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A uma janela de Roma
Papa Francisco assegura vontade de aprofundar diálogo ecuménico
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Francisco encontrou-se com representantes de outras Igrejas cristãs. Na semana em que telefonou ao Papa Emérito Bento XVI, o Papa Francisco celebrou a Eucaristia numa paróquia do Vaticano e recitou, pela primeira vez, a oração do Angelus. No sábado, o novo Papa tinha feito um “agradecimento especial” aos cerca de seis mil jornalistas presentes no Vaticano por altura do Conclave.

 

1. O Papa Francisco assegurou a sua firme vontade de prosseguir com o diálogo ecuménico. Num encontro, ao fim da manhã da passada quarta-feira, dia 20 de março, com representantes de outras Igrejas, o Papa recordou a importância do Concilio Vaticano II, na procura do entendimento, e voltou a fazer um apelo à solidariedade entre todos os cristãos. Em nome dos líderes religiosos presentes, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, descreveu Francisco como um Papa que escolheu o essencial, referindo-se à simplicidade que tem marcado o início do seu pontificado. O Papa falou sentado, sem estrado, ao mesmo nível que os seus convidados, num importante sinal que será, certamente, bem recebido pelos líderes das igrejas separadas de Roma. Num clima muito afável, o Papa Francisco falou individualmente com cada pessoa e recebeu presentes de muitos dos que participaram no encontro.

O Papa reforçou a necessidade de os cristãos se manterem unidos ao serviço da esperança, num mundo marcado por divisões e contrastes, e fez ainda um apelo que deve abranger os não cristãos, para se unirem no sentido de ajudar o mundo a evitar a armadilha mais perigosa da atualidade: reduzir o homem ao que ele produz ou ao que consome, esquecendo que o mais fundamental no homem é a sede de Deus e de absoluto.

Também na quarta-feira de manhã, Francisco recebeu em audiência a presidente do Brasil, com Dilma Rousseff a referir que o Papa confirmou a sua presença na Jornada Mundial da Juventude, que o Rio de Janeiro recebe de 23 a 28 de julho.

 

2. O Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI conversaram esta terça-feira ao telefone durante longos minutos. Passava pouco das 17h00, quando o novo Papa telefonou ao seu antecessor para lhe dar os parabéns pela festa onomástica de São José, e para lhe manifestar mais uma vez a sua gratidão e da Igreja pelo seu serviço.

Nessa conversa telefónica, o Papa Emérito disse ter seguido com intensa participação os acontecimentos dos últimos dias, e em particular as celebrações desta terça-feira de manhã [a Missa de início de Pontificado], tendo assegurado ao seu sucessor a sua contínua proximidade na oração.

 

3. O Papa Francisco celebrou a Eucaristia no passado Domingo, 17 de março, na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, antes de recitar pela primeira vez a oração do Angelus. Bem-disposto, o Papa Francisco celebrou a Missa como se tratasse de uma Missa paroquial. Reconhecendo que “não é fácil confiar-se à misericórdia de Deus, porque ela é um abismo incompreensível”, o Papa diz que “devemos fazê-lo”. “O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca. Somos nós que nos cansamos de pedir-lhe perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão”, sublinhou o Papa Francisco. Ainda paramentado, como se fosse no final de uma Missa de Domingo, o Papa Francisco saudou os fiéis que iam saindo, um por um.

 

4. Entretanto, na Praça de São Pedro, o ambiente era de festa. Milhares tinham os olhos postos na janela de onde o Papa Francisco iria recitar nessa manhã, pela primeira vez, a oração do Angelus. Primeiro, começou por dirigir “uma cordial saudação a todos os peregrinos. Obrigado pelo vosso acolhimento e pelas vossas orações. Rezem por mim, peço-vos”. Depois, Francisco dirigiu-se aos fiéis. “Renovo o meu abraço aos fiéis de Roma, e estendo-o a todos vós que vieram de todas as partes da Itália e do mundo, bem como os que estão unidos a nós através dos meios de comunicação”.

Perante milhares de pessoas, na Praça de São Pedro, em Roma, pediu ainda aos fiéis, tal como fez na Missa da manhã na igreja de Santa Ana, que não se esqueçam que “o Senhor nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos esquecemos de Lhe pedir perdão”.

Ainda no Domingo, o Papa twittou na rede social Twitter (www.twitter.com/Pontifex). Uns minutos depois da oração do Angelus, Francisco escreveu uma mensagem dirigida aos perto de quatro milhões de fiéis que o seguem nesta rede social: “Queridos amigos, agradeço-vos do coração e peço-vos que continuem a rezar por mim. Papa Francisco”. As palavras do Papa podem ser lidas em nove línguas, incluindo na portuguesa.

 

5. O Papa Francisco recebeu em audiência os mais de 5.600 jornalistas que estiveram a acompanhar o Conclave e agradeceu o trabalho dos media. “Um agradecimento especial aos jornalistas aqui presentes pelo vosso trabalho qualificados nestes últimos dias. E se trabalharam, e se trabalharam!”, disse o Papa com sentido de humor, acompanhado com palmas pelos presentes.

Estando perante jornalistas, o Papa fez um paralelismo com a profissão. “O vosso trabalho precisa de estudo, sensibilidade e experiência, como qualquer profissão, mas exige uma particular atenção no que se refere à verdade, à bondade e à beleza e isto torna-nos particularmente próximos porque a Igreja existe para comunicar exatamente isto”. Francisco acrescentou ainda que “os holofotes devem estar virados para Cristo” e não para o Papa.

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