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Um confronto de ideias entre os vários membros da família deve ser uma oportunidade de crescimento e preparação para a vida. Acertar o passo entre gerações é, porém, uma tarefa árdua mas muito empolgante, na medida em que exige um esforço constante de aproximação de parte a parte.

Viver a fé e com vontade em dar testemunho do que realmente nos anima a prosseguir, vencendo as dificuldades de cada dia, é o que se espera de cada cristão ativo e interveniente no mundo.

 

Choque de mentalidades

O facto de haver divergência de opiniões entre gerações não quer dizer que, por si só seja negativo, ou que venha a criar um afastamento entre as pessoas. Genericamente o que acontece é que há divergências porque há padrões diferentes em cada lado do diálogo.

O exercício da tolerância é uma prova concreta do amor de Deus que nos deu um coração capaz de amar. Somos amados por Deus e temos consciência de que criamos intimidade na relação de uma aceitação para ser conhecido: os sujeitos da relação amorosa encontram-se de tal modo um no outro, que se sentem como um só. “E os dois serão uma só carne” (Gn. 2, 24)

As relações entre marido e mulher vão-se construindo cada dia, mas sempre na base de um amor que constantemente se manifesta e renova. Em cada olhar, em cada sorriso, ou em cada expressão menos calorosa e que se exprime num “chamamento” do outro.

A atração conduz-nos à pessoa amada. Mas o amor só começa se houver ‘revelação’. Há que ter tempo e criar oportunidades para que essa ‘revelação’ vá acontecendo e seja um pilar de uma boa relação entre os vários membros da família. Porém, há que não esquecer que a beleza que nos atrai é escondida e misteriosa, pois cada pessoa guarda o seu tesouro no segredo do coração. Esta exigência de revelação constitui uma das maiores dificuldades do amor humano. As pessoas querem amar e ser amadas, mas dificilmente estão dispostas a revelar-se. Guardam os seus segredos. Escondem os seus mistérios.

A intimidade entre pessoas significa a revelação total de um ao outro, aceitando dar-se a conhecer, ou seja, aceitando ser conhecido, para conhecer. Esta é uma área que encontramos na mais pura e singela expressão, pela espontaneidade das graças e das questões colocadas pelas crianças de tenra idade.

O mesmo já não acontece na adolescência em que muitos sentimentos são escondidos ou simplesmente não são partilhados. Cria-se assim uma distância, um afastamento. O risco desta fase é quando cria raízes e deforma o comportamento, impossibilitando que o jovem e depois o adulto, se dê a conhecer e queira conhecer a intimidade daquele ou daquela com quem vai fazer um caminho de vida pelo matrimónio.

Como agir então na prevenção?, perguntam-nos muitas famílias onde se sente o “choque de mentalidades”. “Choque” pela incapacidade em primeiro lugar em ouvir, em escutar o outro: os pais aos filhos; os filhos aos pais e avós, etc.

Educar para o amor é uma prioridade e a ternura exprime uma das qualidades mais belas do amor: a bondade e a misericórdia. Amar é ser bom. A ternura é generosa, tudo dá, tudo faz pelo bem do outro, tudo desculpa, tudo perdoa. Só a ternura pode curar os corações feridos e voltar a unir aqueles a quem a infidelidade separou.

A incapacidade de ternura é o efeito mais dramático do pecado no coração humano. É aquilo a que o Evangelho chama a “dureza do coração”. Só pela ternura seremos capazes de vencer as diferenças de opinião, evitando o “choque de mentalidades”.

Vamos entrar na Quaresma - que é um tempo de purificação - e as famílias são chamadas a viver este tempo na tolerância e no amor total a Cristo morto e ressuscitado. Há que fazer morrer as diferenças marcadas pelo egoísmo e dar espaço a um “coração novo”, capaz de acolher os outros como Deus ama, pedindo sempre a presença do Espírito Santo nos nossos corações.

O amor ao próximo é indissociável do amor de Deus. “Quem não ama o seu irmão que vê, não pode dizer que ama a Deus que não vê” (1Jo 4, 20)

 

 

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A Fé na Família

O Sector da Pastoral Familiar esteve presente em S. João da Talha num encontro com famílias, desenvolvendo o tema “A Fé na Família”, no âmbito do Ano da Fé e como tentativa de resposta às expressões tantas vezes ouvidas “Não tenho Fé! Não tenho tempo! ...”

