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Na primeira audiência-geral após a informação da renúncia
Alunos de Colégio Marista estiveram com Bento XVI
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Sessenta alunos do 10º e 11º ano do Colégio Marista de Carcavelos estiveram na fila da frente da Aula Paulo VI, durante a audiência-geral com o Papa, na quarta-feira seguinte ao anúncio da renúncia de Bento XVI ao seu Pontificado.

 

“Foi uma experiência difícil de descrever”, testemunhou ao Jornal VOZ DA VERDADE o vice-diretor do Colégio Marista de Carcavelos, Rogério Gomes. A presença nesta audiência, "que já estava prevista desde Setembro de 2012", o momento em que começou a ser preparada a visita cultural dos alunos daquele colégio a Roma, foi "uma feliz coincidência", destacou o professor do Colégio Marista. "O facto de podermos testemunhar este momento que é histórico e de podermos estar na última audiência formal do Papa foi algo que nos marcou e nos vai deixar esta marca para o resto das nossas vidas", observou o vice-diretor, que também esteve presente em Roma.

"Antes da audiência-geral começar criou-se um ambiente muito engraçado, porque vários grupos cantavam e tocavam", conta Rogério Gomes, salientando que o grupo de Lisboa decidiu também entrar na festa: “A dado momento, também nós resolvemos animar um pouco a sala, com os cânticos que estávamos a preparar para a Eucaristia da noite. Foi um momento muito agradável", observa.  

Rogério Gomes faz questão de destacar, também desta audiência, "a mensagem que o Papa deixou", o que, refere, "proporcionou um momento que todos nós dificilmente iremos esquecer".

 

Visita ao túmulo do fundador dos irmãos Maristas

Este momento, vivido pelos sessenta alunos e seis professores que acompanharam o grupo foi, assim, "imprevisto", e tornou-se o "ponto alto" da visita do Colégio Marista de Carcavelos a Roma, que contou também com uma visita ao túmulo do fundador dos irmãos Maristas, Marcellin Joseph Benoît Champagnat, canonizado pelo Papa João Paulo II em 1999. Segundo este professor, tentou-se que esta visita "fosse significativa" para os alunos, e por isso celebraram, também, Eucaristia na Igreja de Santo António dos Portugueses e estiveram com o superior geral da Congregação dos Irmãos Maristas. "Foi um conjunto de acontecimentos que estavam previstos e que de alguma forma tornaram estes cinco dias como que únicos e irrepetíveis”, garante.


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Cardeal-Patriarca em entrevista à RTP: "Bento XVI é um homem de um silêncio interior"

 

A pouco mais de uma semana do dia (28 de fevereiro) em que Bento XVI renuncia ao Pontificado, o Cardeal-Patriarca de Lisboa concedeu uma entrevista à RTP1, onde deixou expresso o carácter místico de Bento XVI.

 

Nesta entrevista à televisão pública, D. José Policarpo sublinha a falta de forças de Bento XVI para enfrentar os problemas que se colocam ao Pontificado como a "causa oficial" para a renúncia papal, salientando que o Papa "não disse quais os problemas". Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, o Pontificado de Bento XVI foi "de continuidade, com o seu feitio e a sua visão da realidade e da Igreja".

"Bento XVI é um homem de um silêncio interior", caracterizou D. José Policarpo, observando que o Papa "guardou sempre o silêncio de um grande intelectual, de um místico e de um artista". São três características que marcam a sua maneira de ser, comentou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, que vai estar presente no próximo Conclave para eleger o futuro Papa.

Lembrando que Bento XVI é das "inteligências mais brilhantes do nosso século", D. José Policarpo confessou publicamente que o Papa nunca se esqueceu do seu nome. "Ainda hoje me trata pelo meu nome", referiu, revelando que é tratado pelo Papa como 'Policarpo'. Nesta entrevista, o Patriarca de Lisboa reconheceu que Joseph Ratzinger foi para si "o modelo de teólogo comunicador", no entanto considera que “o Papa guarda no seu Pontificado uma timidez”.

Apontando Bento XVI como "um homem com uma profundidade de fé", D. José Policarpo caracteriza o Papa “como um místico, que viveu a identidade cristã com uma radicalidade cristã, tanto quanto é possível neste mundo”. Segundo referiu, “esta trilogia de místico, artista e intelectual exprime-se em tudo aquilo que faz. No seu magistério e na sua maneira de estar".

