Missão |
Padre Hugo Ventura
A missão continua...
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Hoje, neste espaço de divulgação e de promoção do sentido missionário da nossa vida, vamos conhecer melhor o Padre Hugo Norberto Mendes Ventura, Missionário Espiritano, um jovem sacerdote com uma vida marcada pelas interpelações de Deus no anúncio do Evangelho, aqui e além-fronteiras.

 

Mochila às costas...

O Pe. Hugo Ventura nasceu em 1975 em pleno coração de Lisboa, mas cedo começou a viver os ritmos de uma vida que não conhece os limites do espaço e não fica restrita a uma determinada localização. Com 4 anos de idade, a sua família deixou o centro urbano e encontrou em Tires, na freguesia de São Domingos de Rana, um espaço e uma comunidade para continuar a crescer. O próprio Pe. Hugo sintetiza desta forma os seus primeiros anos de vida: "olho para trás e percebo que andei muito com a mochila às costas, sempre de um lado para o outro: pais vindos de Trás os Montes, nasci em Lisboa, fui baptizado em Castelo Branco, vivi poucos anos em Lisboa, e a infância foi quase toda passada em Tires".

 

"Hugo, não queres ir para o seminário?"

Com 11 anos de idade, o Pe. Hugo era uma criança como tantas outras, “terrível” nas palavras dos seus vizinhos e conhecidos. Um dia, a surpresa de Deus aconteceu de forma muito concreta na sua vida. Recorda o Pe. Hugo que, da boca de alguém, veio esta pergunta: “Hugo, não queres ir para o seminário?” Perante tal pergunta a resposta do pequeno Hugo foi prontamente: “Não!”. Mas Deus nunca desiste de chamar e de convocar para a missão. Por isso, é o próprio Pe. Hugo quem agora nos recorda que "nos encontros vocacionais no Seminário da Torre d’Aguilha, junto com outros jovens da mesma idade que alinhavam nesta mesma aventura", surgiu de modo natural a vontade de querer ir para o seminário. Foi certamente a decisão que marcou um novo rumo, o desejo de procurar perceber melhor o que é que Deus queria para a sua vida. Não foi uma decisão fácil. Na altura com 12 anos, foi a primeira vez que saiu de casa… e para a Régua! Só vinha a casa nas férias e por isso é natural que as saudades tenham sido marcantes nos primeiros tempos de seminário… Mas com a ajuda de Deus, todas as dificuldades foram superadas e agora o Pe. Hugo recorda-nos desta forma estes tempos de descoberta da sua vocação: "foi um 'tempo favorável' para me deixar interpelar pelos vários apelos e testemunhos missionários, pensar e organizar a vida, escutar este Deus que me chamava a algo mais radical. Esta foi a minha família ao longo de muitos anos. Aqui fui feliz e pude fazer o meu caminho! Os pais, família e amigos deram muito apoio. Mas foi também muito importante a oração de muitos na minha paróquia de Tires".

 

Vida e missão no “chão” da Amazónia

Assim que terminou o curso de teologia, em 1999, o seminarista Hugo partiu para fazer o seu estágio missionário na Amazónia. Foi para a cidade de Tefé, no interior do estado do Amazonas e sede de uma Prelazia enorme, quase três vezes maior que o território de Portugal continental! A abertura de coração deste jovem aos apelos de Deus levou-o a um "mundo novo". Ele recorda-nos que “foi preciso (re)aprender a falar, a comer, a sobreviver ao calor e à humidade, a rezar com este povo, a estar com os jovens, a ser um missionário nesta Igreja local". Passado um ano e meio, regressou a Lisboa onde foi ordenado sacerdote em Junho de 2002. Mas a sua estadia na capital portuguesa não foi muito demorada pois voltou ao Brasil em Novembro desse mesmo ano. O serviço ao Povo de Deus a que foi chamado pelo Senhor, concretizou-se assim na missão na paróquia de Fonte Boa, na mesma Prelazia onde tinha estado anteriormente. Durante 6 anos, partilhou o seu dia-a-dia com Dom Mário Clemente Neto, bispo emérito desta Prelazia. Era de facto, um mundo completamente diferente dos padrões europeus. Uma diferença que podia até ser medida em tempo de viagem: a paróquia estava a 12 horas de viagem de barco de Tefé, e dentro da mesma paróquia, algumas comunidades estavam a 18 horas de distância! Uma paróquia dispersa no espaço mas unida na Fé, rica em testemunhos da presença de Deus entre o seu povo.

Deste tempo de missão, o Padre Hugo salienta três pontos fortes: a vida em comunidade religiosa, “em que a amizade partilhada, a entreajuda, a oração e o diálogo davam força para superar algum isolamento ou solidão, a vida em Igreja, “onde todos tinham lugar e os leigos assumiam a sua vocação e missão” e o espírito missionário “presente no coração e vida dos muitos missionários que dão do seu tempo e gastam as suas vidas anunciando o Evangelho, formando comunidades, servindo na caridade e dando testemunho de Jesus com palavras e obras”.

 

De volta a Portugal

Em 2008, o Pe. Hugo regressou a Portugal para responder a novos desafios de missão. Agora, em Braga, é assistente dos Jovens Sem Fronteiras, na região do Minho, e trabalha diariamente com os mais jovens em visitas às catequeses, nas escolas, nos grupos de jovens, nos retiros, em peregrinações… Como diz o Pe. Hugo Ventura agora é o tempo de provocar o sentido missionário na vida dos mais jovens: “Procuro ajudá-los a fazer perguntas importantes na vida: qual a minha vocação? Como assumir o meu baptismo? Como ser missionário?”.

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