A evangelização – todos sabemos – começa na família, a chamada igreja doméstica e relembramos que a urgência de viver a fé na família está espelhada em vários documentos da Igreja, nomeadamente na exortação apostólica Familaris Consortio, de Sua Santidade o Papa João Paulo II: “a Igreja sente mais uma vez a urgência de anunciar o Evangelho, isto é, a «Boa Nova» a todos indistintamente, em particular a todos aqueles que são chamados ao matrimónio e para ele se preparam, a todos os esposos e pais do mundo.”

Neste encontro procurámos responder a este desafio de sempre, mas agora com uma renovada consciência e sentido de responsabilidade na vivência do Ano da Fé, o que foi acentuado pelo pároco desta comunidade.

Várias foram as pistas apontadas a partir do quotidiano de cada um e que traduzem o todo de qualquer comunidade:

- Não temos tempo e não temos fé: apontámos vários caminhos para criar uma intimidade com Deus, vivendo o sacramento do baptismo e a ação do Espírito Santo na vida de cada cristão.

- Que significa dar testemunho?: traçar um caminho, uma vida marcada pela fé e animada pela esperança, porque só o exercício da caridade é edificante.

- A importância da Catequese Doméstica: quando tantas crianças com 6 anos de idade chegam à catequese paroquial sem nunca terem ouvido falar de Jesus e de Sua Mãe.

- Gerar cristãos: gerar filhos para a Fé; edificar pelos sacramentos; desenvolver o sentido missionário pela comunhão no trabalho educativo e pastoral.

- Os valores cristãos: o amor a Deus; o amor ao próximo; a obediência e o compromisso na verdade.

- Ensinar a rezar: criar tempos de oração em expressões apropriadas a cada idade e etapa do desenvolvimento cristão.

- A Palavra de Deus: perceber a atualidade da Palavra de Deus tendo em conta as mudanças em curso e os novos fenómenos.

- Os jovens: uma nova perspectiva para o tempo atual em que eles são destinatários, mas também agentes para intervir no mundo.

- A fecundidade do amor: abrir-se ao mundo que nos rodeia nas mais variadas circunstâncias de vida.

- Por intercessão de Maria: pedimos-lhe, com confiança, que nos ajude a acreditar em Deus e no Seu Filho Jesus.

Estamos em crer que estas intervenções paroquiais vêm dar uma nova perspectiva à vivência da Fé em família, pelo que o Sector da Pastoral Familiar está disponível para desenvolver estas iniciativas em outras comunidades.

“Antes de falar de Deus e com Deus, há que escutá-LO” (Bento XVI – Angelus 27Jan13)

 

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Catequese Doméstica: a purificação nas cinzas

A imposição das cinzas é um sacramental que se compreende como sinal ou ação sagrada em que é concedida a bênção dos cristãos a caminho da Quaresma. O arrependimento dos pecados no jejum, oração e exercício da caridade junto dos mais desfavorecidos, são os três pilares para se alcançar uma vida nova à imagem de Cristo Ressuscitado.

Esta celebração está carregada de significado e é dever de todos os que assumem a educação cristã dá-la a conhecer às gerações mais novas, para que se interiorize o sentido da purificação, ou seja, a vontade de vencer o mal, para assumir o caminho do bem.

“Que alegria quando me disseram: «Vamos para a casa do Senhor!» Os nossos passos se detêm às tuas portas Jerusalém.” (Sl 122, 1-2)

Sentiremos alegria na busca do perdão, quando se viver a revelação do amor divino em Cristo, que nos manifestou ao mesmo tempo, a extensão do mal e a superabundância da graça. É preciso reconhecer Cristo como fonte da graça, para conhecer Adão como fonte do pecado: “Foi para destruir as obras do demónio que apareceu o Filho de Deus” (1Jo 3, 8)

A narrativa da ‘queda’ (Gn 3) utiliza uma linguagem metafórica, mas afirma um acontecimento primordial, um facto que teve origem no princípio da história do homem. Na vida de cada um de nós hoje, reconheceremos a ‘queda’ como ação do maligno, mas temos confiança na verdade de que o homem depende do Criador e aceita as leis que regulam o exercício da liberdade. Para tal, é preciso assumir verdadeiramente que Deus criou o homem «à sua imagem» e constituiu-o na sua amizade como criatura espiritual. Assim compreenderemos o significado do pecado e a necessidade da purificação, no compromisso de regresso a Deus.

Peçamos a Deus que os cristãos da diocese de Lisboa estejam particularmente atentos ao valor desta celebração de imposição das cinzas, a fim de que seja um gesto de purificação, na busca constante de ‘iluminação’ para a verdade de Deus em nós.

texto do Sector da Pastoral Familiar
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