Papa |
A uma janela de Roma
“Empenho sincero de busca da unidade”
<<
1/
>>
Imagem

O Papa pediu a todos os cristãos para rezarem pela unidade dos cristãos. Na semana em que batizou 20 crianças, Bento XVI lembrou os migrantes, apontou caminhos para o futuro e viu o seu secretário pessoal ser capa da revista Vanity Fair.

 

1. A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi recordada pelo Papa na audiência-geral da passada quarta-feira, dia 16. Referindo-se ao tema deste ano, ‘Aquilo que o Senhor exige de nós’, Bento XVI pediu a todos os cristãos que rezem pela unidade: “Convido todos a rezarem, pedindo com insistência a Deus o grande dom da unidade entre todos os discípulos do Senhor. Que a força inexaurível do Espírito Santo nos estimule a um empenho sincero de busca da unidade, para que possamos professar todos juntos que Jesus é o Salvador do mundo”.

No habitual resumo da catequese, proferido em português, o Papa falou da revelação de Deus. “Deus dá-se a conhecer, revela-se, entra na história, agindo por meio de mediadores, como Moisés, os Juízes, os Profetas, que comunicam ao seu povo a Sua vontade. Esta revelação alcança a sua plenitude em Jesus Cristo. N’Ele, Deus vem visitar a humanidade, de um modo que excede tudo o que se podia esperar: fazendo-Se homem. Com Cristo, concretiza-se um desejo que permeava todo o Antigo Testamento: ver a face de Deus”.

 

2. Na celebração de 20 batismos no Vaticano, no passado Domingo, 13 de janeiro, Festa do Batismo do Senhor, Bento XVI defendeu a importância de resistir a uma mentalidade que desvaloriza a fé e lembrou a responsabilidade de pais e padrinhos a ensinar o caminho da fé. “Não é fácil manifestar abertamente e sem cedências aquilo em que se crê perante uma sociedade que considera fora de moda e fora do tempo os que vivem da fé em Jesus. Seguindo esta mentalidade, corre-se o risco, mesmo entre os cristãos, de entender a relação com Jesus como limitadora, como algo que impede a própria realização pessoal. Mas não é assim!”, afirmou o Papa. “Esta visão demonstra não ter percebido nada da relação com Deus, porque, à medida que se avança no caminho da fé, percebe-se como Jesus exerce em nós a ação libertadora do amor de Deus, que nos faz sair do nosso egoísmo para nos conduzir a uma vida plena com Deus e aberta aos outros”, justificou.

 

3. Na oração do Angelus do passado Domingo, o Papa assinalou o Dia do Migrante e do Refugiado afirmando que quem procura noutro país um futuro melhor é também um portador da fé e esperança. “Quem deixa a própria terra, fá-lo porque espera um futuro melhor, mas também porque confia em Deus que guia os passos do homem. E assim os migrantes são portadores de fé e de esperança no mundo”, assegurou Bento XVI. “A cada um deles dirijo hoje a minha saudação, com uma especial oração e bênção”, finalizou.

 

4. Em tempo de crise e de mudança, o Papa tem deixado vários alertas no debate sobre o futuro da sociedade. Por duas vezes nos últimos tempos, Bento XVI manifestou a sua indignação com as limitações do bem social que têm sido impostas pelo atual contexto económico-financeiro. É hoje necessário um novo modelo de desenvolvimento e uma nova visão da economia e o Papa explica-o na mensagem para o Dia Mundial da Paz. É que o desenvolvimento integral, solidário e sustentável exigem uma justa escala de bens e de valores. Por isso, não basta ter à disposição meios e oportunidades de escolha, é preciso também assumir uma conduta reta que reconheça o primado do bem comum e a dimensão integral do homem. O modelo das últimas décadas apostou na maximização do lucro e do consumo e pretendeu avaliar as pessoas apenas pela sua capacidade de resposta às regras da competitividade, só que a atual crise veio demonstrar a urgência de refletir sobre o assunto e mudar de modelo.

No recente encontro com os diplomatas acreditados no Vaticano, Bento XVI declarou que, até agora, se absolutizou o lucro em detrimento do trabalho e que muitos se aventuraram pela economia financeira, em vez da economia real. Por isso, agora, é preciso recuperar o sentido do trabalho e de um lucro proporcionado e é urgente formar líderes qualificados capazes de mudar de rumo. No fundo, trata-se de combater a contração financeira sem se resignar com a contração do bem-estar social.

 

5. O secretário pessoal do Papa, o arcebispo Georg Ganswein, é a capa da edição italiana da Vanity Fair. A revista traça um perfil do arcebispo alemão que foi recentemente nomeado responsável da Casa Pontifícia. Com o título ‘Padre Georg – Não é pecado ser bonito’, a Vanity Fair explica que dedica esta edição ao arcebispo Ganswein em homenagem à sua recente elevação a arcebispo.

O secretário pessoal do Papa tem grupos de fãs na internet, além de diversas alcunhas, desde ‘gorgeous Georg’ [o belo Georg], a ‘Adónis da Floresta Negra’, em referência à sua terra natal. A revista italiana prefere, no entanto, tratá-lo por ‘George Clooney de São Pedro’.

Aura Miguel, à conversa com Diogo Paiva Brandão
A OPINIÃO DE
Guilherme d'Oliveira Martins
Quando Jean Lacroix fala da força e das fraquezas da família alerta-nos para a necessidade de não considerar...
ver [+]

Tony Neves
É um título para encher os olhos e provocar apetite de leitura! Mas é verdade. Depois de ver do ar parte do Congo verde, aterrei em Brazzaville.
ver [+]

Tony Neves
O Gabão acolheu-me de braços e coração abertos, numa visita que foi estreia absoluta neste país da África central.
ver [+]

Pedro Vaz Patto
Impressiona como foi festejada a aprovação, por larga e transversal maioria de deputados e senadores,...
ver [+]

Visite a página online
do Patriarcado de Lisboa
EDIÇÕES ANTERIORES