Lisboa |
Caldas da Rainha recebe Visita Pastoral
Uma aposta firme na catequese de infância
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Pequenos grupos de oito elementos, com o acompanhamento permanente do pároco. Assim funciona a catequese de infância na paróquia de Caldas da Rainha, a última da Vigararia de Caldas - Peniche a receber a Visita Pastoral.

 

Na paróquia de Caldas da Rainha, a grande preocupação e aposta pastoral do pároco, desde há mais de dez anos, é a catequese dos mais novos. “Desde o princípio, a incidência foi a evangelização em geral e a catequese organizada. Uma das coisas que me empenhei sempre, e agora mais, é uma boa catequese de infância, até à Primeira Comunhão”, salienta ao Jornal VOZ DA VERDADE o pároco, cónego Joaquim da Conceição Duarte. “Na paróquia de Caldas constituímos grupos pequenos, de cerca de oito elementos, e sou eu que os cuido particularmente. Isto foi algo completamente novo para esta paróquia, porque chegámos a ter uma avalanche de mais de 150 crianças e era impossível. Desmassificar foi uma das minhas preocupações! Não é simpático, no geral, mas para as pessoas que foram beneficiando disso, hoje em dia está a ser interessante!”, assegura este sacerdote. Um dos frutos desta nova dinâmica da catequese de infância é a evangelização dos pais. “Os pais das crianças não eram grandes praticantes e frequentadores da Igreja, mas estão a começar a sê-lo pelo acompanhamento que prestam aos filhos na catequese”.

Presente nas Caldas desde 2001, o cónego Joaquim Duarte refere que “já houve anos em que a paróquia teve 1300 crianças na catequese”. “Agora temos metade, talvez cerca de 600, mas a quebra de natalidade também explica este decréscimo”, aponta. “A paróquia tem atualmente 36 catequistas, o que é pouquíssimo para esta gente toda. Mas depois não é só o número, é também a formação dos catequistas”, sublinha, apontando que “a paróquia vive atualmente um revigoramento da direção da catequese”.

 

Um pastor por mais de três décadas

Falar da paróquia de Caldas da Rainha é falar da obra do cónego José Guerra, um sacerdote que esteve 31 anos nas Caldas e que praticamente fez a paróquia. “O cónego José Guerra construiu a paróquia! Não só em termos de obras, mas também de pessoas! Era um sacerdote de uma grande dedicação e é a grande referência da cidade”, frisa o cónego Joaquim Duarte, especificando também a dificuldade que sentiu quando chegou a esta terra do Oeste. “O ter de substituir alguém com estas características e com este tempo de presença, não nego que gerou dificuldades. Além disso, nessa época, eu pensaria tudo menos em ser pároco. Até pela falta de experiência pastoral. É certo que nos 36 anos que fui diretor espiritual nos seminários exerci sempre uma grande tarefa ambulante com os seminaristas. Portanto, eu conhecia muito bem a diocese e também esta vigararia em concreto. Mas em termos de permanência numa paróquia, era algo que não tinha experiência”, assume.

Para a sua missão pastoral na Caldas da Rainha, o cónego Joaquim da Conceição Duarte, de 77 anos, conta com dois coadjutores, o padre Miguel Pereira, de 27 anos, “que está mais efetivo na paróquia”, e o padre Luís Pedro, com 46 anos de idade e que “por ser também pároco de Santa Catarina tem menos disponibilidade”.

 

Crescimento paroquial via trabalho cerâmico

Com uma população as rondar as 52 mil pessoas, de acordo com os Censos de 2011, Caldas da Rainha tem duas freguesias dentro da cidade: Nossa Senhora do Pópulo e Santo Onofre. “É uma cidade-centro na geografia. Tudo converge aqui para Caldas, pelo que, durante o dia, além dos que são de cá, devem entrar na cidade mais 50 ou 60 mil pessoas! Há muitas crianças, por exemplo, que não são originárias de Caldas mas que andam cá na escola e na catequese porque os pais trabalham na cidade”, salienta o cónego Joaquim. Caldas da Rainha, na sua origem, recebeu muita gente sobretudo das beiras e também do norte do país. “O comboio era um fator de congregação”, recorda. O pároco conta que, no passado, a paróquia cresceu muito pela existência de grandes focos de trabalho cerâmico. “Tínhamos nas Caldas grandes empresas de cerâmica, que praticamente fecharam todas. Isso é algo recente, desta última meia dúzia de anos, e transtornou muito a população”, lamenta o cónego Joaquim Duarte, assegurando: “As pessoas lá vão resistindo e sobrevivendo porque, apesar de tudo, ainda há uma dimensão rural próxima”.

A população é de uma faixa etária mista. “Caldas da Rainha tem os velhos que vieram para cá há muitos anos e que são pais de gente que casou e que por cá se estabeleceu, com os filhos. Caldas tem muitos avós e muitos netos! E a verdade é que os avós têm uma grande função, até do ponto de vista da fé, de acompanharem os netos à Igreja!”, destaca o pároco.

