São mais de 600 mil os refugiados sírios que vivem em campos improvisados nos países da região. A guerra civil já matou mais de 70 mil pessoas mas não há sinais de que este inferno venha a acabar tão cedo. Os cristãos, no meio do horror, estão como que encurralados. Estão sós e pedem ajuda. Se não fizermos nada, ficam abandonados à sua sorte.
Medo. Tudo se resume a uma palavra: medo. Os cristãos que ainda estão na Síria vivem apavorados. A guerra civil que está a esventrar a Síria desde há dois anos já deixou as suas marcas em todas as cidades e aldeias. Não há localidade alguma que não tenha cicatrizes de balas, estilhaços de bombas, buracos nas estradas. Não há, neste momento, cidade alguma que não exiba as marcas de bombardeamentos. É difícil estimar a barbárie. Os números são dantescos: 70 mil mortos, centenas de milhares de refugiados. Um país paralisado.
Abrigados num antigo convento
No meio de tudo isto, a comunidade cristã sente-se encurralada. E com medo. Em Homs, ninguém se atreve a sair de casa. Os poucos cristãos que ainda residem na cidade estão quase todos alojados num antigo convento. Só a coragem e tenacidade do Padre Frans van der Lugt mantém de porta aberta este velho edifício que mais parece um farrapo. Ao todo vivem ali 89 pessoas. Quase nunca há eletricidade. Raramente têm sequer pão para comer. Mas lá fora as balas continuam a zumbir e todos os dias há notícias de mais alguém que é morto ou de mais alguém que é raptado, uma espécie de novo negócio que varre o país e que está a assustar especialmente os cristãos. Nos últimos meses, são já dezenas as pessoas raptadas para que as famílias entreguem todas as suas economias. É um negócio que a guerra civil inventou.
Necessidades urgentes
Com o país paralisado pelos combates, os refugiados amontoam-se nos países limítrofes onde também tudo falta. Os cristãos que se encontram ainda na Síria ou já em campos improvisados na Jordânia, Líbano, Turquia e até no Iraque, pedem ajuda. É um eco distante, dramático, envolto em lágrimas. A Igreja tem procurado ajudar mas falta tanto ainda… Os pedidos são imensos. A Fundação AIS disponibilizou já 155 mil euros para as necessidades mais urgentes: medicamentos, geradores, roupa, cuidados médicos. O dinheiro é entregue à Igreja local, única forma de se garantir que a ajuda chega mesmo a quem precisa.
O horror da guerra
Em Homs, Aleppo e Damasco há pequenas comunidades cristãs que não têm mais ninguém a quem recorrer. Os refugiados muçulmanos estão a ser apoiados pelos estados árabes. Aos cristãos, se faltar a ajuda da Igreja, ficam sem nada. E há muitos dias em que nada têm para comer. Agora que os dias estão muito mais frios, até de simples cobertores precisam.
No velho convento de Homs, o Padre Frank dá guarida a 89 pessoas. Todos os dias por ali se improvisam camas, se tapam janelas, se procuram abrigos por causa dos bombardeamentos. Do lado de lá das frágeis paredes do velho convento está estampado todo o horror da guerra. É com ironia que os cristãos recordam que tudo começou com a Primavera Árabe, que parecia ser um detonador de liberdade para toda aquela região.
O inferno na terra
Hoje, na Síria, vive-se num inferno. É um calvário pesado de mais para ser suportado. Hoje, não há ninguém que não tenha conhecido o horror da morte, da violência bárbara, da exclusão, do medo. Os cristãos que ainda vivem na Síria pedem-nos ajuda. Os cristãos que se amontoam nos campos de refugiados no Líbano, na Turquia, na Jordânia e no Iraque, pedem-nos ajuda. Eles gritam. Não os escutam?
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