia 2 de Outubro de 1968. Bisneta de um irlandês foi batizada na Paróquia do Lumiar. Mais tarde muda-se para a paróquia de Santo António dos Cavaleiros, onde segue o seu percurso de vida cristã. É aqui que faz a 1ª Comunhão, a Profissão de Fé e o Crisma. Rosário envolve-se na vida da comunidade e, durante alguns anos, é catequista, transmitindo, desta forma, a alegria da pertença a Jesus Cristo. Em Abril de 1992, nesta mesma paróquia, Rosário celebra a sua união com Hélder Gomes, dando início à vida matrimonial. Anos mais tarde, ambos celebram aqui o baptismo dos três filhos. À distância, que só o tempo permite, Rosário reconhece que “os valores que aqui aprendi foram decisivos para a minha personalidade.” Já adulta, Rosário descobre a espiritualidade inaciana, através da qual alimenta a sua vida e aprofunda todos os dias a sua fé, afirmando “que tem sido uma fonte de água límpida que me dá a energia todos os dias para encarar a minha passagem pela vida terrena como uma missão, um caminho com curvas e pedras mas cheio de bênçãos!”

 

O início da vida profissional

1992, ano do seu casamento, é também o ano em que conclui a licenciatura em Antropologia, com especialização em Antropologia Social, no ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. No entanto, o seu percurso profissional começa quatro anos antes, em 1988, quando, depois de concluir o curso de Técnicas de Comunicação Social, promovido pela Cáritas de Lisboa, começa a trabalhar na Cáritas Portuguesa, na Revista da instituição. Em 1990 muda-se para a Cáritas de Lisboa e, seis anos mais tarde, é convidada pelo Pe. João Caniço a trabalhar como assistente no Serviço Jesuíta aos Refugiados. Em 2003 é a primeira mulher em Portugal a assumir a função de directora deste Serviço, cargo que ocupa até 2008, ano em que é nomeada Alta Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural.

 

Profunda dedicação às causas sociais ligadas à interculturalidade

Rosário trabalha de forma apaixonada pelas causas sociais ligadas à interculturalidade. Em 1999 tem a oportunidade de visitar o Serviço Jesuíta aos Refugiados em Angola. Aqui, vai ao mercado comprar sabão às fatias e azeite em minúsculos sacos de plástico improvisado. Aqui, depara-se com a pobreza extrema de quem passava à sua frente apenas com um alguidar na cabeça, um filho às costas e outros pela mão, fugindo da guerra com todos os seus pertences.

A relação próxima que estabeleceu com os refugiados, com quem vive momentos que a marcarão para sempre, trouxe-lhe profundos ensinamentos. Rosário recorda muitas pessoas que conheceu e, cuja história, marcada pelo sofrimento e pela esperança, transformou o entendimento que tem da sua própria vida, definindo a relação que hoje estabelece com quem se cruza. A Esperance, mãe ruandesa com 6 filhos, o Erfani, cristão iraniano que foi perseguido pela sua fé, o Aleksey, jovem russo de quem foi madrinha de baptismo e tantos, tantos outros deram a Rosário verdadeiras lições de vida. Com eles, “aprendeu a separar o essencial do supérfluo, a agradecer a Deus por quem tem e o que tem. Aprendeu a valorizar o presente, como um verdadeiro presente! Aprendeu que não podemos apagar o passado, mas aproveitar o presente para escrever o futuro. Aprendeu a viajar pelo mundo através dos outros, sem sair do lugar!”

O ano de 2002 é guardado com especial carinho nas suas lembranças. É o ano em que apresenta o livro “Começar de novo – passo a passo com refugiados e deslocados” e cujo lançamento contou com a presença do então Presidente da República, Jorge Sampaio. E é, também, o ano do lançamento do Programa de Reconhecimento de Médicos Estrangeiros com o Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Fundação Calouste Gulbenkian, que apoiou mais de 100 imigrantes, profissionais da área da saúde que exerciam à data trabalho não qualificado em Portugal, a integrarem o mercado de trabalho na sua área de formação.

Atenta à realidade dos refugiados, dos imigrantes e das comunidades ciganas, o trabalho de Rosário Farmhouse tem sido reconhecido publicamente através de inúmeras distinções, entre as quais a Ordem de Mérito do Infante D. Henrique, a Dedicação e Mérito da Câmara Municipal de Loures, o Prémio Padre António Vieira e o Prémio Princesa Olga pelo Governo da Ucrânia. Mas, o que efectivamente marca de forma profunda Rosário Farmhouse é o contacto com o terreno e a possibilidade de que pequenas/grandes alterações legislativas façam a diferença na vida daqueles com quem e por quem trabalha.

texto por Ana Patrícia Fonseca, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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