 

Expressão pública da fé

A paróquia, que tem como orago Nossa Senhora do Pópulo, compreende as duas freguesias civis e tem sede na igreja de Nossa Senhora da Conceição, bem no centro das Caldas, junto ao tribunal judicial. “A nossa igreja é uma igreja recente, com pouco mais de 60 anos. A paróquia, que vem do tempo da Rainha D. Leonor, tinha apenas um espaço, a igreja de Nossa Senhora do Pópulo, que pertence ao hospital e que foi a origem desta paróquia! É uma capela antiga, muito bonita, é o ex-libris da cidade, mas é muito pequena, apesar de ainda hoje receber celebrações dominicais e feriais”.

Ao longo desta década nas Caldas, o cónego Joaquim Duarte sublinha que as iniciativas da paróquia devem sempre ser “fruto de uma fé mais esclarecida e aprofundada”. “Atualmente, organizamos uma procissão de velas com Nossa Senhora de Fátima pela cidade, que decorre em outubro, e a procissão do Corpo de Deus”, refere.

 

Realidade juvenil

O agrupamento de escuteiros de Caldas da Rainha é “um grupo bom”. Tem todas as quatro secções – lobitos, exploradores, pioneiros e caminheiros – mas este ano houve a necessidade de reduzir o número de elementos: “Apesar de nos escuteiros a tentação ser deixar entrar toda a gente, este ano, por necessidade de qualidade, reduzimos bastante o número de ‘escutas’, para cerca de 80 elementos, para sermos verdadeiramente CNE – Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português”.

 A juventude é “um ponto de batalha” da paróquia, porque são muitos os jovens que saem de Caldas da Rainha para irem para as universidades. “É gente boa, que depois se dispersa pelas universidades. Vão para Leiria, Aveiro, Lisboa…”. Neste sentido, salienta o pároco, “não é fácil fazer caminho com a juventude de Caldas da Rainha”.

 

Estar atento

Fundado em 1985, o Centro Social Paroquial de Caldas da Rainha dá emprego a 63 funcionários e tem mais de trezentos utentes (222 crianças e 115 idosos) nas suas sete valências: quatro dirigidas à infância (creche, pré-escolar, ATL e 1º ciclo) e três aos idosos (lar, centro de dia e apoio domiciliário). “O centro social paroquial foi criado talvez um pouco tarde pelo meu antecessor mas é, neste momento, uma referência da cidade!”, garante o pároco.

Além da missão do centro social paroquial, a caridade na paróquia de Caldas expressa-se também através de duas conferências vicentinas. “As conferências de São Vicente de Paulo procuram, neste momento, responder sobretudo às carências alimentares da população”, refere o cónego Joaquim Duarte, lembrando também “o papel do Banco Alimentar Contra a Fome”. “É evidente que estes dois núcleos não chegam para todas as carências sociais nas Caldas, mas são eficazes para detetar onde há necessidades e casos mais urgentes. Agora, as Caldas da Rainha são uma cidade e é claro que haverá a chamada pobreza envergonhada, mas sinto que a paróquia faz um bom trabalho na deteção desses casos”, destaca.

 

A necessidade de uma Visita Pastoral alargada

A paróquia de Nossa Senhora do Pópulo de Caldas da Rainha recebeu esta semana a Visita Pastoral. No passado Domingo, dia 24 de fevereiro, o Cardeal-Patriarca de Lisboa esteve presente junto da comunidade cristã, tendo presidido à Eucaristia onde crismou 41 jovens, incluindo oito adultos. Por estes dias, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, visitou o centro social paroquial, as juntas de freguesia de Santo Onofre e Nossa Senhora do Pópulo, a câmara municipal ou os visitadores da cadeia, sem esquecer a presença junto dos bombeiros, da Polícia de Segurança Pública, da Misericórdia e do Banco Alimentar. Neste sábado, o Bispo Auxiliar do Patriarcado encontra-se com os grupos da catequese, escuteiros e acólitos. Têm sido momentos que, segundo o cónego Joaquim da Conceição Duarte, irão marcar a comunidade cristã. “A Visita Pastoral nesta terra teria de ser, no mínimo, durante um mês! Mas é muito importante ter o Pastor junto de nós durante praticamente uma semana”, assegura o pároco de Caldas da Rainha.

 

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Caldas da Rainha recebe encerramento da Visita Pastoral à Vigararia de Caldas - Peniche

A paróquia de Caldas da Rainha recebe neste Domingo, dia 3 de março, o encerramento da Visita Pastoral à Vigararia de Caldas - Peniche, que teve início a 13 de janeiro último.

Neste 3º Domingo da Quaresma, às 11h, no centro social paroquial, decorre o encontro com o Bispo, na Jornada Vicarial da Juventude. Da parte da tarde, a partir das 14h30, no Pavilhão do Arneirense, acontece o Encontro Vicarial de Famílias. Às 17h00, neste mesmo local, tem lugar a Missa Solene de Encerramento da Visita Pastoral à Vigararia de Caldas - Peniche, presidida pelos Bispos Auxiliares de Lisboa, em representação do Cardeal-Patriarca que está presente em Roma para participar no Conclave que vai eleger o novo Papa.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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