 

Futuro da Igreja

Sobre o futuro da Igreja, o Patriarca de Lisboa apontou nesta entrevista à RTP a estrutura da Cúria Romana como sendo “muito pesada”, lembrando que esta “é um serviço do Papa”. Por isso, salienta que a reforma da Cúria é “um desafio” e esta “tem de ser um testemunho da verdade”.

D. José Policarpo vai entrar em Conclave em data que, à hora de fecho deste jornal, ainda não era conhecida, no entanto considera que o Conclave “é uma surpresa”, e que o poder “só se define pelo serviço”. “O serviço que tem por detrás a caridade”, frisa.

Como desafios para a Igreja, o Cardeal-Patriarca de Lisboa aponta ainda a “conversão” da Igreja. “As pessoas têm de caminhar para a santidade”, apela D. José Policarpo.


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Bispos de Portugal agradecem testemunho de Bento XVI

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) destaca a “fé forte e constante”, o “zelo apostólico de quem se fez tudo para todos”, “o estilo pessoal de grande simplicidade”, e a “coragem heroica com que o Papa Bento XVI afrontou os problemas que surgiram”, durante o seu Pontificado. Num comunicado divulgado no início desta semana pelo Conselho Permanente da CEP, os bispos portugueses manifestam o seu agradecimento pelo “precioso dom do Pontificado de Bento XVI”, começando por salientar que foi “com surpresa” que receberam a notícia da decisão do Papa em renunciar “ao ministério que recebeu”.

Sublinhando a “corajosa lucidez” no reconhecer “as limitações de saúde e forças para exercer adequadamente o ministério ao serviço da Igreja”, os bispos de Portugal exprimem o “profundo afeto e gratidão” a Bento XVI, garantindo que “ o seu exemplo de orante” é um “incentivo a considerar a oração como parte integrante da missão da Igreja”.

Em nota final, o Conselho Permanente da CEP pede “a oração dos católicos e de todos os crentes para que os Cardeais saibam discernir e escolher o candidato mais apto para assumir a missão de sucessor do apóstolo Pedro”. 

 

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‘Obrigado Bento XVI’, na janela de sua casa

Numa ação de um grupo de leigos da Diocese de Lisboa, estão a ser distribuídos gratuitamente dois cartazes com a imagem de Bento XVI, com o objetivo de “realizar um gesto de unidade e reconhecimento pelo Santo Padre”, refere um texto enviado aos párocos do Patriarcado. Para estes cartazes foram escolhidos o sorriso de Bento XVI e o momento de oferta da Rosa de Ouro em Fátima, aquando a visita do Papa a Portugal, em Maio de 2010. A proposta é de que este cartaz seja colocado na janela de casa, com vista para a rua, “dando assim este sinal público de homenagem”, explica a respetiva carta.

Os 400 mil cartazes estão a ser distribuídos, gratuitamente, através das paróquias da Diocese de Lisboa, tendo como centros de distribuição a instalações do Patriarcado de Lisboa e as paróquias de Caldas da Rainha, Nossa Senhora do Amparo de Benfica e São João de Deus, em Lisboa, e Oeiras.

 

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Jovens de Lisboa, de novo, com Bento XVI

Os jovens do movimento ‘Eu Acredito’ vão encontrar-se no dia 28 de fevereiro para rezar pelo Papa Bento XVI, no último dia do seu Pontificado. “Queremos viver este momento especial da Igreja em conjunto, com muita alegria e confiança”, refere um comunicado enviado ao Jornal VOZ DA VERDADE. O programa deste encontro prevê a concentração dos jovens no Largo de São Domingos, Rossio, em Lisboa, pelas 19 horas, Eucaristia às 19h30 e tempo de oração, às 20h30.

O ‘Eu Acredito’ surgiu em 2010, por ocasião da visita de Bento XVI a Portugal e da Missa a que presidiu no Terreiro do Paço, e reúne jovens de diversos movimentos juvenis presentes no Patriarcado de Lisboa. Segundo este movimento, esta será “uma oportunidade única da Igreja jovem voltar a mostrar a sua força, e de agradecer o Pontificado do Papa Bento XVI”.

“Voltaremos a usar as t-shirts azuis do ‘Eu Acredito’, como forma de recordar a Missa no Terreiro do Paço, e os dias que o Papa passou em Portugal”, sublinha o comunicado.

texto por Nuno Rosário Fernandes
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