O Cardeal-Patriarca de Lisboa considera que nos textos do Concílio Vaticano II encontra-se uma “visão completa da fé, na sua simplicidade e na sua densidade envolvendo toda a existência do homem”. D. José Policarpo afirmou a relevância do Concílio Vaticano II na 1ª Catequese Quaresmal que proferiu no passado Domingo, 17 de fevereiro, na Sé Patriarcal de Lisboa.
A exemplo de anos anteriores, o Patriarca de Lisboa chama, assim, até à Catedral de Lisboa, os fiéis para escutarem as suas meditações, este ano centradas no Ano da Fé e na comemoração dos 50 anos do início do Concílio Vaticano II. Segundo D. José Policarpo, estas catequeses, que decorrem todas semanas durante o tempo litúrgico da Quaresma, procuram “fazer uma unidade com o programa em curso ‘Acreditar com o Concílio’”. Um programa que semanalmente vai meditando e aprofundando os textos do Concílio, pela escrita e voz do Cardeal-Patriarca e do Bispo Auxiliar D. Nuno Brás. Semanalmente, em formato vídeo, disponível nos canais de comunicação do Patriarcado, e em texto escrito, também no Jornal VOZ DA VERDADE, este programa leva “a ler o Concílio com fé e a aprofundar a nossa fé lendo e meditando textos do Concílio”, sublinhou D. José Policarpo. “Meditando os textos do Concílio aprendemos que só o ardor da caridade suscitado em nós pela escuta da Palavra de Deus, nos leva a acreditar em verdades”, acentuou.
O mistério mais denso
Nesta primeira catequese, com o título ‘A Fé do Concílio’, o Patriarca de Lisboa, citando o Concílio num documento sobre a vida e o ministério dos sacerdotes (Presbyterorum Ordinis), lembra que “é a Palavra de Deus que suscita a fé no coração dos não cristãos e a alimenta no coração dos cristãos; é ela que faz nascer e crescer a comunidade dos cristãos”. “A Palavra de Deus – continua D. José Policarpo – o facto de Deus nos falar, é o mistério mais denso e mais simples da História da Salvação”.
Salientando que “o homem foi criado para a intimidade da relação com Deus”, o Patriarca de Lisboa observa aos fiéis que “a revelação como ela acontece no contexto da história humana, mostra que o pecado dos homens não levou Deus a mudar o seu desígnio de intimidade com o homem”. Por isso, destaca, “Jesus Cristo, Deus feito Homem, não é uma saída de emergência; esteve sempre previsto nesse eterno desígnio de intimidade entre Deus e o homem”.
Nesta relação de Deus com o homem surge uma questão que, segundo D. José Policarpo, é o “principal problema de civilização”, também colocado pelo Papa Bento XVI: ‘O homem tem necessidade de Deus, ou pelo contrário, as coisas continuam bastante bem sem Ele?’. O Patriarca de Lisboa refere que “na longa história da fragilidade humana a que vulgarmente chamamos de pecado”, “a manifestação mais grave foi o homem querer substituir-se a Deus, acabando por esquecê-l’O”. Pelo que, sublinha, “se as coisas andassem bem mesmo sem Deus, a decisão de acreditar seria, no fundo, irrelevante”. Mas, “‘se o homem se esquece de Deus, perde progressivamente a vida, porque a sede de infinito está presente no homem de um modo que ninguém o pode extinguir. O homem foi criado para a relação com Deus e precisa d’Ele’”, observa D. José Policarpo citando o Papa Bento XVI.
Na pessoa de Jesus tudo é Palavra
Nesta primeira catequese quaresmal, sob o tema geral ‘A visão da fé no Magistério Conciliar’, o Cardeal-Patriarca de Lisboa salienta que “Deus fala com linguagem humana”, e “na pessoa de Jesus tudo é Palavra, o discurso, o silêncio orante, os milagres”. Nesse sentido, “Deus falar aos homens é um desígnio de amor”, frisa garantindo que “em cada palavra revelada está presente o desígnio divino de salvação” e que “Deus abre o seu coração e a profundidade do seu mistério através de palavras humanas”. Por isso, reforça: “Os profetas, possuídos por Deus, falam em nome de Deus. A sua palavra é humana, e os homens podem acolhê-la, e é divina, porque eles dizem o que Deus quer dizer ao Seu Povo. Escutá-la é entrar em comunhão com Deus e não apenas com o Profeta que a disse. A fé é escuta de Deus e não apenas dos profetas. Só em Jesus Cristo a fé é simultaneamente escuta de Deus e do Profeta que a pronunciou”. “Nesta escuta obediente da Palavra de Deus, os cristãos podem ser ajudados por exemplos e modelos: de pessoas que eles conhecem e que dão testemunho dessa obediência confiante, pelos Santos e, sobretudo, contemplando Nossa Senhora”, acentuou.
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Catequese Quaresmal via tv e net teve um milhar de acessos
O canal de televisão ‘Patriarcado TV’, disponível no Meo Kanal (210021), iniciou as suas emissões no passado Domingo, com a transmissão em direto da primeira Catequese Quaresmal, que foi também transmitida pelo canal Sapo Vídeos do Patriarcado e pelo respetivo site na internet (http://videos.sapo.pt/patriarcadodelisboa e www.patriarcado-lisboa.pt), e que totalizou cerca de um milhar de acessos.
O canal ‘Patriarcado TV’ está disponível para os assinantes Meo, e resulta de uma parceria do Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa com o Sapo.pt, contando ainda com o apoio do Grupo Renascença e do CNE. Também a Rádio SIM transmite em direto as Catequeses Quaresmais.
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