Papa |
A uma janela de Roma
“Os olhos da fé são capazes de ver o invisível”
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Bento XVI lembrou a profissão de fé dos cristãos. Na semana em que foram notícia as relações da Santa Sé com o Vietname, o Papa pediu o fim da violência contra civis indefesos e o Vaticano pronunciou-se sobre as recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Portugal tem um novo embaixador junto da Santa Sé.

 

1. O Papa iniciou esta semana uma reflexão sobre o Credo. Foi na audiência-geral da passada quarta-feira, dia 23 de janeiro. “Hoje quero começar a refletir convosco sobre o Credo, a nossa Profissão de Fé, que inicia com estas palavras: «Creio em Deus»; um Deus, que Se revela e fala aos homens, convidando-os a entrar em comunhão com Ele. Assim no-lo mostra a Bíblia na vida de muitas pessoas. Uma delas é Abraão, chamado «o pai de todos os crentes». A fé leva-o a percorrer um caminho paradoxal, pois será abençoado, mas sem os sinais visíveis da bênção. Abraão, na fé, sabe discernir a bênção divina para além das aparências, confiando na presença do Senhor mesmo quando os seus caminhos são misteriosos. Os olhos da fé são capazes de ver o invisível. Também nós, quando dizemos «Creio em Deus», afirmamos como Abraão: «Entrego-Me nas vossas mãos! Entrego-me a Vós, Senhor!», para fundar em Vós a minha vida e deixar que a vossa Palavra a oriente nas opções concretas de cada dia”, assegurou Bento XVI.

Ainda na audiência-geral, o Papa pediu ajuda para as vítimas das inundações na Indonésia. “Sigo com preocupação as notícias que chegam da Indonésia, onde grandes inundações devastaram a capital, Djakarta, provocando vítimas, milhares de deslocados e enormes prejuízos. Desejo exprimir a minha proximidade às populações atingidas por esta calamidade natural, assegurando a minha oração e encorajando a solidariedade, de modo que a ninguém falte o necessário socorro”. As inundações na Indonésia, causadas por vários dias de chuva intensa, causaram pelo menos 20 mortos e obrigaram 100 mil habitantes a abandonar as suas casas.

 

2. O Papa recebeu em audiência, na dia 22, o secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista do Vietname, Nguyen Phu Trong. Segundo um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, foi a primeira vez que um secretário-geral do Partido Comunista do Vietname se encontrou com o Papa e altos responsáveis da Secretaria de Estado, tendo sido “abordados temas de interesse para ambas as partes, fazendo-se votos de que em breve se possam resolver algumas questões pendentes e se reforce a profícua colaboração já existente”.

Desde há algum tempo que existem contactos oficiais entre a Santa Sé e as autoridades vietnamitas, num percurso que remonta ao pontificado de João Paulo II. Já com Bento XVI, em junho de 2005, decorreu uma visita à Santa Sé por parte de uma Delegação da Comissão Vietnamita para as questões religiosas. Em janeiro de 2007, deslocou-se ao Vaticano, tendo sido recebido pelo Santo Padre, o primeiro-ministro do Vietname. Em fevereiro de 2009, deslocou-se ao Vietname, a convite do governo, uma delegação da Santa Sé, tendo-se constituído um grupo de trabalho Vietname – Santa Sé sobre o estabelecimento de relações diplomáticas. Este grupo de trabalho reuniu-se uma segunda vez, no Vaticano, em junho de 2010. Um terceiro encontro teve lugar, em Hanói, em fevereiro de 2012.

 

3. O Papa apelou ao fim da violência contra civis indefesos nos vários conflitos armados que afetam o mundo. Em plena Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, Bento XVI lançou, na oração do Angelus do passado Domingo, o convite de oração pela paz: “Caros amigos, à oração pela unidade dos cristãos gostaria de acrescentar, uma vez mais, a oração pela paz para que nos diversos conflitos, infelizmente em curso, cessem as tragédias dos civis desamparados para que terminem todos os tipos de violência e se encontre coragem para o diálogo e a negociação”.

 

4. A Santa Sé reagiu às recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, relacionadas com a liberdade de consciência e de religião. Este Tribunal rejeitou três queixas de cidadãos britânicos que alegavam discriminação religiosa no local de trabalho. A única queixosa a quem foi dada razão foi uma ex-funcionária da British Airways. Nadia Eweida tinha sido despedida quando se recusou a retirar o seu crucifixo, apesar de mais tarde a empresa ter alterado as suas normas, passando a permitir esse tipo de adereços religiosos.

Monsenhor Mamberti, secretário para as Relações com os Estados no Vaticano, afirmou que o relativismo moral começa a impor-se como nova norma social e está a minar os alicerces da liberdade individual, de consciência e de religião. O responsável pela diplomacia vaticana explica que assuntos controversos relacionados com o aborto, a homossexualidade e a liberdade de consciência devem ser respeitados pelas legislações de toda e qualquer sociedade pluralista, em nome do respeito pela liberdade de consciência, de religião e do bem comum.

 

5. O presidente da República Portuguesa nomeou António Almeida Ribeiro, até agora secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), como novo embaixador de Portugal junto da Santa Sé, sob proposta do Governo. Nascido em Lisboa e formado em Direito pela Universidade de Coimbra, o novo representante diplomático no Vaticano substitui Manuel Tomás Fernandes Pereira, que passou à disponibilidade no dia 2 de abril de 2012, quando completou 65 anos.

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